Capítulo 9 - Contrato

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– Como?! Confias nela para lhe contares o teu maior segredo e em mim não?! – Ela explodiu. Parecia extremamente zangada, o que era engraçado.

– A sério?! – A rapariga demónio exclamou com um grande sorriso e aproximei-me do ouvido dela, segredando-lhe o meu maior segredo.

– Eu sou orfão. Os meus pais foram assassinados num assalto há três meses. – Contei-lhe e ela abriu a boca após ouvir as minhas palavras.

– Muito bem. Temos o contrato celebrado. – Ela disse e levantou-se do chão.

– Espero bem que ela conte o teu segredo a toda a gente! – A Shinoa reclamou bem alto.

– Ela não vai contar. – Informei a Shinoa de forma confiante.

– É verdade, eu não vou contar. Ele contou-me o seu verdadeiro segredo. – A rapariga concordou e a Shinoa abriu a boca outra vez.

– Bem, qual é o teu nome? – Perguntei à rapariga demónio com quem tinha feito o contrato.

– Ashuramaru. – Ela disse e sorri-lhe.

– Yuichiro. Mas todos me tratam por Yu. – Disse-lhe e estendi-lhe a mão, trocando assim um aperto de mão com ela.

– Muito bem, eu vou-me embora. – A Shinoa anunciou e saiu do bar a correr.

– Coitadinha da Shinoa. – O Yoichi disse e também me levantei do meu lugar.

– Aquilo já lhe passa. – Disse ao Yoichi, que acabou por sair do bar. Provavelmente para ir atrás da Shinoa.

– Como te chamo quando precisar de um favor? – Perguntei à Ashuramaru.

– Telemóvel! – Ela disse e tirou um cartão do seu vestido, que tinha um número de telemóvel lá escrito.

– Lembra-te: o nosso contrato só dura este ano. Após terminar, eu esqueço que sei o teu segredo e tu deixas de me poder pedir favores. É claro que no ano letivo seguinte podes celebrar um novo contrato comigo. – Ela explicou as condições do nosso contrato.

– Tudo bem, eu aceito isso. Se quiseres, até podemos celebrar um novo contrato durante as férias de Verão, mas só se eu gostar dos teus serviços. – Informei-a e ela sorriu-me de forma confiante.

– Podes deixar comigo. – Ela disse e comecei a gostar dela. Ela parecia ser tão rufia e confiante quanto eu.

O toque da campainha soou e tivemos que voltar para as aulas, por isso resolvi despedir-me dela.

– Bem, então vêmo-nos por aí. – Disse-lhe e ela assentiu, saindo do bar e seguindo para sua sala de aula.

Também fui para a minha, e assim que entrei vi que era com a Sayuri que íamos ter a aula seguinte.

– Bom dia. – Desejei-lhe e ela sorriu-me.

– Bom dia, Yu. Como estão as coisas? – Ela perguntou de forma carinhosa.

– Eu e o Mika gostamos da escola, mas ele quis mudar de turma e foi para uma de nobres. Ele diz que quer tentar melhorar os laços entre ele e os alunos Japoneses. – Contei e ela surpreendeu-se, mas voltou a sorrir.

– A sério? Isso é muito bom. Espero que ele consiga. – Ela apoiou e acabei por assentir.

Fui para o meu lugar e vi que a Shinoa olhava para mim com uma cara zangada, mas assim que viu que eu estava a olhar para ela, ela virou a cara para a janela e não disse nada.

Sentei-me no meu lugar e virei-me para trás, apoiando o meu braço na sua mesa.

– Então, ficaste chateada? – Perguntei com uma cara gozona.

– Cala-te, Yuichiro. – Ela reclamou e abri a boca.

– Yuichiro? Por que é que não me chamas Yu? – Perguntei confuso.

– Porque não quero. Preferes ter mais confiança em estranhos do que em mim. Parece que não somos amigos, por isso não há razão para eu te chamar Yu. – Ela reclamou e fiquei a olhar para ela de forma perplexa. Pelos vistos estava mesmo chateada comigo.

– Vá lá, Shinoa... – Tentei tocar na mão dela, mas ela simplesmente bateu na minha.

– Só fazes asneiras, Yu. – O Kimizuki resolveu meter-se. Ele era atrás do Yoichi, que por sua vez era ao lado da Shinoa, e a Mitsuba era atrás dela.

– O que queres dizer com isso? – Reclamei alto e a Sayuri ouviu-nos.

– Meninos, por favor portem-se bem. – Ela pediu e suspirei, decidindo ignorar o Kimizuki.

Pensei que a Shinoa me fosse chatear, mas tinham-se passado cinco minutos e ela ainda estava calada, o que era mau sinal. Virei-me um pouco para trás e ela estava a olhar pela janela.

– Podemos falar? – Voltei a virar-me para trás, para a mesa da Shinoa.

– Não. – Ela disse sem olhar para mim, apenas a olhar pela janela.

– Shinoa... – Resmunguei baixo e tentei tocar nela mais uma vez, mas ela bateu na minha mão como tinha feito antes.

– Eu estou mesmo chateada, Yuichiro. – Ela disse e pela primeira vez olhou para mim.

Aquele olhar assutava-me.

Owari No Seraph - Vida no ColégioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora