A Dona Poliana, é uma senhora que cuida sozinha da sua neta, a Júlia. Quando ela precisa sair, sempre me deixa como babá da menina.

Depois de almoçar inicio minha tarde nos estudos. Reviso todas as matérias que eu dei pela manhã na escola e respondo as atividades.

Quando me dou conta já são 15 horas da tarde. Pego meu skate e saio em direção a casa da Dona Poliana.

Toco a campainha e logo escuto o latido dos cachorros.

- Só um minuto Amora, a vovó já está vindo - ouço a Júlia dizer de trás do portão.

- Tudo bem Juju - respondo.

Depois de alguns segundos a Dona Poliana aparece com seu avental de bolinhas todo sujo do que parecia ser massa de bolo.

- Olá Amora, pode entrar - ela diz assim que abre o portão para mim.

- Não precisa, eu não vou demorar.

- Mas é claro que precisa, entre, a Júlia vai amar ver você aqui - como resistir uma velhinha fofa te chamando pra entrar?

- Amora - a Juju grita e vem correndo ao meu encontro - eu estava morrendo de saudades de você, porque você sumiu? - ela me dá um abraço apertado.

- Eu não sumi, eu estou bem aqui.

- Vem comigo - ela me puxa pelo braço - eu quero te mostrar como o Tito está lindo - vou até o quintal ainda sendo puxada por ela.

- O que aconteceu com o Tito? - pergunto.

- Ele foi atropelado por uma motocicleta. Enquanto passeava comigo e com a vovó ele se soltou da coleira e atravessou a rua. Eu fiquei muito preocupada com ele, pensei que o Tito fosse morrer - ela diz e percebo o quanto estava triste só de lembrar daquilo.

Me inclino para poder ficar da altura dela e passo o braço ao redor de seus ombros.

- Mas agora está tudo bem, não é? O Tito já se recuperou e está correndo e brincando de novo.

- Verdade, um moço bem legal cuidou direitinho dele. Agora vamos brincar antes que você tenha que ir - e mais uma vez ela me puxa pela mão.

Depois de brincarmos de boneca e de todas as coisas possíveis para a imaginação de uma criança de sete anos, a Dona Poliana nos chamou para comer bolo de chocolate com suco de laranja.

- Está ótimo, como sempre - digo após comer mais um pedaço da fatia de bolo que ela me deu.

- Verdade, o bolo da vovó é o melhor - Júlia diz.

- Muito obrigada meninas, me sinto muito satisfeita ouvindo isso de vocês.

- Amora - Júlia fala me fazendo olhar para ela - eu fiz um desenho de você, vou pegar - então ela saí correndo.

- E aí Dona Poliana? Como ela está? - pergunto me referindo ao trauma que a Juju sofreu quando era bem pequena.

- Ela ainda está tendo aqueles pesadelos que a deixam com insônia, mas apesar disso está tudo bem, a última conversa que você teve com ela ajudou muito, obrigada - ela aperta minha mão em sinal de agradecimento.

Me despeço delas depois de receber meu pagamento e o desenho que a Júlia fez de mim

- Tchau Juju, obrigada pelo desenho - dou um abraço apertado que a faz tirar os pés do chão.

- Você não pode ficar mais um pouco? - ela diz com uma voz triste.

- A Amora precisa ir querida - Dona Poliana diz e passa o braço ao redor do ombro da neta.

Eu definitivamente não gosto de vocêWhere stories live. Discover now