Capítulo 22 - Mateus

Start from the beginning
                                    

Passei a manhã de pijama assistindo beisebol com o meu pai no canal fechado da tevê e comendo pizza como nos velhos tempos.

Quando eu estava prestes a sair da casa do meu pai recebi uma mensagem da Amora que me fez sorrir.

Hoje a noite. Na minha casa. Jantar informal. Não se esqueça!!
Amora

- Eu sei o que você sente por ela - meu pai surge atrás de mim e diz.

- O quê? - pergunto curioso.

- A melhor parte é descobrir isso sozinho.

Termino de arrumar minhas coisas e contínuo a pensar nas palavras do meu pai. O que será que eu sinto pela Amora?

- Já vai pirralho? - Luís que até então estava dormindo diz me fazendo voltar para o mundo real.

- Já deu minha hora, você que acordou atrasado. E eu não sou pirralho, nós temos a mesma idade.

- Não sei se você esqueceu mas eu sou mais velho por cinco minutos - ele diz sorridente como se estivesse ganhado algum prêmio por isso.

- Você não vai comigo? - pergunto a ele que já está na cozinha procurando algo pra comer.

- Hoje não, fala a mamãe que eu passo por lá um dia desses na semana - ele diz com desdém.

- Me espera pra que a gente possa se ver.

- Você e suas melosidades. Para de ser fresco Mateus - ele fala com deboche pra me provocar.

- Tudo bem então, eu não preciso de muito mais que um espelho pra te ver - rio da cara de fúria dele. O Luís odeia quando eu digo que somos iguais.

Entro no carro do meu pai e em vez de me levar pra casa ele vai em direção ao shopping.

- O que a gente veio fazer aqui? - falo assim que ele estaciona o carro.

- Você veio comprar um presente pra sua namorada - ele diz como se fosse a coisa mais natural do mundo, não sabendo ele que a Amora nem merece um presente.

- Mas o que eu vou comprar? - pergunto tentando pensar em uma desculpa pra não ter que fazer isso.

- Tem uma loja de jóias aqui, onde eu sempre comprava presentes para a sua mãe - ótimo agora ele vai usar o relacionamento fracassado dele como exemplo para o meu relacionamento de mentira.

- Eu acho que não precisa, a Amora é muito simples, ela não gosta de nada sofisticado - digo mas ele continua andando em direção a loja.

- Se ela disse isso é mentira, toda mulher gosta, mas se realmente for verdade a gente pode comprar algo mais simples.

- O senhor não acha muito exagero da minha parte chegar em um jantar informal com uma jóia?

- Claro que não, ela vai ficar toda boba pro seu lado.

- Vai? - sinto uma ponta de esperança invadir meu peito - Não, ela não é assim - um surto de realidade toma conta de mim novamente.

- Siga a voz da experiência.

Enfim chegamos na loja. Meu pai parecia já saber o que eu devia comprar. Ele foi em direção a um balcão da loja onde uma atendente estava a espera de um cliente.

-Boa tarde - meu pai a cumprimentou e eu fui procurar um lugar para me sentar.

Poucos minutos depois ele voltou com uma pulseira que me parecia familiar.

Eu definitivamente não gosto de vocêWhere stories live. Discover now