Perseguição.

Parte ll.

O sol lá fora é sereno, as nunvens cobrem todo indício de azul que poderia haver no céu.
A sensação de choro está consigo, mas Milla levanta os olhos se perguntando o que tinha acontecido. Vem a sua mente a floresta, a notícia, Pietro. Então era verdade.
E qualquer tentativa de colocar o cobertor em cima de si, se sufocando, não mudaria nada. Porque o que foi feito, não muda.
Parece que tudo aconteceu poucos segundos atrás e desespera-se de novo. A varanda estava aberta e ela salta, com todos os pêlos arrepiados e corre. O cheiro daquele garoto havia infestado a casa...

Numa grande e velha àrvore que aparentava estar ali para abrigá-la, com todas as raízes como se fossem braços a acolhé-la, ela se encosta. Mas logo fareja algo.
Cheiro de sangue... de morte.
Depois de seguir a trilha pela qual visitantes passam, Milla acha um corpo.
Ele está agasalhado, olhos esbugalhados e azuis. Corpo em decomposição, pálido. Não deve ter morrido há muito tempo. Ou melhor, sido morto. Porque ela conhece bem o tipo de mordida que ele tinha sofrido... E o símbolo dos Everett está na testa do cadáver, como pra dizer que o troféu é  deles.
Invés de pânico, sente uma raiva tão grande que se eles estivesses em sua frente agora, os  matava! Sem pensar duas vezes, arrancaria todas suas cabeças com os dentes.
Mas seus pensamentos são cortados.
Não tão longe o carro do guarda chegava pra fazer uma patrulha matinal e começar assim o dia.
Ele achará o corpo.

Há alguns metros de sua casa, sente o cheiro de café e waffles.
Milla bate a porta e vê Pietro sentado a mesa, comendo como se não tivesse perdido um pai.
Na TV o noticiário anuncia o cadáver que ela tinha encontrado.
─... as pegadas deixadas ainda não foram identificadas... ─ a repórter fala, mas a surpresa da menina a faz ficar tonta. Idiota! Deixou suas pegadas quando estava em forma humana.