Capítulo 10

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Aquela calça era colada demais, tão colada, que destacava as curvas mais perdidas do meu corpo. Eu calçava umas botas (obviamente) sem salto, marrons, meu cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo, e eu vestia uma blusa da mesma cor da calça, verde-musgo, cuja manga escorria por meu ombro. Por fim, coloquei o cinto e a adaga. Peguei minha mochila vazia, como Rahel tinha pedido, e fui encontrá-lo no chalé dos duendes, ao lado do chalé de Roxanne. Quando me viu, pude notar seu olhar sobre minhas roupas.

— Você fica melhor assim — ele disse.

— Obrigada. — Tentei não corar.

— Vamos... Os duendes vão dar coisas para gente.

— Tipo?

— Remédios, armas extras, cordas, essas coisas.

— Tá bem... — Entreguei minha mochila para ele.

Rahel entrou sem me dar passagem, como sempre fazia. Os duendes já haviam separado diversas coisas, entre elas, vidros com líquidos de várias cores.

— Coloca no seu cinto. — Rahel me entregou outra faca, dessa vez maior.

Fiz o que ele pediu. O elfo começou pondo a corda, depois pôs mais três facas, os vidros nos bolsos mais protegidos, e assim ele encheu a mochila.

— Não vai quebrar? — perguntei.

— Tem feitiço — o duende resmungou. — Só não desperdicem.

— Sim, senhor — Rahel pôs a mochila nas minhas costas, mas não estava tão pesada.

— Vamos? — perguntei.

— Pegar algo para comer... — ele disse.

Colocamos umas redes com algumas frutas, Rahel disse que era provável que achássemos comida no caminho, mas era bom ter uma reserva. Depois de pegarmos a comida e um recipiente com água, parecíamos dois viajantes. Rahel tinha uma mochila também, e nenhum de nós estava com as bolsas muito cheias.

— Agora vamos... — Ele caminhou na frente.

— Para onde vamos?

— Cidade da pedra.

— Cidade da pedra?

— Sim, e não tem nada a ver com pré-história. — Ele me olhou. — É onde todo o tipo de pedra preciosa é criada.

— Ah. E podemos localizar de lá?

— Sim... — Rahel afirmou. — Só que é difícil chegar lá.

— Por quê?

— Fica em uma caverna no topo de uma montanha — o elfo contou. — É uma viagem longa, e sempre tem yets no caminho.

— Yets?

— São meio que monstros da neve.

— Ah... — assenti.

— A montanha, é fácil de achar. — Ele deu de ombros. — Só precisamos apressar o passo.

— É lá que todos morrem? Os yets?

— Sim... — Rahel afirmou. — Eles são muito fortes e grandes.

— Acha que temos chance?

— Nós provavelmente vamos morrer.

— Rahel... Se está brincando...

— Acho que temos chance — ele falou de outra forma, sem deboche. — Já lutei contra um. E o matei.

— Mesmo? — Fiquei impressionada.

— É. — Ele riu. — Vamos torcer para termos a mesma sorte.

O Destino De Ravena: O Palácio de CristalWhere stories live. Discover now