Chego em casa com muito tempo de sobra para a hora que minha mãe havia marcado de chegar. Ela falou que passaria em uma cidade antes de vir até aqui, isso me dá tempo para fazer sua comida favorita, pelo menos um prato dela já que não sou um cozinheiro nato para fazer vários pratos franceses. Consigo fazer o famoso "Coq au Vin" e um pouco de arroz para acompanhar. Minha mãe pode ser uma pessoa refinada, mas gosta de comida caseira. Salada de beterraba e repolho roxo, vinho da safra favorita dela (esse foi ela quem pediu).
Enquanto o Coq au Vin está no fogão preparo a mesa do almoço do lado de fora da casa. Tem uma porta de vidro na cozinha que leva para o quintal. Nele há uma árvore bonita onde tem um balanço pendurado e não muito longe tem a mesa redonda para quatro pessoa. Tiro duas cadeiras e guardo dentro de casa até minha mãe ir embora.
Assim que desligo o fogão a campainha toca, respiro fundo duas vezes antes de abrir. Não vejo minha mãe desde o dia em que eu fugi de casa, apenas conversamos por telefone ou redes sociais. Não vou mentir sinto a falta dela, ela sempre esteve do meu lado. E mesmo que eu não tenha feito muito para agradá-la ou algo que merecesse ter orgulho ela ainda me ajuda.
Mamãe está vestida de hábito com sua saia de cintura alta preta, uma regata por baixo cinza clara quase branca e sua jaqueta branca. Óculos de sol também um hábito que ela adotou, sua bolsa preta está em seu antebraço, ela parece bem.
É claro que ela estaria bem, quem não estaria sendo mulher de um homem rico que não cobra nada?
Mamãe não precisa trabalhar desde o dia em que teve meu irmão, porque seu marido disse que se casaria com ela só se ela largasse o trabalho, e a família da minha mãe é do tipo que "Tem filhos, mas não é casada? Que absurdo!", ela casou, deixou o emprego, o antigo apartamento e foi morar com o pai dos seus filhos, só depois eu nasci. A ovelha negra.
Meus irmãos são bem mais velhos que eu, mas eu fui o único a sair da barra dos meus pais e querer viver sozinho, meus irmãos moram ainda com meus pais na enorme casa deles e ambos são casados.
Sorrio para minha mãe e me lembro que não troquei a roupa que fui mais cedo para o Hospício e que agora está suja de molho de frango.
— Mamãe — Abro meus braços para um abraço.
— Ian, meu filho — Ela aceita e me abraça bem forte como se não me visse a anos — Sinto tanto sua falta em casa.
— Não posso dizer que sinto falta de lá, mas com certeza da senhora eu senti muita — Declaro e ela me beija na testa assim que me abaixo para que ela alcance.
Mamãe tem 1.64 de altura, o que não ajuda muito já que seus filhos são todos maiores que isso e não é só porque sou seu filho, mas minha mãe é muito bonita. Seu cabelo é de um loiro escuro (só minha irmã puxou esse traço de mamãe), seus olhos são cor de mel, castanho claro e ela tem 46 anos.
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A Garota Silenciosa (DEGUSTAÇÃO)
Paranormal"Ela me assustava. Era sombria, silenciosa e me dava arrepios. Mas apesar de tudo esses eram os motivos que havia para querer conhecê-la". Ian Price a procura de uma especialização, após se formar, encontra-se em uma situação estranhamente pertu...