A Casa Do Medo

Capítulo três: Quem é essa menina?

{Scarlet}

Saímos de casa, indo em direção à escola nova. Empolgação zero.
Ao chegar, podíamos observar o quanto a escola era grande, porém, meio estranha, as paredes eram brancas, mas um branco "morto" e haviam manchas e mofos horríveis.
Enquanto me perdia nos meus pensamentos senti alguém me cutucar

— Scarlet! — gritou Tayler. — Estou te chamando já tem dois anos!

— Desculpa. — respondi. — O que houve?

— Essa escola é medonha, não quero estudar aqui. — disse Tyler, com uma cara de assustado.

— É, eu percebi e sinceramente, nem eu quero. Está me dando calafrios. — respondi.

— Pois é e falando em medonha, cadê a Regan? — perguntou Tyler.

Regan é nossa irmã mais nova, nosso xodó. Ela é calminha, quase invisível dentro de casa, não dá tanto trabalho como nós.

— Uai, ela estava aqui... — olhei para onde ela estava. — Droga! Para onde ela foi? Vamos procurá-la, ela não conhece esse lugar.

— Nem a gente! — disse Tyler.

— Anda logo, Tyler! — reclamei.

Procuramos pelo pátio todo por ela, até que a achamos conversando com uma menina. Ela tinha uma aparência triste, dava até um certo arrepio pelo corpo quando a encaravamos.

— Olha ela ali! — apontei para a direção de Regan.

— Com quem ela está conversando? E que menina estranha. — disse Tyler.

— Tyler! — chamei sua atenção.

Esqueci de dizer que meu irmão é inconveniente também.

— Que foi? — responde Tyler, rindo — Apenas fiz uma observação.

— Vamos lá falar com ela? — perguntei.

— Negativo! — respondeu Tyler.

— Mas ela... — tentei dizer.

— Mas nada, deixe-a conversar com aquela menina esquisita. — disse Tyler. — Ficaremos de olho.

— Nossa irmã não pode conversar com estranhos. — resmunguei.

— Ela está tentando fazer novos amigos, coisa que deveríamos estar fazendo, mas não iremos fazer porque não gostamos desse lugar. É simples. — disse Tyler, ríspido.

— Por favor, não desconte seu estresse em mim. — reclamei.

E às vezes, isso me magoa.

— Desculpa, Scarlet. — pediu Tyler.

Assenti com a cabeça e alguns minutos depois o sinal tocou. Meus irmãos seguem em direção a sala deles e obviamente não éramos da mesma turma.
Ao entrar, pude perceber como as paredes eram iguais as de fora, totalmente brancas com manchas horríveis.

Sento-me em uma das carteiras do fundo; logo a minha frente senta uma menina, ela tinha cabelo preto longo, com mechas azuis, seus olhos eram castanhos claro, que escondia uma tristeza infinita. Me arrepiei só de olhar para ela. Quem será?