Sim, eu parecia uma psicopata.

A possibilidade de outras raparigas poderem ter cá estado com ele nesta mesma cama veio-me à mente e eu senti um nó no estomago sem saber bem porquê.

Porque é que eu me estava a importar sequer com isto? Eu não devia de querer saber com quem é que ele namora ou quem é que ele traz a casa. Eu devia de me preocupar em afastar-me dele. Isso sim. E era o que eu ia fazer. Depois de amanhã. Se eu conseguisse. Ugh!

Os meus olhos fecharam-se do cansaço e com o cheiro dos lençóis do Louis, mas nada disso me impediu de ter pesadelos sobre o meu pai. Acontecia sempre o mesmo sempre que eu me lembrava do que aconteceu e nada melhor para me lembrar do que discutir com a minha mãe.

Eu estava a correr o mais depressa possível como a minha mãe tinha mandado. Eu não sei porquê, eu só sei que ela me disse para que, acontecesse o que acontecesse, eu não me deixasse apanhar pelo meu pai.

Eu ouvi-a gritar e gelei por completo. Eu já estava fora de casa, mas, ainda assim, eu conseguia ouvir os seus gritos. Será que ele a estava a magoar? Será que ele tinha bebido? Não que fosse um hábito ele beber, mas quando acontecia ele ficava violento e, por vezes, batia na minha mãe.

Eu voltei para dentro de casa a correr, eu queria proteger a minha mãe. Quando entrei em casa fui direta para a sala e vi a minha mãe no chão com as suas roupas rasgadas e o meu pai com as calas desapertadas e baixadas em cima dela enquanto ela gritava e tentava acertar-lhe com as mãos.

- Mãe! – Eu gritei.

Eu não percebi o que é que se estava a passar ali, mas eu corri até eles e tentei afastar o meu pai de cima dela. Ele empurrou-me e eu caí no chão, batendo com a cabeça contra a esquina da mesa, mas isso não me parou, pois eu levantei-me de novo e tentei afastá-lo de novo dela.

- Saí daqui, Emily, por favor! – A minha mãe chorou.

- Mãe! – Eu gritei de novo tentando empurrar o meu pai que me voltou a empurrar e eu caí de novo no chão. Ele levantou-se e começou a caminhar na minha direção.

- Também queres? – Ele perguntou.

- Não… - A minha mãe murmurou incrédula enquanto o via a caminhar na minha direção.

- Tu cala-te, ou eu nem sei o que é que te faço. – Ele disse enquanto tirava uma arma de não sei onde e apontando-a para a minha mãe.

Eu nunca tinha visto o meu pai com uma arma e eu estava com muito medo. Demasiado para me levantar de novo.

- Emily, querida, tira a tua roupa. – Ele pediu sorrindo.

- N-não. – Eu neguei, sem perceber porque é que ele tinha pedido aquilo.

- Não, não faças isso. À menina não. Por favor! – A minha mãe implorou.

- Cala-te! – Ele gritou, mandando um tiro para o ar.

Ele aproximou-se de mim e rasgou as minhas roupas. Eu gritei com medo. O que é que ele me ia fazer? Ele deitou-se por cima de mim enquanto me tirava as calças e eu percebi o que é que ele me ia fazer.

- Não, pai, não. NÃO! NÃO! PÁRA! POR FAVOR PÁRA!

Louis’ POV

- NÃO! – Eu ouvi. Devia de ser imaginação minha. - NÃO! PÁRA! POR FAVOR PÁRA! – Eu abri os olhos de repente. Eu não estava a sonhar, era a voz da Emily. Ela estava a gritar. Será que ela estava bem?

- Emily?

Eu levantei-me num pulo e fui até ao meu quarto, a rezar para que ela não tivesse trancado a porta como da outra vez.

Eu abri a porta e encontrei-a a gritar na cama e a remexer-se, totalmente destapada e a mostrar as suas pernas perfeitas, o seu cabelo negro estava espalhado por toda a cama e ela estava completamente suada.

Eu corri até ela e abanei-a gentilmente.

- Emily acorda. – Eu disse enquanto a abanava. – Emily! – Eu chamei um pouco mais alto e os olhos dela abriram-se até ao limite.

- Louis! – Ela disse num suspiro e agarrou-me ao meu pescoço com muita força, quase de tirar o ar, não que eu me importasse de a ter agarrada a mim.

- Calma, foi só um sonho. – Eu tentei tranquiliza-la enquanto a minha mão passeava para cima e para baixo pelas suas costas.

- Desculpa ter-te acordado. – Ela disse, afastando-se de mim e brincando com as mãos nervosamente.

- Não faz mal. Estás melhor? – Eu perguntei, mas ela não respondeu e quase que juro ter visto uma lágrima a cair pelo seu rosto.

Eu suspirei e levei a minha mão ao seu rosto e ela estremeceu. Estranho. Eu fi-la olhar para mim.

- Queres falar sobre o que aconteceu? – Eu perguntei e ela abanou com a cabeça piscando os olhos seguidamente, talvez para não chorar. – Ok, eu estou na sala se precisares de alguma coisa.

Eu levantei-me da cama, mas ela agarrou-me no braço. Eu virei-me para ela e ela disse qualquer coisa tão baixo que eu não percebi.

- O quê? – Ela virou a cabeça para o lado para não olhar mim. – Emily, eu não ouvi o que disseste. – Expliquei.

- Podes… podes ficar comigo? – Ela perguntou envergonhada e os seus olhos azuis encontraram os meus e eu senti um arrepio. Mas que raios Louis? – Se… se não… quiseres… não faz mal. – Ela disse já que eu não respondi.

Merda, como é que eu podia dizer que não a ela? Ela estava na minha cama, com a minha roupa vestida, com os seus cabelos negros a caírem-lhe ao longo das costas e com os seus olhos azuis a perfurarem-me a alma e a pedir-me para dormir com ela.

Como é que eu podia dizer não?

- Eu fico. – Eu disse e ela suspirou de alívio.

Eu fui fechar a porta e caminhei até à cama, enquanto ela se deitou de novo, de costas para mim. Eu desliguei a luz do pequeno candeeiro e deitei-me também, sentindo os meus lençóis intoxicados pelo seu cheiro angelical quando os puxei para cima, tapando-nos. Eu puxei-a contra o meu peito, sentindo o seu corpo demasiado quente por causa do pesadelo. Ela estremeceu e eu ri-me metendo a minha mão por cima da sua fina cintura.

- Obrigada… por… por ficares comigo. – Ela disse.

 - Não é nada. – Eu respondi e os meus olhos fecharam-se, sem nunca a largar.

Dark [Louis Tomlinson Fan Fiction] (pt) *EDITANDO*Where stories live. Discover now