Chapter IV

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— Claro, não precisa lembrar a todo o momento, deixe-me trabalhar e fazer tudo em seu devido tempo. A garota? Bom, isto não é importante, será fácil manipulá-la...

— Ela está apaixonada? Yan... Cuide-se, você conhece as regras...

— Deixe-se de se preocupar, sim? Sei bem o que fazer Adolph! Agora preciso desligar, ela vem aí.

— Certo, e sem demora! — Tom impaciente.

Yan desligou o telefone e com o olhar baixo apressou o passo até a sala de jantar para retirar os pratos da mesma. Ao chegar não há prato algum, apenas Patrícia deitada na mesa cochilando preguiçosamente em cima de um livro que estava lendo há alguns minutos antes de cochilar.

O mordomo foi até a cozinha, os pratos estavam limpos e a pia seca. Suspirou e sorriu vagamente.

— Isto é inapropriado, My Lady. — sussurrou olhando-a. — Odeio ter de fazê-lo, mas preciso acordá-la.

Aproximou dela.

— My Lady... Acorde...

Ela remexeu-se um pouco.

— My Lady? Acorde, por favor... Preciso que vá dormir em seu quarto.

Sem resposta.

O rapaz tentou mais algumas vezes acordá-la, mas sabia que durante o dia ela passou a maior parte do tempo trancada no escritório. Estava muito cansada, por isso novamente contra sua vontade pegou-a no colo.

Era muito leve, talvez, pensou ele, pelo fato de ter uma diferença grande de tamanho entre eles, ou então, sentiu uma pontada de raiva ao pensar que poderiam ser os maus tratos.

Seus pensamentos o engoliram novamente e ele pensou em como seria bom se o patrão não retornasse da viagem. Tudo ficaria em paz, a garota seria feliz, ele nem ao menos estaria ali.

Chegou a pensar em segredo que o homem morresse no caminho ou senão lá mesmo onde estava, era o que merecia. Afastou tais pensamentos. Chegou ao quarto da moça, sentiu o calor que emanava do local, afrouxou a gravata e abriu três botões da camisa. Relaxou por um momento, pois pensou que, depois de tantas tentativas falhas de acordá-la, impossível que acordasse naquele momento.

Yan colocou-a sobre a cama, mas antes de soltá-la, a garota abriu os olhos e na posição em que eles e a camisa de Yan estavam, podia-se ver apenas o rosto da morena tornando-se vermelho.

— My..La...Lady... P...perdoe-me... — abotoou-se rapidamente de um jeito apressado e desajeitado, colocando os botões nas casas erradas. — Eu... nada ocorreu... eu... só.. — gaguejou.

— Acalme-se, o que acha que eu poderia pensar? — riu desconcertada.

Patrícia percebeu o desespero do mordomo que arrumara completamente errado seus botões e, com delicadeza ela desabotoou um por um.

Yan corou nervoso.

— My Lady, o que está...

— Apenas ajudando.

Apesar de não querer e saber dos riscos, Yan ficou quieto deixando-a arrumar.

Seu coração acelerou, o nervosismo crescia. Aquilo não deveria jamais ter acontecido, milhões de coisas poderiam desencadear-se depois daquilo.

Estavam muito próximos na opinião dele, mas o que fazer? Yan era alto e precisava curvar-se para que ela o alcançasse. Após pensar por um minuto em coisas terrivelmente desastrosas, ela tirou-o do transe.

Yes, My Lady [DEGUSTAÇÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora