Rurubi convidou o rei assírio e sua esposa para conhecerem as dependências do castelo dando assim uma folga para os garotos se conhecerem, no outro dia de manhã ele o levaria para conhecer todo o reino. Foi o prazo dos adultos saírem para a princesa assíria se aproximar de Erick.

- Não acredito que meu pai vai me obrigar a casar com alguém como você? – Ela disse enquanto examinava o príncipe com seus olhos.

- Do que você está falando? – Ele se assustou com as palavras da garota.

- Você é fraco, não quero me casar com um fraco, prefiro me casar com alguém do nosso reino. Todos os garotos da nossa idade, tem um corpo mais forte que o seu, já enfrentaram diversas batalhas.

- Espera, espera, espera. – Erick interrompeu. – Não me julgue, você não sabe nada sobre mim.

- Sei sim, sei que é fraco só de olhar para você. Não vou me casar, quero um guerreiro ao meu lado, não alguém como você.

- Sou fraco, então me diz se os garotos fortes do seu reino conseguem fazer isso.

O príncipe se levantou, afastou-se para um canto espaçoso do local. Diminuiu sua respiração e começou a se concentrar. Seus músculos começaram a relaxar e sua mente logo estava pronta para o exercício.

A energia do local havia mudado completamente e Hellen a irmã mais nova que só assistia a discussão calada, agora estava sentada ao lado de LIlith olhando fixamente para Erick. Ele juntou a palma de suas mãos a frente do seu corpo. Uma onda gigantesca de energia se espalhou ainda mais pelo local, as duas garotas perceberam. Devagar o príncipe começou a descolar a palma de suas mãos, entre elas era possível ver uma energia amarela que percorria radiante de uma mão até a outra. Colocou as mãos em forma de concha, e toda aquela energia vibrante se encontrava concentrada em uma forma circular que se fixou tranquilamente entre as suas mãos. Erick sorriu ao perceber que as princesas estavam completamente atônitas observando todos seus movimentos sem piscar os olhos. Ele apertou a energia entre as mãos e ela explodiu em milhares de fleches de luz que se espalharam por toda sala de jantar.

- Se você não quer ele, pode deixar que eu quero. – Hellen conversava pela primeira vez.

- Claro que não, sou a mais velha e tenho o direito de escolher. E no momento acho que vou dar uma chance para garoto de físico simples ali. – Ela apontou para ele.

- Você é mesmo uma chata. Droga de Hierarquia familiar. – Hellen protestou descontente.

- Venha até aqui garoto. – Lilith o chamou.- Por hora você conseguiu me surpreender. Pelo menos por enquanto, você conseguiu fazer que esse casamento venha a acontecer, mas isso não é o suficiente para mim, torne-se forte, eu preciso de um guerreiro. – A garota falou essas palavras ao pé do ouvido de Erick quando ele se aproximou.

- Não se preocupe, no momento estou sendo treinado pelo mago do meu reino. Mas logo começarei um treinamento com meu pai, o melhor guerreiro, e pretendo me tornar um guerreiro ainda melhor do que ele.

- Isso é o mínimo que eu quero de você. Torne-se forte ou não me casarei, porém, gostei bastante desse truque mágico.

- Não é um truque, é uma arma. Se arremessar essa energia em alguém ela provocara grandes estragos onde atingir.

- Muito bom. Melhor assim mesmo, um guerreiro com poderes mágicos, acho que vou me casar com você.

Os dois sorriram, apesar da seriedade nas palavras da garota. Seus pais chegaram e todos foram dormir tranquilos naquela noite. O príncipe se perguntava como aquela garota havia sido ousada, jamais conheceu alguém que se atrevesse a ser tão direta em uma situação como aquelas. Olha que ela era uma princesa, realmente os assírios eram um povo bárbaro, melhor se unir a eles do que enfrentá-los em uma batalha.

Um sol incandescente dava início a um novo dia. Como de costume Rurubi estava reunido com seus soldados no pátio do castelo realizando o primeiro treinamento do dia. Nazir apareceu no local para assistir, no exato momento em que Horus estava enfrentando outro soldado. Sua desenvoltura era extraordinária, desviava dos ataques de seu adversário com velocidade sem igual, podendo ter acabado com o combate rapidamente. Manteve-se focado em instruir seu oponente a ser mais preciso, ensinando posturas mais firmes para combate e golpes mais precisos com um nível de fuga improvável. Somente depois disso, durante o combate, ele desarmou seu adversário e o jogou no chão com a espada posta próximo a garganta do soldado, era o fim, ele guardou a espada e levantou seu companheiro.

O rei se dirigiu a Horus parabenizando-o pelo ótimo combate, enquanto isso, Nazir o encarava com um olhar sério.

- O que foi aquilo? – O assírio perguntou assim que o rei se aproximou.

- Um pequeno treinamento matinal, pequenos combates para testar as técnicas aprendidas nos treinos. – Rurubi respondeu com sua simplicidade.

- Você sabe ao que estou me referindo, não finja. Como um guerreiro que não conseguiu nem encostar no seu adversário vai ser útil ao exército de um reino? Deveria puni-lo ou mata-lo.

- Claro que não! – Ele respondeu assustado pela ponderação de Nazir. – Ele é útil, Horus que é um guerreiro fora do comum e dificilmente encontra adversários a sua altura.

- Se o que diz for verdade, sinto muito, mas não vi nada de mais no garoto. Seus adversários que devem ser muito fracos. Na minha terra, todos são ótimos guerreiros, todas as batalhas são uma luta constante pela vida.

Rurubi ignorou os comentários vangloriosos de Nazir e seguiu para dentro do castelo sendo seguido por seu convidado. Eles comeram juntos e saíram para que o convidado pudesse conhecer todo o reino, enquanto isso Erick treinava com Hermes, na parte da manhã não seria necessária a presença do príncipe, ele aproveitou para treinar.

- Meu filho em pouco tempo não serei mais necessário para o reino, você poderá me substituir em qualquer batalha. – Falou o mago cansado com sua respiração ofegante.

- Jamais, tenho muito o que aprender com você. Para de pegar leve comigo.

Os dois sorriram enquanto juntavam a bagunça do estrago feito durante o treinamento. As folhas estavam espalhadas por todo chão em frente a cabana do mago. Aquele arremesso logo se tornará uma arma tão boa quanto as que ele usou em suas batalhas. Erick havia concentrado uma quantidade enorme de energia em suas mãos, e quando entendeu que tinha conseguido um sólido controle daquela matéria a arremessou para cima, até o topo de uma das enormes árvores do bosque.

A energia atingiu o topo em uma explosão, dispersando vários pontos de energia que pareciam flechas sendo atiradas por arcos. Os feixes de energia que se espalharam perfuraram várias folhas no mesmo instante, isso em uma batalha, será uma arma poderosa em um futuro bem próximo. Quando o sol estava bem colocado no topo do céu, Erick retornou para casa, estava na hora de comer junto aos convidados.

Era uma ótima ideia, o príncipe estava encantado não somente pela beleza de Lilith, mas também por sua personalidade. Queria conhece-la um pouco mais enquanto estivessem ali.


A maldição do discípuloWhere stories live. Discover now