Respeite seus pais

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Relato de um : Respeite seus pais.

Não vou dizer se é real ou não, pois cada um pode entender de diferentes jeitos, mas sem duvidas é atormentador, a história de Luiz, o filho ingrato. Foi encontrado em forma de diário nas ruínas de uma casa condenada.

03/04/1912.
Entro em meu quarto bufando de raiva e ódio, sei que para alguém de minha idade não é normal sentir isso, mas ainda sim eu sinto, quem ela pensa que é gritando comigo daquele jeito? Ela se acha a dona da razão, quer sempre estar certa e sempre me dar ordens, meu pai sim era um grande homem, mas desde que ele morreu, ela não faz outra coisa se não mandar em mim, queria fugir, e fico feliz por faltar apenas dois anos para eu completar a maior idade e sair daqui.

06/04/1912.
Odeio escrever esse diário, mas meu professor me disse que seria uma boa colocar meus pensamentos em algum lugar.
Que raiva, hoje ela me disse para ajudar nas tarefas domésticas, ela não vê que eu estudo e trabalho meio período? O que mais ela quer de mim!?

08/04/1912
HAHAHA, ela me disse que me ama e que se preocupa comigo, que só quer meu bem.
Pro inferno com isso, a única coisa que eu quero é sair um pouco da presença dela, vou até a biblioteca ler alguma coisa, afinal lá deve ser melhor do que aqui.

09/04/1912.
Como sempre me deixei levar pela empolgação, ontem fiz um ritual do livro, no livro não dizia o que ele faz, apenas tinha o título de "Criança triste". Envolvia velas riscos no chão essas coisas, mas foi apenas perda de tempo, a única coisa que consegui foi outra bronca dela, que quando chego das compras me viu com o livro em mãos e me fez limpar os riscos do chão, Megera.

12/04/1912.
Droga ela devolveu o livro para biblioteca. Tudo bem, aquela coisa nem funcionava mesmo, não fiz nada de mais hoje então não tenho muito que escrever aqui, deixei Leite fervendo no fogão, um copo de leite sempre me ajuda a dormir.

12/04/1912.
Não acredito, ela tomou meu leite ontem à noite. Sabia ela nunca me enganou com aquele olhar de boazinha, mas não a confrontei por isso, afinal quando eu fui ver o leite não estava mais lá. Sei que ela bebeu, acho que foi por falta do leite que eu não consegui dormir bem ontem à noite.

17/04/1912.
Chega, já faz cinco dias que ela está roubando meu leite. Vou tirar satisfações com ela, afinal já faz cinco dias que estou tendo pesadelos, acredito ser devido à falta de leite.

18/04/1912.
Estranho ontem à noite ela jurou que não tomou leite que fervia, sei que ela está mentindo, mas é como se uma parte de mim acredita-se nela, mas tenho problemas maiores agora, tem um buraco na parede que faz com que um ar muito gelado chegue ao meu pescoço durante a noite, mas o estranho é que durante o dia eu não encontro esse buraco... Amanhã eu procuro melhor, agora deixa eu ir preparar meu leite.

20/04/1912.
Já faz um dia que eu não escrevo nada, ainda estou tentando esquecer e entender o que aconteceu na noite do dia 18, mais uma vez beberam meu leite, e minha mãe não estava em casa me assustei com a situação e logo me convenci que algum gato deve ter entrado aqui e tomado o leite.
Ao me preparar para dormir sentir falta da segurança que presença daquela mulher me faz sentir, mas minha mãe teve que dormir fora esta noite, devido à negócios. Melhor pra mim a presença dela me da segurança mas também me dá raiva. Mas então o inexplicável aconteceu, aquele vento gelado no pescoço me fez acordar, ainda meio sonolento, girei na cama e procurei pelo interruptor na parede, ao acender a luz o vento gelado logo para, e eu olho para o lado quando vejo uma jovem crianças, de cabelos loiros, olhos com bordas brancas e centro negro, com gelo bigode de leite em seu rosto. Ela se aproxima de mim e fica tão próxima que duas gotas de seu bigode de leite cai e minha testa. (O leite está fervendo mas eu não dou atenção) Não sinto medo, apenas um grande arrepio que percorre por minha coluna. Ao chegar perto de meus ouvidos ela diz as seguintes palavras: "Se você não a quer vou pegar ela pra mim". Em um tom tão inocente que chegava a assustar. E então eu acordei dando um pulo da cama, e fui ao banheiro. Ao me olhar no espelho vejo duas marcas de queimadura em minha testa, ainda estava um pouco úmida, eu provei... Tinha gosto de leite.

21/04/1912.
Finalmente estou tranquilo, minha mãe voltou hoje. Melhor não contar pra ela o que aconteceu, afinal não quero que ela se preocupe comigo, quero apenas ela aqui para me dar segurança, e finalmente vou ter coragem para dormir de novo. Venho tendo pesadelos, onde estou sozinho em uma casa abandonada e aquela criança aparece e começa a rir de mim.

22/04/1912.
Minha mãe não chegou ontem, talvez ela deva ter se atrasado, sei que ela vai chegar daqui a pouco.

30/04/1912.
Já faz nove dias que ela deveria ter chegado, ela só está um pouco atrasada. Consegui voltar a dormir, mas venho tendo muitos pesadelos onde estou sozinho em uma casa abandonada, e aquela criança e começa a rir de mim. Sinto falta da minha mãe.

31/04/1912.
Recebi hoje uma carta de uma tia, ao abrir a carta não consegui conter minhas lágrimas e entrei em desespero, minha mãe havia cometido suicídio. Na carta minha tia dizia para pegar minhas coisas e ir morar com ela, sentei em um canto e comecei a chorar. Me senti responsável por ela cometer tal ato, fiquei em posição fetal balançando pra lá e pra cá na parede, até que sem querer bati com a cabeça na mesinha do corredor enquanto estava sentado, de um fundo caiu um livro, o livro dos espíritos. Junto com ele um bilhete, era a letra da minha mãe dizia: Querido Luiz, saiba que se faço isso é por que te amo, mesmo que você não de valor a esse amor eu sempre te amarei. Já há dias que venho sendo atormentada por uma estranha criança que só existe em meus sonhos, uma criança que eu sei que é real, eu sinto. Ela me diz que vai te machucar, a menos que eu parta com ela, eu prefiro morrer a te ver machucado, não posso fazer isso perto de você e já suportei tempo de mais esse espírito que me segue em sonhos, sempre vigiarei por ti meu filho. Com amor, Mamãe.

E no final do bilhete havia uma uma escrita quase ilegível. Dizia: Ela está comigo agora.

15/04/2012.
Já faz um século que estou aqui sentado, esperando que minha mãe retorne. Acho que ela não vai retornar, preciso de uma mãe, estou muito triste... Agora me diga como anda seu relacionamento com sua mãe? Vocês brigam muito? Se você não a quer...

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Creepypastas - Relatos Sobrenaturais. (Postagens Semanais)Where stories live. Discover now