3. Batalha.

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CAMILA

Depois de tudo o que aconteceu no shopping, quis ficar na cama o resto do dia, por que não estava acreditando que passei tanta vergonha e para piorar não consigo para de pensar naquela mulher, que eu ao menos sei o nome, não sei por que ela mexeu comigo e por ela ser tão ignorante e mal educada.

— Cah, amor bora sair. Você disse que seu pai te liberou para sair um pouco, então vamos? — Quem falou foi Henrique, meu primo, ele queria uma companhia pra sair e também estava preocupado comigo.

— Não quero. — Me encolhi.

— Que sim, você vai sair comigo e com uns amigos, para um lugar que irá vai adorar. Começou a puxar minha coberta sem parar.

— Poxa Henri eu não quero, estou sem vontade.

Mesmo assim ele não se conformou e me puxou, me fazendo levantar da cama.

— Para onde, você não vai me levar para um shopping né?

Ele deu uma gargalhada bem alta.

— O que euuu — Apontou para si mesmo — vou fazer em um shopping?

— Vai saber! — Me levantei e fui para o banho.

— Gata vou ali ligar para os garotos, coloque uma roupa mais jogadinha POR FAVOR. — Gritou.

Henrique é um doce, fomos criados juntos, ele sendo homem e tendo muitos amigos sempre pode sair, eu não, mas já que meu pai resolveu enfim abrir os portões me deixando escapar um pouquinho, vou poder sair com ele.

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Terminei o banho, vesti uma camiseta preta com azul escuro, coloquei uma blusa de frio por cima da camiseta, também vesti uma calça jeans rasgadinha, uma sandália e cabelo preso.

— Meu Jesus, tira essa roupa que assim você não vai atrás de mim. — Falou Henri quase gritando, então começou ele.

— Essa blusa de frio vai para a cintura, por que não está fazendo frio para usa-la, esse cabelo – Soltou-o. – quero ele solto nada de prender, já essa sandália não vai salvar pode colocar, hum espera. — Foi até eu closet e procurou os meus tênis e viu um cano alto e me deu para usar.

— Coloque-o, nada de make muito forte e batom bem fraquinho ok.

— Ok, mas estou me sentindo ridícula deste jeito, se não vou usar a blusa, pra que vou usa-la na cintura e eu não gosto muito de tênis. — Lamentei e terminei a maquiagem.

— Mas se você ir do jeito que estava, ninguém vai te querer.

Como assim ninguém vai me querer?

Não entendi, estou saindo para me divertir ou para beijar na boca. Aliás eu só beijei na boca uma vez e isso já tem muito tempo. Só o Henri para me colocar numa dessas.

Entrei no carro de um dos amigos de Henri, pedi para que Carol fosse, porém ela não pode e a Dani tinha saído com os pais e não poderia me acompanha. Me vi uma intrusa dentro daquele carro, onde só havia homens.

Chegando no tal lugar, todos nós descemos do carro e Henri disse para que eu não desgrudasse dele, então ele me explicou que era uma batalha de rima, pelo que eu entendi duas pessoas iam improvisar cantando, nunca tinha escutado falar fiquei bastante interessada.

FERNANDA

Já estava um pouco atrasada para a batalha, eu iria batalha contra minha rival Sandra Duel. Pra falar a verdade eu estava muito nervosa e a única pessoa que poderia me ajudar nessa era Luiz que não pode vir, entrei no palco assim que me chamaram, senti meu coração ia pular para fora, sei que já batalhei várias vezes, só que essa era a final e rap, é tudo para mim não poderia perder por nada.

— Um salve galera! — Gritei no microfone e todos começaram a passar energia positiva para nós duas, eu tremia por dentro como nunca tremi antes.

Rimamos, batalhamos, improvisamos. Só que dessa vez não fui eu que levei, infelizmente não, estou muito mal por isso, sei que é tudo para mim mais minha rival é boa e a galera escolheu a novamente. Desci do palco tentei demostrar boa impressão após ter perdido mais uma vez para ela.

— Velho você atropelou-a, como não te escolheram?! — Chegou Marcos me dando um abraço.

— Há cara nem sempre a vitória é nossa e ela merece.

Peguei um cigarro e minha mochila já indo para minha turma, que estava encostados perto da pilastra principal, só que de repente vejo nem mais nem menos a mesma garota que quase me derrubou lá no shopping mais cedo.

Como o que essa garota veio fazer aqui, caralho ela está mais linda ainda. Tentei me concentrar e fui para perto dos caras, só que não consegui para de olhar para ela.

— Pô Nanda, para de comer a mina com os olhos. — Disse Johnny.

— Oi? quê?

— Nem parece a Nanda que eu conheço, que em dois minutos de troca de olhares já está atrás do palco. – Continuou a falar.

— Tá me tirando né velho, sai fora. —Falei fingindo está nervosa

— Vai falar que não está interessada? — Falou Bia.

Então continuei a observa até chegar um garoto nela, que sorriu e olhou para um menino da turma bem conhecido por mim, era Henri. Ele disse não para o garoto que logo saiu, ele olhou em nossa direção eu logo desviei o olhar.

CAMILA

Meu Deus do céu, a mulher que eu caí em cima dela no shopping tá aqui rimando, a voz dela é perfeita e ela foi super bem. Fernanda, esse é o nome da bonitona do shopping inacreditável isso. Percebi que ela não para de me olhar e eu não consigo disfarçar o nervosismo. Então depois que o menino pediu para ficar comigo e Henri disse que não, eu já não sei se quero fugir ou ir até lá falar com ela.

— Camilaaa você está aí? — Henri falou me tirando atenção.

— Estou sim! — Respondi-o já tremendo.

— Bora lá na Nanda, a garota que estava batalhando quero te apresentar a ela. — Ele me puxou e eu tentei para-lo.

— Não, é a mesma mulher que me xingou no shopping, está maluco?

— Há, é ela, está falando sério? — Henri parou no meio do caminho.

— Sim é ela!

— Então vocês precisam ser apresentadas socialmente.

Ele pegou minha mão e me levou até ela que virou para mim deu o último trago no cigarro e jogou a guimba no chão. Já eu, meu coração estava quase pulando para fora, eu suava igual uma louca, cheguei a achar que a moça ia me bater, meu medo é incontrolável. 

A Dama de uma Vagabunda Vol. 1 |EM REVISÃO|Onde as histórias ganham vida. Descobre agora