I. Como tudo começou?

111 6 4
                                    

Saudações a todos os aventureiros que trilham as páginas deste livro, como vocês sabem, na fascinante Terra-Média é preciso muita coragem para superar montanhas, desfiladeiros, invernos rigorosos ao norte das montanhas cinzentas, aranhas terríveis na Floresta das Trevas, convencerem os obstinados elfos de que sua passagem por suas terras é amistosa, persuadir anões sedentos por ouro que o maior tesouro reside nos relacionamentos entre os povos livres, passar despercebidos por penhascos infestados por orcs... e digo que isto é uma verdadeira proeza, dormir em lugares desconfortáveis, às vezes ficar dois dias sem comer, ultrapassar colinas assombradas por lendas de mortos-vivos que surgem para acabar com algum aventureiro em busca de glória e se for contar o que já passei, aliás, vou contar sim.

Meu nome é Loras Adunáin, mas, podem me chamar de "bardo azul" a partir de agora. Estamos acertados?

Tenho este título conhecido por muitos entre os povos livres, entenda-se de forma geral por "povos livres" - os elfos, os anões, os hobbits engraçados, os homens, alguns entes e todos aqueles que de alguma forma não se aliaram ao poder das sombras lideradas por Sauron.

Na verdade o que tenho percebido é que os povos livres precisam se unir o mais rápido possível, visto que, as sombras não se deitam apenas em Mordor, mas, também se estendem por Dol Guldur, nas regiões pantanosas do leste, nos limites de Minas Tirith e ao norte das Montanhas Cinzentas... Sem contar, as hostes infernais de orcs e trolls que habitam o interior das Montanhas da Névoa quando da queda do antigo reino anão, conhecido em nossa língua geral como Moria, na língua dos teimosos barbudos chama-se Khazad-dûm.

Talvez o nobre leitor esteja se perguntado: como posso saber de tudo isso?

Na verdade o que sei é pouco quando comparado aos Istari, pois é assim, que os elfos o chamam. Na verdade, eles são sábios que vieram do extremo oeste para assessorar os povos livres contra as investidas do Senhor do escuro, aquele cujo nome não deve ser pronunciado.

Voltar à origem de meu título "Bardo azul" é rememorar à grande festa da colheita realizada nas terras de Rohan, naquele dia de Astrodia havia muitas bandeiras no palácio de Medulsed e o próprio Rei Helm II estava presente com sua corte, é costume no reino onde nasci chamado Rohan queimarmos incenso em homenagem aos senhores do Oeste, os elfos os chamam de Valars.

Era uma cerimônia muito bonita onde cada capitão levava uma parcela de sua colheita e entregava ao mestre de cerimônia, naquela época entoávamos algumas canções que expressavam gratidão àquilo que fora colhido. Foi no ano 2941 da Terceira Era que chegou ao nosso palácio de Meduseld uma pequena comitiva élfica, cerca de quinze no total, usavam roupas diferentes, o tecido era leve, algumas elfas carregavam pequenos pratos de prata, alguns elfos usavam roupas de cerimônia que basicamente eram túnicas num tom claro, em suas costas carregavam arcos ricamente trabalhados com detalhes na madeira de carvalho.

Uma das elfas usava uma tiara que parecia prata, o metal era levemente ondulado e ornava sua fronte com beleza desconhecida por mim até então, as laterais de sua tiara apresentavam pedrinhas preciosas de várias cores e enquanto ela se dirigia ao centro do salão de Meduseld onde ficava o altar, ela estendeu sua mão direita para cima num sinal de cumprimento e disse:

- Saudações povo de Rohan, para quem não me conhece meu nome é Galadriel e vim participar desta cerimônia da colheita do trigo junto com vocês e meus irmãos de Lothlórien. Fui convidada por vosso Rei Helm II para esta ocasião como símbolo da aliança entre homens e elfos.

Naquele momento houve uma salva de palmas por todos os presentes. As autoridades que estavam naquele recinto recomeçaram o canto, mas, foi naquele momento que minha vida foi marcada para se tornar aquilo que sou. Um bardo para alguns e menestrel para outros. Se você não sabe a diferença, vou explicar. O bardo é um talentoso músico que ganha sua vida declamando poemas, entoando canções e alegrando diversas festas nas pequenas vilas da Terra Média, enquanto o menestrel é aquele músico oficial do rei. Sou as duas coisas porque tenho sangue nobre em meu nascimento, carrego o nome da família Adunáin, uma linhagem de dez gerações dos melhores cavaleiros de Rohan, meu pai chama-se Thengel Adunáin é responsável pela defesa leste de nossas terras que se estende até o limite com o rio Entágua e ao norte com a floresta de Fangorn.

Lendas FantásticasWhere stories live. Discover now