- Kate - perguntou Matt e eu o encarei, merda, só me falta ele ter percebido, só me falta ele ser um X-man. - você ta bem?

- Tô, tô ótima, por quê? Eu não pareço estar bem? - falei com a voz um pouco trêmula. Cara, a minha falta de capacidade de parecer normal as vezes me impressiona. - porque eu to bem, nunca estive melhor. Acho realmente estranho você pensando que tem alguma coisa errada comigo e...

E eu tive um sonho erótico com você ontem, a propósito, ótima pegada, ta de parabéns.

- E? - perguntou ele franzindo o cenho.

- Nada - falei. - eu vou pra sala, tchau.

- Eu vou com você - disse Matt agarrando meu braço para se levantar. Flashes do sonho vieram na minha cabeça com o toque, senti meus pelos se arrepiarem.

- Nã... ok - falei antes que começasse mais um dos meus monólogos nem um pouco esclarecedores.

Ele me olhou profundamente, como se estivesse tentando ver o que eu estava escondendo,. Juntei todas as minhas forças para retribuir o olhar sem me lembrar do sonho. Mas não deu certo. Mais flashes vieram em minha cabeça.

Fomos caminhando lado a lado, eu acelerava o passo na esperança de chegar antes, mas era como se eu estivesse esquecido como que se anda, então fiquei mais lerda ainda.

- Kate, caralho - falou ele puxando meu braço antes de eu entrar na sala, que estava tão perto. Fechei os olhos com força e depois os abri, olhando para Matt.

- Oi - falei.

- O que houve? - perguntou ele.

Ah, sei lá. Eu SÓ estou tendo praticamente um orgasmo toda vez que olho para você.

Quando estava prestes a responder que não tinha acontecido nada, a Sra. Clavis apareceu da porta da minha sala.

- Sra. Monroe, será que você pode deixar de namorico e entrar na minha sala? - perguntou ela clara e grossa. - e você, Mitchel, vá para sua sala.

Franzi os lábios para Matt, como em um pedido de desculpas e entrei na sala muito aliviada. Até que a cara de sapo não é completamente má. Odeio ela menos.

Me sentei no meu lugar de costume e peguei as coisas da aula. Passei o horário inteiro pensando em certos olhos cor de mel e em cabelos castanhos macios. E naquela boca. Grrr. Eu preciso me tratar. Ou me matar.

Olhei qual seria o próximo horário e gelei assim que eu vi. Educação física. E uma imagem do Matt sem camisa me veio a cabeça junto com uma sensação boa, mas logo percebi que talvez a sensação boa seja uma ruim, pois vou ver Matt, e minha possível cara vai me entregar. Daí vão todos saber que eu tive um sonho erótico com ele e ai eu vou ser uma puta, e uma puta mal comida. Pois eu não transei com ele - dessa vez - e daí eu sonhei com isso. Que lindo, vão todos apontar para a minha cara e rir.

Fui para o vestiário trocar de roupas, coloquei o uniforme de educação física e fui para a quadra. Alguns alunos já estavam em volta do treinador Wintley, os outros ainda não chegaram. Matt ainda não estava. Graças a Zeus. Puxei assunto com a Mindy Parker, mas ela não pareceu dar muita bola para o que eu falava, então desisti e sentei na arquibancada.

Quando todo mundo chegou o professor chamou os alunos para o meio da quadra, fui para lá e olhei para os meus pés, para não ter que trocar olhares com certos olhos cor de mel.

P.O.V Matthew

Kate estava oficialmente muito estranha, principalmente comigo. Eu devo ter feito algum caralho errado e ela ta puta, quer dizer, eu nem sei se ela ta com raiva. Só sei que ela ta me evitando. E eu definitivamente não quero ela me evitando... mais uma vez.

Eu não tinha superado a vontade de transar com ela de novo, parecia que estava ficando cada vez pior. E ela não parecia querer a mesma coisa. Então o jeito seria estuprá-la. Não, eu não posso fazer isso, ela ia me odiar, então o único jeito é bater punheta.

P.O.V Katherine

Wintley disse que íamos jogar queimado. Eu amava queimado, mas não estava afim de jogar então dei uma desculpa qualquer e me sentei na arquibancada. Matt estava de camisa, graças a Deus, mas pareceu que foi só eu falar e o universo mandou ele tirar, pois foi isso que ele fez. Fiquei encarando aquele corpo perfeito por um tempo e me forcei a olhar para meu all-star surrado e seu cadarço desamarrado, eu até poderia ter amarrado, mas estava com muita preguiça para isso.

"Matthew estava em cima de mim e me beijava como se fosse a última coisa que faria na vida, e eu o retribuía com a mesma urgência..."

Mais uma vez, o calorzinho subiu e fechei os olhos para aproveitar.

- Você não pode me ignorar para sempre - disse Matt brotando do inferno no meu lado.

- Caralho, mano - falei com a mão no coração. - que susto.

Ele riu fraquinho e colocou os pés na arquibancada da frente.

- Vai dizer o que aconteceu?

- Nada aconteceu - falei forçando sinceridade.

- Kate, eu te conheço a oito anos e sei que aconteceu alguma coisa - disse ele. - pode falar.

Ele com certeza iria rir desesperadamente, depois daria um comentário irônico e jogaria na minha cara pelo resto da vida que era o gostosão que ocupava minhas noites de sono. Revirei os olhos mentalmente para essa observação, era exatamente isso que ele faria.

- Não. Aconteceu. Nada - falei calmamente. - será que seu cérebro de mértila* pode entender?

- O que porra é "mértila"? - perguntou ele confuso.

- Esquece - falei revirando os olhos.

Ele finalmente pareceu se render, fiquei aliviada. Mas incomodada quando ele não foi jogar e continuou ali comigo, muito perto de mim. Ele estava muito perto. Merda, agora estava igual uma idiota sem saber o que dizer.

Ele finalmente quebrou o gelo quando tirou o celular do bolso e colocou os fones, Matt ofereceu um para mim e aceitei, ele colocou Blank Space de Taylor Swift e nós dois cantarolamos baixinho. Depois tocou Grenade de Bruno Mars, pelo menos ele tinha bom gosto musical. Eu conseguia me distrair do sonho quando as músicas estavam tocando, mas eu me lembrava dele em todo intervalo que demorava para Matthew escolher outra.

E ele ainda estava sem camisa. E ainda estava em cima de mim... não pera, ele não estava em cima de mim! Mas estava sem camisa. Caralho, eu tenho sérios problemas.

A aula finalmente acabou, Wintley dispensou os alunos e foi embora. Eu estava prestes a tomar medidas drásticas e precipitadas para acabar com a minha "fantasia".

Quando Matt iria se levantar para ir, coloquei minha mão no seu braço, como se fosse para ele esperar um pouco. Ele esperou, sem entender nada. Quando todo mundo saiu, em movimento rápido coloquei minhas pernas uma de cada lado do seu colo, me fazendo ficar bem mais alta que ele. Peguei em seu rosto com as duas mãos e o puxei para o meu e o beijei com urgência. Ele ficou sem entender porra nenhuma, mas correspondeu o beijo do mesmo jeito. Sua mão estava na minha cintura e desceu para minha coxa a apertando levemente, minhas mãos brincavam com o seu cabelo, como no sonho. Parti o beijo com falta de ar, encostamos a nossa testa com as respirações ofegantes.

- O que... - começou a dizer ele com um sorriso vitorioso de canto.

- Cala a boca - falei saindo de cima dele.

Bom, acho que esse sonho não me atormentará mais.

Esclarecimentos!

Mértila: gíria da série de livros Maze Runner, não tem significado próprio, mas serve de insulto.

Avisoooo!!!

Capítulo dedicado a vocês que pediram "pegação" no capítulo anterior 😂

Por esse motivo vocês deveriam me amar ❤

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