Capítulo 12

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As aswangs concordaram em comer Rahel. Uma delas começou a andar até ele, e Rahel me olhava como se dissesse: faça alguma coisa!

— Não! — gritei.

Elas me olharam, e eu senti medo de suas expressões.

— Não podem comer a gente.

— Podemos! — uma afirmou.

— Fome. Fome. Fome — Outra rosnou.

— Somos guardiões! — inventei.

— Guardiões? — A criatura parecia perdida.

— Sim... Guardamos o... o... cajado do Tony Stark.

— Hã? Cajado? — A outra estava confusa.

— Sim... — afirmei, sabendo que elas não sabiam quem era.

— Vocês não sabem quem ele é? — Rahel me ajudou. — O deus negro vai ficar irritado.

— Deus negro... — Uma se agitou.

— Quem é? Quem? — Oura delas veio até mim.

— Ele é o senhor das chaves... — inventei mais uma vez. — Ele... Ele pode abrir qualquer jaula do mundo.

— O deus negro! — uma comemorou.

— Zafrin. Zafrin... Vão matar Zafrin — uma aswang revelou, me fazendo olhar para Rahel. — Amanhã, esse é o plano.

— Mas temos a chave — Rahel ajudou. — E se nos matarem, o deus negro vai ficar furioso.

— Matar? — uma aswang perguntou.

— Olha só, nós somos servidores do deus negro — falei. — Já temos a pedra que está bem escondida...

— Sim. Escondida. Cinco Armadilhas. — Uma delas riu.

Olhei para Rahel, que franziu o cenho, estávamos descobrindo coisas ali.

— Sim, cinco armadilhas — afirmei.

— Chamar o líder. — Elas nos olharam, e então correram para fora.

— Rápido, Rahel! — falei, tensa.

— Estou quase lá — respondeu, forçando a corda. — De onde tirou essa história?

— Eu inventei — Revirei os olhos.

— Foi péssima! — Ele caiu no chão, de joelhos, assim que suas cordas rasgaram.

Ele veio até mim, usando as rochas ao redor como apoio, cortou as cordas, e antes que eu caísse, me puxou para perto de si. Corremos até nossas coisas, colocando as armas no cinto e as mochilas na costa.

— Corra... — Rahel disse. — E não pare até eu dizer.

Saímos da caverna correndo como se o mundo estivesse desabando atrás de nós. Tentávamos não tropeçar e muito menos deixar o cansaço nos vencer. Rahel parecia querer se jogar no chão, mas o medo era maior. Ouvimos um rosnado, e isso apenas aumentou nosso medo. Nós nos enfiamos pelo meio da floresta, sabendo que as árvores nos dariam cobertura; cortamos caminho entre os arbustos, sentindo a lama grudar em nossas roupas e as folhas baterem nas partes descobertas do corpo. Rahel me puxou para dentro de um buraco numa rocha e pediu para que eu ficasse em silêncio.

Eu tentava não respirar com toda a força que ainda tinha. Ouvimos passos do lado de fora e uns rosnados baixinhos; eu tremia e só então notei que estava abraçada a Rahel — e ele não parecia estar notando ainda. Eu não o larguei, mas não estava confortável. Ouvimos os passos se afastando, e isso nos fez relaxar.

O Destino De Ravena: O Palácio de CristalWhere stories live. Discover now