CAPÍTULO SEIS

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- Benjamin, não tenho raiva de você - Isso é verdade, só fiquei decepcionada. - Mas, criticar uma decisão minha, chamando-a de criancice, não é fácil de ouvi - confessei.

- Eu sei, Sam, mas estávamos tão bem - ele olhou para baixo. - Você simplesmente disse adeus, não me dando uma chance de explicar.

- Eu não conseguia mais, você sumia, deixando-me lá, triste, chorando, angustiada pelo o que você poderia estar fazendo.

- Eu confiava em você, Sam, esse era o meu medo. - Ele se olhou fundo em meus olhos. - Você era a minha vida.

- Você não confiava, Benjamin, você confiava na Daniele, não em mim.


- Conheço a Daniele a mais tempo que você, ela é a minha melhor amiga - ele ainda convivia com aquela mulher. - Temos uma longa história juntos.

- Tanto que era para ela que você corria quando estava com raiva de mim - eu estava ficando nervosa. Respirei fundo para estabilizar a minha voz. - Eu lá chorando precisando de você. Sofrendo muito, enquanto você estava com a sua "amiga". - fiz questão de enfatizar as aspas.

Essa conversa estava caminhando para longe de tudo o que imaginei que seria. Além disso, falar daquela mulher me dá raiva. Eles estavam juntos e eu, como uma trouxa, aceitei. Já havia percebido isso, aqueles sorrisos, aquelas meias verdades, todas as manhãs que o encontrei na casa dela. Como era idiota.

- Ela é diferente.

- E eu? Eu era o quê? - Céus, eu já estava alterada, meus olhos lagrimejados em lembra de tudo. A maior parte era por saudade.

- Você é a mulher da minha vida, a mulher que eu escolhi dividi-la - ele também estava ficando nervoso.

- Dividir sua vida? - gritei, é eu já estava gritando. - Você dividia mais com a sua querida Daniele do que comigo, ela sempre esteve mais com você do que eu.

- Sam, me escute, por favor.

- Escutar que você e ela são um casal lindo. - respirei fundo tentando conter as lágrimas imbecis que caiam pelo meu rosto. - Que eu era um prêmio, que ficar comigo ainda era parte daquela aposta idiota. Que só estava arrumando um pretexto para terminar comigo ou eu terminar com você.

- Sam...

- Eu era uma idiota. Todos aqueles dias que você sumia, era com ela que você estava, não era? - tentava olhar em seus olhos. - Por que você não apenas terminou comigo e ficava com ela. Não precisava me fazer sofrer daquela forma.

Ele estava hiperventilando, parecia que iria chorar, assim como eu. Não podia ter certeza, pois minha visão está embaçada.

- Sam, me ouvi - foi à vez dele de gritar.

Levantei-me da poltrona e fiquei frente a frente com ele, que também se levantou. Apontei para o seu peito.

- Escutar o quê? Que você e a Daniele eram um casal perfeito? Que eu estava ali apenas sobrando na história? - eu estava chorando. - Que você não conseguia se livrar de mim? Como eu não havia percebido isso... - eu dava socos em seu peito.

Ele segurou as minhas mãos. Aquela desgraçada de eletricidade que passava pelo meu corpo me fez estremecer visivelmente. Benjamin deve ter sentindo a mesma corrente, pois também estremeceu.

- Não quero que você pense que existi ou existiu alguma coisa entre Daniele e eu. Somos apenas amigos - suplicava.

- Amigos? - perguntei irônica. - E todas aquelas manhãs que eu te encontrei na casa dela. Eu acreditei em você, acreditei que não havia nada entre vocês. Mas as pessoas sempre diziam... - funguei.

- Quantas vezes eu pedi para você não ouvi o que elas diziam? - afagou o meu rosto.

- E se o que elas dizem tem um pingo de verdade? - não acredito que eu estou chorando por ele. - O Mike me dizia que você não me amava, que queria brincar comigo. Eu era uma teimosa.

- O Mike nunca nos quis ver juntos, Sam, ele era sempre o motivo das nossas brigas.

- Mesmo assim, a faculdade toda dizia. Todos tentavam abrir meus olhos para não sair com você, por que você era um mulherengo que só queria me ter na sua lista.

- Você sabe que eu era, mas, depois de você, isso mudou. Todos os meus amigos me ajudaram e lhe disseram o que realmente o que queria com você, ninguém melhor do que eles para te afirmar isso.

- Eu sei, mas doía ver vocês juntos, doía demais ver o quão próximo vocês eram - eu estava lembrando do dia que eu cheguei no apartamento do Benjamin e encontrei Daniele abraçada com ele no sofá.

- Não era o que você pensava, Sam. - com certeza, ele também lembrava.

- Mesmo assim, era ela. Era sempre ela que você preferia se abri, contar todos os seus problemas, enquanto eu sofria.

Ben limpou minhas lágrimas, segurou o meu rosto e me fez olhar em seus olhos. Minhas pernas ficaram bambas quando focaram naquela imensidão verde.

- Eu te amo. - sussurrou com a o rosto próximo ao meu. - Nunca existiu ou existe mulher nenhuma, só você.

Meu coração disparou, aquelas palavras mexeram comigo mais do que eu imaginava. Droga, eu estava ferrada.


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