A visita

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Ao abrir a porta,depara-se com Rubens coberto por um lençol branco e com os olhos fechados. Ela entra lentamente com medo de acordá-lo, assim que fecha a porta, sente que Rubes a encara.

- Oi, Tula! Como você está mais linda do que era. -Elogia ele.

- Obrigada, Rubens. Você nos deu um susto. -Diz ela se aproximando da cama para cumprimentá-lo.

Quando ela se inclina para beijá-lo na face, ele vira a cabeça quase tocando-a nos lábios, mas Tula desvia rápido.

- Por favor, Rubens. Meu marido está aí fora...

-Mas o que ele veio fazer aqui?! - Pergunta contrariado.

Tula se afasta e faz sinal para que ele abaixe o tom da voz.

- Por favor!

- Tula, o que o seu marido veio fazer aqui?

- Rubens, meu marido me trouxe e nós sempre estamos juntos...

- Mas ele precisava vim? Você quer o quê? Esfregar seu casamento perfeito na minha cara?

- Já te falei que não existe casamento perfeito e se for para discutir, prefiro sair. Você está sendo indelicado! - Diz ela mostrando seu descontentamento.

- Por favor, Tula, vem aqui. Chega mais perto de mim... Me desculpe... Sei que me exaltei. - Rubens muda o tom de voz e se mostra mais gentil.

Tula volta a se aproximar e segura a mal estendida de Rubens.

- Peço a você que não me pressione. Apesar de não querer mais continuar casada com Henri, ele ainda faz parte da minha vida.

Rubens a encara sério e alisa a mão de Tula..

- Sei... Eu perdi você, sei disso e a culpa foi minha. Mas não posso suportar saber que você ainda dorme com esse cara!

- Rubens, por favor! Esse cara é o meu marido! Eu devo a ele respeito...

- Você acredita que ele nunca a traiu?! É isso mesmo, Tula? Um homem mundialmente conhecido, boa pinta, com dinheiro, sempre no meio de mulheres bonitas... e ele seria fiel?!

Tula puxa sua mão das mãos de Rubes um pouco assustada com a possibilidade de ter sido traída por Henrique.

- Você não conhece meu casamento. Henrique não me trairia!

- Não mesmo? Será?

Tula vira para a janela do quarto, ajeita sei longo cabelo e tenta com esse gesto deixar de encarar os olhos negros de Rubens. Não queria aceitar que ele talvez estivesse certo. Afinal, por mais que seu marido demonstrasse sempre muito desejo por ela, que sempre estivesse preocupado com suas necessidades, ela não podia garantir que nesses anos todos de relacionamento, ele não a tivesse traído. Foram tantas modelos, cada uma mais linda do que a outra, tantas que ele viu com roupas sexys, sem roupas, em poses sensuais...que seria impossível ele não se sentir atraído. E todas elas dariam um braço por ter uma oportunidade com seu marido.

- Rubens, vamos mudar de assunto. E como você está?

- Estou assim como você está vendo e o pior que não posso sair desta cama para lutar por você. Preciso de você, Tula!

- Pare, por favor com isso, Rubens. Você me deixa confusa, me pressiona.

- Você não sente minha falta?

De repente a porta abre e Henrique olha para Tula e pergunta :

- Sente, Tula?!

Tula olha para seu marido e Rubens sem saber o que falar e seu marido volta a insistir :

- Diga-lhe, Tula!

-Sinto! Fomos ótimos amigos no passado. Claro que sinto falta do meu amigo! - Responde exaltada.

Henrique a olha sério e se volta para Rubens :

- Henrique Kruger, esposo de Tula! - Apresenta-se indo até Rubens.

Os dois homens trocam cumprimento enquanto Tula os encara tremula.

-Prazer, Rubens. Quase um primo de Tula.

Então Henrique com o seu charme costumeiro passou a conversar com Rubens ignorando a esposa por alguns minutos. Até que se vira e fala:

- Vamos, querida?

Ela ainda trêmula com toda aquela situação, concorda com ele.

- Vamos sim. -Vira-se para Rubens. - Então... fica bem, Rubens. Já sabe se necessitar algo, é só avisar a minha tia.

Tula se despede de Rubens com um beijo no rosto e Henrique com um aperto de mão, saindo os dois do quarto. Ao entrarem no elevador, ela se vira para o esposo e pergunta :

- Você estava escutando atrás da porta?!

- Não sou esse tipo de pessoa, Tula. Você deveria saber disso! Mas por que a pergunta? - Pergunta desconfiado.

- Você entrou tão de repente...

- Sim, entrei porque já era o momento de trocarmos e achei estranho a pergunta de seu amigo. Apenas isso!

- Sei...

Assim que o elevador se abre, Henrique segura a mão da esposa e a conduz para fora do hospital. Logo que chegam ao carro,o marido pergunta-lhe:

- Você vai comigo para tomar algo e assim relaxar um pouco, Tula?

- Já disse que não estou com ânimo para relaxar, Henrique. Se você quer sair para relaxar, fique à vontade. Apenas me deixe num ponto de táxi.

Henrique a olha sério :

- Te levo em casa. Nunca deixaria você tomar um táxi, eu podendo levá -la. Cada dia você me surpreende mais, Tula. Parece que não nos conhecemos mais...

-Desculpe, Henri.

Ela verdadeiramente envergonhada com sua atitude diante do marido. Os dois vão em completo silêncio até o a casa deles.

Ao chegarem, Henri a deixa na frente do portão e sem nenhuma palavra segue com o carro. Precisava tomar algo, vê gente, distrair-se. Desde que a mulher havia pedido o divórcio ou melhor desde que de uma hora para outra ela havia se transformada daquela mulher feliz, interessada em sexo com ele e companheira naquela mulher distante, que fingia orgasmo e que dizia não amá-lo mais... ele havia perdido o seu chão. Como abrir mão da mulher da sua vida e sem ao menos entender o porquê.

Tula se fixa no carro do marido se afastando e as dúvidas começam a povoar seu ser. Onde ele iria relaxar? Será que talvez não buscaria relaxar nos braços de alguma jovem modelo? Preferia não pensar e nem sentir aquela desconfiança... Mas como mandar em suas emoções? Apenas sabia que precisava ser livre para poder viver aquela relação que um dia tanto foi importante para si. Não podia se enterrar num casamento em que no final havia servido apenas para adormecer seus sentimentos por Rubens. Afinal ele havia se apaixonado por sua prima e ela não soube o quê fazer com sua vida e com seu amor. Dessa forma se jogou nos braços de Henrique e se convenceu por muitos anos que o amava. Agora sabia que não era bem assim... Sabia que o havia usado, não se sentia orgulhosa por isso, mas naquela época foi preciso... E agora queria viver tudo que foi interrompido, precisava viver. Ela precisava....

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Oi, gente.

Tula cada vez mais confusa. Alguém imagina o quê vai acontecer com esse casamento?

Beijos e até o próximo capítulo. Ahhhj, não deixe de dá as estrelinhas lindas e de avisar as amigas que " Tula " já está disponível para que acompanhem.

Janete Cléa

Tula (INCOMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora