Capítulo 3

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Mia

Por um momento eu desconfio que estou ainda presa em um daqueles malditos pesadelos em que ele me apavora toda noite.

Porque, de que outra maneira eu estaria ouvindo Lukas Constantini me dizer que eu poderia ajudar me casando com ele?

Mas ele disse. Eu ouvi bem.

Embora não faça o menor sentido.

–O quê? Está louco? – ando em sua direção sem mesmo me tocar disto.

Enquanto espero sua resposta, fico pensando em que momento ele vai começar a rir e dizer que está fazendo uma piada.

Mas em vez disto, ele segura meus pulsos e me puxa para sentar no banco de novo, me encarando com uma expressão estranha.

–Minha mãe me deixou uma herança. Mas os termos do testamento dizem que eu só posso receber o dinheiro quando eu fizer 30 anos ou quando me casar.

–Você não tem trinta anos. – afirmo, resolvendo entrar naquela conversa maluca. Ainda há uma parte de mim que espera que tudo seja uma grande gozação; Olha só, quem diria que Lukas Constantini era engraçado?

–Eu tenho 25.

–Então precisa se casar.

–Sim.

E ele me encara como se isto fizesse muito sentido e eu estivesse entendendo tudo.

Mas ele só pode estar brincando, não é?

–Espera, isto não é uma piada?

–Mia, você acha mesmo que eu estou com cara de quem está fazendo piada?

–Mas isto que está falando é um monte de absurdo!

–Sim, eu acho que concordo com você em termos. - ele comenta como se falasse consigo mesmo. – Mas eu tenho pensado tanto nisto, em como posso burlar este testamento e você está aqui, e seu pai foi quem me colocou nesta enrascada, então, por que não? Eu preciso de uma esposa e você, Mia Agnelli, pode me ajudar. Não era isto que queria?

Deus, ele está mesmo falando sério.

Eu empalideço de horror.

–E você acha mesmo que eu iria me casar com você? Eu tenho 17 anos!

–Porque se não se casar comigo, eu tirarei tudo o que você e sua mãe tem. E mesmo assim ainda ficarão me devendo.

–Está me obrigando a casar com você. – murmuro, sentindo meu estômago revirar.

Estou acordada, mas mesmo assim me sinto num pesadelo.

–Não. Estou te dando uma opção.

–Isto não faz sentido. Por que não escolher alguém como você? Aposto que deve ter muitas mulheres dispostas a serem a senhora Constantini.

–Eu não preciso de uma esposa de verdade. Um casamento de verdade. Não quero criar nenhuma expectativa ou ter alguma obrigação emocional. Não tenho tempo nem disposição para isto agora. Eu preciso apenas me casar para cumprir as obrigações do testamento do meu pai.

–Então, seria apenas um casamento de fachada?

–Claro que sim. Apenas um contrato.

–Por quanto tempo? - eu me sinto muito maluca por estar tentando achar um sentindo no que ele diz.

–O testamento exige que eu fique casado por cinco anos.

–Cinco anos!

–Eu não exigiria nada neste tempo. Você poderia acabar seus estudos, escolher uma faculdade e depois estaria livre para seguir sua vida.

Longe do Paraíso - DegustaçãoWhere stories live. Discover now