"Diana!"
Virei-me e vi a minha mãe a acenar-me.
"Diana! Eu sabia que vinhas!" Disse enquanto vinha ter comigo.
"Como soubeste que eu vinha hoje?"
"Hoje era o único dia, antes do funeral, em que a chegada era de Londres."
"Eu só vim por respeito ao pai."
"Compreendo. Quem é o rapaz?" Apontou com os olhos para o Harry.
"É um amigo meu, chama-se Harry."
"É muito bonito, é só amigo?" Brincou com a situação e fez um sorrisinho.
"Obrigada por tentares, mas ainda não tenho muitas confianças contigo, como deves saber. O Harry faz parte duma banda chamada One Direction, já deves ter ouvido falar por aí. Devias conhecê-lo, mas não sejas gananciosa pelo dinheiro, nunca se sabe o que esperar de ti." Disse na maior das sinceridades.
"Não iria fazer isso, não sou esse tipo de pessoa." Ela falou pausadamente.
"Ainda bem!"
"Mas não me apresentas esse teu amigo?" Piscou o olho direito e voltou a olhar para o Harry.
"Porquê esse interesse em conhecê-lo?"
"Filha, por favor, tenta também."
"Não é por o pai morrer que as coisas vão mudar repentinamente, não é por o pai morrer que eu voltarei a ter confiança em ti num abrir e fechar de olhos."
"Não te estou a pedir isso, sei que é preciso tempo. Faz um esforço, Diana, para que o ambiente entre nós seja agradável, por favor."
"Sabes que é difícil."
"Eu compreendo-te."
"Se me compreendes por que é que não acreditaste em mim e deixaste o pai expulsar-me daquela maneira?"
"Eu bem tentei, filha. Quantas e quantas vezes eu lhe disse que era o pior que ele iria fazer. Mas que querias que eu fizesse mais? Ele é que mandava, nem ouvia sequer o que eu lhe dizia."
"Podias tentar todas as vezes necessárias."
"E tentei, levando um estalo." A minha mãe olhou para o chão e aí eu percebi que estava a levar uma simples conversa longe demais.
"O pai bateu-te?" Só de imaginar o que poderia ter acontecido arrependo-me da maneira que a tratei.
"Sim, mas esquece isso, sabes que ele adorava o João e acreditava em tudo o que ele dizia, estava cego."
"Eu sei, mas tu também eras assim, também o adoravas muito."
"Não, eu acreditei em ti, eu sempre acreditei em ti. Eu sou tua mãe, é óbvio que eu iria acreditar em ti. Além disso, aquele rapaz não inspirava muita confiança"
"Pronto, não vamos falar mais nele."
"É melhor, mas apresenta-me lá o rapaz."
Puxei o Harry para a minha beira, pois ele estava junto das malas a olhar para nós, não percebendo nada de nada.
"Mãe este é o Harry, Harry esta é a minha mãe."
Do nada a minha mãe começou a chorar.
"Por que é que estás a chorar?"
"Tu chamaste-me...mãe." Ela conseguia ser muito dramática.
"Pois, mas não era preciso tanto drama."
