Capítulo um.

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- Hm...Tchau. - disse contrariada.

Achei aquilo engraçado, divertido. Nunca imaginei que ele iria me ligar novamente.

***

Uma semana depois.

O celular tocara enquanto Júlia fazia um penteado em meu cabelo. Pedi que ela parasse e olhei o telefone, vendo um número desconhecido. Bom, nem tanto.

- Alô? Quem é? - perguntei logo.

- Sou eu Juliana, quem te ligou na semana passada por engano. Meu nome é Diogo.

- Ahn, tá. - sorri involuntariamente, por reparar que ele sabia ainda meu nome. Ou meu nome falso... Enfim, sem dúvidas ele tinha deixado meu número salvo na memória do seu celular - Ainda lembra do meu nome...

- Sim. Te liguei pra dizer que eu escolhi o quarto com lareira, como você tinha recomendado...

- Ahn,sim. - disse e vi Júlia me imitando com mímica na minha frente. Lhe joguei a almofada - Preciso desligar, estou ocupada.

- Não. Olha...eu queria sair com você. Marcar algum lugar...quero te conhecer.

- Como sabe que moro aqui em Los Angeles? - perguntei.

- O código. - ele simplesmente respondeu, e eu me chamei de burra mentalmente.

- Não, não posso. - desliguei rapidamente porque não queria prolongar aquele papo.

- Nossa, já foi? - Júlia perguntou.

- Desliguei na cara dele. - falei olhando pro celular.

- Por quê? - perguntou.

- Ele quer me conhecer. E eu nem sei quem é, Júlia.

- Você tá desperdiçando suas chances...Vai que ele pode ser o pai de seus filhos?

- Cala a boca, garota e continua esse penteado... - falei achando graça do que ela falara.

***

Diogo, como tinha se apresentado, chegou a ligar pra mim umas cinco vezes durante a semana. Sempre ligava nas piores horas. Ou me tirava do banho, ou acabava fazendo com que eu saísse da reunião da empresa. Eu, mesmo sem atender já desligava. Embora essa situação me deixasse um pouco assustada, algo na voz dele me mostrara que ele podia ser interessante: a sua maneira de falar, o português correto, a educação...

Numa manhã de sábado, depois de muitas recusas a atender o maldito telefone, decidi dar uma chance e o atendi.

Já depois do nosso terceiro telefonema, ele me contou que tinha 22 anos, que namorava mas tinha se separado. Contou-me também que era músico e tinha posses. Não que fossem importantes para mim saber das posses e do que ele fazia. Mas, já era uma garantia de algo. Seu discurso era coerente, mas fiquei me perguntando se, na verdade, ele não era um pé rapado qualquer e estava me enganando.

-Podíamos nos encontrar no shopping. - disse pra ele, que soltou um barulho de surpresa.

- Sim, claro. Finalmente resolveu me conhecer... - ele disse brincalhão.

***

Marcamos no shopping porque era um lugar cheio de gente familiar para mim. Qualquer problema, poderia pedir socorro.

Não revelei meu nome verdadeiro e também menti sobre a roupa que eu estaria usando. Disse que estaria toda de preto, mas coloquei um casaco de couro marrom por cima. Quando ele me perguntou qual era a cor do meu cabelo, respondi que eu era loira. Mas meu cabelo na verdade é escuro. Perguntou-me se eu era magra. Falei que não. Mas sou. Falei literalmente tudo ao contrário.

Fui até o shopping com o coração batendo rápido. Ao mesmo tempo em que estava assustada, mas também sentia curiosidade. Me sentia como uma adolescente, em uma aventura, indo encontrar um pretendente. Estranha sensação...

Por outro lado, Diogo aparentemente fora fiel na sua descrição: disse que estaria de blusa azul com uma listra preta, de calça comprida e de tênis. E que seu cabelo era claro.

Eu não conseguia imaginar como ele era. Como eu não estava falando a verdade pra ele, pensava que ele podia muito bem estar fazendo o mesmo comigo, e que ele poderia não ser tão interessante quanto a descrição que ele havia feito de si no telefone. No fundo eu estava pensando que ia dar tudo errado.

Me programei pra chegar atrasada no encontro, pois queria despistá-lo, e qualquer que fosse o problema, eu poderia muito bem sair correndo e esquecer o encontro.

Olhei para as mesas do café. Muitos homens sentados sozinhos. Só o reconheci por que ele me ligou perguntando aonde eu estava. E preferia não ter reconhecido agora, pois...ele era indêntico ao cara do meu sonho. O que falava que era o amor da minha vida.
Não..não era possível...isso estar acontecendo comigo...Isso que era o sonho virar realidade. Senti minhas pernas mais bambas ainda e meu coração bater rapidamente. Nunca achei que fosse sentir tudo isso de uma vez. Nem quando eu beijara pela primeira vez tinha ficado assim. Tomei coragem e força nas pernas e fui até ele.

- Olá, boa noite. - disse conseguindo sua atenção.

- Boa noite...Julliet? - ele se levantou logo e beijou minha mão. E eu olhando-o firmemente. Incrível. Parecidíssimo com o cara do meu sonho. Era ele?

- Não sou Julliet. - respondi com dificuldade e ele franziu a testa, enquanto puxava uma cadeira pra mim - Meu nome de verdade é Natália.

Ele abru um sorriso encantador enquanto se sentava de frente pra mim. Estranho, porque pensei que ele pudesse me chamar de falsa, mentirosa...mas não. Pelo contrário.

- Você mudou a cor do cabelo? - ele começou a conversa.

- Não, eu sempre fui morena. - ri fraco - Outra mentira.

- Bom, de qualquer forma achei seu cabelo bonito. - ele cruzou os braços em cima da mesa.

- Obrigada. - desviei meu olhar do seu e ficamos em silêncio. Ele era uma pessoa simpática. E um verdadeiro gentleman.

- Quer pedir? - Diogo perguntou.

- Sim, claro. - respondi educadamente, prestando atenção nele enquanto ele se virava à procura de algum garçom. Braços perfeitos, não tão grandes mais perfeitos para mim, para me abraçar e...Foco Natália, por favor.

Depois do nosso pedido chegar, logo perguntei sobre a mulher que ele tinha levado para aquela tal 'cabana'.

- Não é minha namorada, se é isso que você quer saber. Sou solteiro. - ele piscou pra mim e bebeu do seu capuccino.

Bom, ele não quis estender essa conversa. Fiquei desconfiada.

- Eu achei você surpreendente. - ele tentou pegar em minha mão mas a afastei. Ele percebeu que eu não queria contato físico - Você é muito mais do que eu esperei. - Está com medo? - ele perguntou apontando minha mão.

- Não, só acho que podemos só ficar assim, na conversa.

Ele concordou e começou a falar da vida dele. Talvez estivesse falando bastante para me fazer sentir mais segura, sabe?

- Posso pedir a conta? - ele tocou minha mão com a sua.

- Sim, pode.

Ele não deixou eu pagar o que eu havia consumido. Prometeu que dividiria o próximo. Mas acho que era mentira, porque ele disse um:'Nunca' baixinho. Na hora da despedida ele tentou me dar um selinho, mas eu virei o rosto e só o que ele conseguiu foi um na bochecha. Eu preferia ir devagar com as coisas. Mesmo que meu coração e meu sonho estivessem me empurrando para aquele homem.

***

[Notas da autora]: Hello pessoas!
Nova história, essa será uma shortfic, e provavelmente terá até 5 capítulos.
Espero que gostem deste romance <3
Votem e comentem. please!
Beijos a todos!

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⏰ Última atualização: Aug 12, 2016 ⏰

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