Sempre tive uma ligação com a natureza, com os animais e com o estado do tempo. Mas naquela tarde, eu estava muito feliz, o sol brilhava por cima da minha cabeça e eu olhava fixamente para uma rosa fechada. Assim que a minha mão se aproximou da rosa...
- Sim querida, eu queria te contar mas tu fugiste e então eu vim dar uma olhadela ao reino porque eu sabia de tudo o que acontecia porque Grisham estava contigo e ia-me mandando actualizações da vossa situação. Sei que precisam de aliados para a guerra e para combater os destruidores e o seu chefe.
Eu ainda estava espantada com tudo isto. Afinal a minha tia nunca me tinha dito que era uma rainha e eu acho que é importante uma sobrinha atenciosa saber que a sua tia modesta é uma rainha. E depois o Grisham tinha atualizado a minha tia e nem me deixou falar com ela??? Eu não sabia se ela estava bem, se a tinham atacado, se tinha morrido.
Devo ter ficado com uma tal cara de choque que ambos ficaram com uma cara preocupada e se chegaram ao pé de mim. Dei um passo para trás quando eles deram um para a frente.
- E-eu preciso de pensar e-em tudo i-isto...
Então saí correndo para qualquer lado. Queria estar longe de todos. Afinal as pessoas em quem eu mais confiava escondiam-me coisas importantes. Continuei correndo até uma porta azul translucida e abria.
Deparei-me com uma estufa com o teto de vidro azul com desenhos florais em relevo que protegia milhares e milhares de flores que eu nunca tinha visto antes em toda a minha vida de cores e feitios de sol direto e extremamente forte. Comecei a caminhar entre os inúmeros canteiros preenchidos e cuidados. Um perfume suave e intenso irrigou as minhas narinas.
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Olhei à volta com cuidado para não pisar nenhum canteiro sem querer e reparei que pequenas luzes coloridas andavam de um lado para o outro, suspensas no ar.
Aproximei-me de uma e ela era um imitação perfeita de uma rapariga humana extremamente bela. Que burra que eu sou! São fadas!
Ao fundo da estufa estava uma fonte de água cristalina com seixos brancos reluzentes no fundo. Deveria ser ali que quem tratava do jardim ia buscar água para regar as plantas.
Ao lado na fonte, ou melhor, com as raízes criadas num dos lados da fonte, estava uma trepadeira de flores laranja, roxas e rosa, algumas com um pouco de amarelo. Era absolutamente espantosa. Estava a aproximar-me mais para ver melhor quando uma voz fala:
- Gostas-te dessa?
Que me distraí e quase caia na fonte se não fosse o dono da voz segurar-me no segundo seguinte.
- Estás bem?
Virei-me para agradecer e não consegui dizer palavra. O dono da voz era deslumbrantemente lindo. Tinha a pele morena, cabelos castanho a cair para cima dos olhos azuis celeste e os lábios perfeitos.
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- Então estás bem? - Ele disse despertando-me do transe.
- Sim obrigada. - O meu coração começou a bater com força quando notei que ele ainda tinha uma das mãos na minha cintura e a água da fonte começou a subir e subir cada vez mais, mas ele pareceu não se importar.- Tu és ...?
- Ah pois. Eu sou o jardineiro da estufa, Ahron.
- Eu sou a ...
- Baunilha.
- Como é que sabes?
- A tua tia fala muito de ti.
Seguiu-se um silêncio duvidoso e depois ele quebrou o gelo.
- Então gostas da estufa?
- É simplesmente fantástica.
- Algumas flores não existem na terra.
- Então como é que as conseguiste?
- Eu sou um anjo e por isso trouxe-as do céu. Lá os jardins são todos muito bonitos.
- Ah
- Então... - Ele parecia embaraçado com o que ia perguntar - Podes-me mostrar... tu sabes... os teus poderes?
- Claro. Queres que eu faça o quê?
- Qualquer coisa.
Fecho os olhos e imagino a água a subir e a fazer uma pequena maqueta da estufa, suspensa no ar. Respiro fundo e quando abro os olhos lá estava a maqueta.
- Uau... É fantástico...
Ele aproximou-se até ficar a 10 cm do meu corpo, onde o meu coração já batia descompassado. Ele ia dar mais um passo, eliminando a distancia que nos separava mas alguém apareceu à porta da estufa.
