O engano da vida dele

Capítulo um.

"Eu corria naquela areia amarelada faziam alguns minutos.. Estava sozinha naquela praia. E isso, aumentava ainda mais a minha solidão.

- Natália? - olhei em volta e não achei o dono da voz. - Natália? Aqui! - olhei em uma direção onde algo chamara minha atenção: um homem vinha em minha até mim e parava na minha frente, com a boca entreaberta, respirando fundo para recuperar o ar perdido durante a corrida.

- Onde estava indo?

- Estava procurando alguém... - o examinei, dando atenção aos traços bonitos do seu rosto - Quem é você?

- Eu? - ele riu - Eu sou o amor de sua vida, Natália. Vim de Los Angeles só pra te encontrar aqui."

- NATÁLIA ! - ouvi uma voz diferente, chamando meu nome. Ou melhor, gritando. Era Júlia.

- Ahn...que foi? - perguntei sonolenta.

- Acorda! - ela fez o que eu mais odiava, puxou o cobertor que me cobria.

- Poxa, eu estava sonhando. E você não deixou eu ouvir e ver o final. - reclamei.

- Uhum, tá, diz aí quem estava no sonho dessa vez...

- Era um homem muito bonito que dizia que era o amor da minha vida e...

- Você sempre sonha com um desses, Natália. - ela disse enquanto dobrava os cobertores.

- Não! Dessa vez esse me disse onde morava.

- Sério? Deu o endereço? - ela perguntou interessada.

- Não foi bem isso...ele disse que era daqui de Los Angeles.

- Porra, boa sorte na procura aí, hein. - ela fez um 'ok' com as maõs e voltou ao estado de: 'essa minha amiga é louca e eu não acredito que ela conheça esse homem do sonho dela'.

Fiquei brava com o que ela falara. Será que depois da decepção que tive com Jake eu não iria ter mais ninguém na minha vida?

- Eu mereço um milagre para desencalhar. - murmurei.

- Tem razão. Você só tem tido nos últimos meses sonhos e mais sonhos com homens que nunca dão em nada. Se esses sonhos fossem pelo menos eróticos...

- Júlia! Cala a boca, esquece o assunto. Já vi que esse sonho vai ficar só por isso mesmo. Era um cara gato, que mora aqui em Los Angeles, e que só é fruto da minha imaginação...

Duas horas depois já estávamos entrando na editora em que trabalhávamos. Tínhamos uma reunião agora e corríamos contra o relógio. Entramos na sala e logo o chefe deu início a reunião. No meio dela, senti meu celular vibrando. Com cuidado, pedi licença e fui atendê-lo. Olhei para o visor...número desconhecido...

- Alô?

- A nossa cabana tá reservada naquela pousada, para essa sexta-feira, ok? - PERAÍ! CABANA DE QUEM? QUANDO? - Sem lareira dessa vez...

- Acho a sua escolha um pouco romântica... - disse tentando continuar o papo. Mesmo sem ter a mínima noção de quem era - Eu acho que a lareira é um item fundamental para o sucesso de um fim de semana romântico.

- Quem está falando? - acho que ele percebera que não conhecia minha voz.

- Eu. - foi só o que eu respondi. Afinal...não conhecia ele.

- Qual o número do seu telefone? - ele perguntou curioso.

- Já está registrado aí no seu telefone. Basta olhar depois.

- Qual o seu nome?

- Juliana. - menti.

- Desculpa, foi um engano. Tchau.