– Não se preocupe, eu vim um pouco mais cedo. – Sorri tranquilizando-o e me sentei em uma das cadeiras que havia a frente de sua mesa. – Mas se você quiser já podemos ir.

– Sim, por favor. – Ele se sentou em meu colo e passou os braços em meu pescoço. – Eu não aguento mais esperar, minha mãe está me deixando louco com tantas perguntas. – Nós rimos juntos e ele se levantou para que finalmente pudéssemos ir.

Estávamos no saguão do prédio, prontos para sair quando meu pai veio até nós com um sorriso impecável no rosto.

– Louis, meu garoto, vai ver o meu netinho agora? – Vi Lou abrir um sorriso tímido por conta do apelido e ele assentiu. – Não esqueçam de nos mandar notícias assim que souberem de algo. Melhor... – Sua animação pareceu triplicar. – Venham jantar conosco essa noite.

– Seria ótimo. O que acha, Lou?

– Tudo bem. Eu falei para minha mãe que faria uma visita, mas podemos ir lá sim. – Meu pai concordou feliz e nós finalmente partimos.

Ainda ficamos um tempo na sala de espera do consultório. Tempo em que Louis encostou seu corpo ao meu e eu o abracei, acariciando suas mãos que estavam enlaçadas na minha. Eu amava o fato dele estar tão próximo a mim nesses últimos dias, me dava a sensação de que eu estava participando ativamente de sua gravidez.

Louis e eu mantivemos nossas mãos juntas durante todo o caminho e até mesmo quando ele se deitou sobre a maca para realizar o exame. Eu podia sentir o quanto ele estava eufórico e tentava acalmá-lo através desse toque.

O Dr. Sheeran nos cumprimentou feliz, e o exame iniciou. Mas o silêncio tomou conta da sala após alguns minutos e o médico parecia determinado a procurar algo enquanto colocava o aparelho em posições diferentes sobre a barriga de Louis, o que começava a me incomodar.

– Está tudo bem? – Louis perguntou receoso.

– A essa altura nós já poderíamos ouvir os batimentos cardíacos do bebê, mas eu não estou achando. – Ele respondeu, mas não tirou os olhos da tela. – Você sentiu algo estranho esses dias, Louis? Como um incômodo?

Louis assentiu temeroso, provavelmente incapaz de formar uma palavra e eu senti minhas pernas fraquejarem, mas me mantive firme, eu não podia fraquejar agora, embora as imagens do ômega com as mãos sobre o ventre, visivelmente incomodado começassem a preencher minha mente.

Louis tirou sua mão da minha e desviou seu olhar da tela a sua frente para se deitar totalmente, olhando para o teto como se de repente ele tivesse se tornado a coisa mais importante do mundo.

– Eu sinto muito. – Sheeran finalizou, visivelmente triste. – Não há batimentos cardíacos. – E a realidade me atingiu como um soco no estômago. Não havia mais bebê.

– O... – tentei falar, mas minha voz saiu fraca e eu recomecei. – O que você acha que ocasionou isso, doutor?

– É difícil dizer. Geralmente a primeira gravidez é sempre mais complicada, às vezes acontece casos como esse.

– Qual é o problema comigo? – Louis disse ainda olhando para o teto, sem deixar nenhuma emoção transparecer em seu rosto.

– Não há um problema com você, Louis. – O médico disse carinhoso. – Você é saudável, foi uma fatalidade. Vocês poderão tentar novamente daqui a dois meses.

O exame foi finalizado e o doutor passou remédios para que o ômega tomasse e seu útero expelisse o feto, por fim, após explicar como tudo funcionaria, Louis foi liberado, mas o doutor queria falar comigo, então ele saiu da sala calado e eu imaginei que tivesse ido até o carro.

After the dream - l.s (a/b/o)Where stories live. Discover now