Akai Ito - Obscuro (DEGUSTAÇÃO))

Corações em agonia - parte 1

Demorei né? É que esses dias foram muito corridos para mim. Mas consegui adiantar bastante a revisão, então não deve haver mais grandes atrasos. Vou compensar a ausência de segunda  postando outra parte amanhã. Assim mantemos três postagens na semana. Então, ai vai mais um capítulo de Akai Ito - Obscuro. Se gostarem não esqueçam de votar na estrelinha e deixar seu comentário. Beijos e boa noite gente linda!

Nikko foi o primeiro a chegar e enquanto retirava tudo o que necessitava do carro, viu seus tios estacionando. Os Takeda são homens de poucas palavras, especialmente quando estão tensos, e nesse momento se encontram envoltos em incômodo silêncio. Ao que parece nenhum deles sabe bem o que dizer, ou mesmo se havia algo a ser dito diante das circunstâncias. Eles seguem Nikko até a recepção do andar térreo do hospital e aguardam enquanto ele pede a jovem atendente que chame um tal doutor Hayato Miura. Nikko volta para junto dos parentes e parece pouco à vontade. O que Raiden logo percebe.

– O que foi agora Nikko?

– Bem, é que eu ainda não contei para Emiko de todos os riscos dessa cirurgia, nem que iria pedir ajuda a vocês. Ela pode acabar se assustando ao ver todos por aqui. E eu também nem perguntei se algum de vocês vai querer subir, quer dizer, o Daisuke nós não vamos poder ver mesmo, mas o Hiro está lá com ela. Acho que não pensei no que vinha depois, caso vocês aceitassem meu pedido.

– Eu não sei quanto aos outros, mas eu vou subir. - diz Akira - Você acha que ela pode não gostar da nossa presença? Eu quero esperar e saber quando vai ser a operação. E o que você quer dizer com ela não sabe os riscos? Escondeu algo tão essencial da mãe do menino?

– Ela sabe de todos os detalhes que já sabíamos antes tio, mas eu não tive coragem de dizer pra ela que nessa cirurgia ele corre risco de morte. - explica Nikko - Eu mesmo me recuso a acreditar nisso. O pequeno tem uma personalidade tão forte, é tão maduro para a pouca idade que tem. Eu prefiro acreditar que o coração dele vai ser forte também. Não consigo tio, não consigo aceitar esse risco.

Akira abraça o sobrinho que encara o chão parecendo estar a ponto de desabar, e o consola.

– Nikko, você tem que parar com essa mania de querer assumir tudo sozinho. Você não pode carregar tudo nas costas. Desde menino você é assim. Nós estamos com você, aqui, agora e sempre. Pensa nisso, se tivesse nos procurado antes, talvez tudo estivesse sendo diferente agora.

Takashi observa o filho mais velho abraçado ao tio e se sente impotente. Seus dois filhos precisam dele mais do que nunca e ele não sabe a quem atender primeiro. Ele não sabe nem como organizar os próprios pensamentos e sentimentos. Agradece aos Céus e a todos os Kamis (Kamis -Deuses) que seus irmãos estão ali com ele e que Akira parece ter absorvido rapidamente toda aquela situação e consegue ser o mais lúcido.

– Mas você não respondeu seu tio, acha que ela pode se ressentir com nossa presença? Porque eu também quero ficar. - dessa vez é Takashi quem pergunta.

– Não sei ao certo. Conhecendo ela como conheço, acho que não vai se incomodar, pode talvez ficar um pouco constrangida, mas não vai tratar ninguém mal. Ela é incapaz de algo assim. Só me deixem contar a ela primeiro que tive que chamar vocês, e... que tive que contar toda a verdade. E por favor, cuidado com o que falarem na frente de Hiro. Os meninos não sabem de nada disso.

São interrompidos pelo som de uma moto que entra no estacionamento a toda velocidade e estaciona com certo estardalhaço próximo a entrada do prédio. Um rapaz sorridente caminha até eles com o capacete enfiado no braço esquerdo.

– Foi daqui que pediram sangue Takeda? O Takeda mais belo e simpático se apresentando para salvar o dia. - brinca sem se dar conta dos semblantes tensos.