Capítulo 6

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*Samantha*

Abro meus olhos relutante com a luz do sol penetrante. Coço os olhos, e olho para os lados não lembrando aonde eu estava, sento- me na cama, então lembro, estava na casa da Kris. Sento com a perna cruzada estilo índio, e amarro meu cabelo para que ela não veja um leão quando entrar pela porta.
- Sam?- ouço bater.
- Já acordei- anúncio.
Ela então abre a porta, com uma toalha na mão secando seu cabelo.
- Bom dia- ela diz.
- Bom dia- sorrio.
- Como passou a noite?
- Dormi que nem vi- digo.
Ela ri.
- Pode ir tomar café, já deixei tudo pronto na cozinha- ela diz.
- Obrigada- sorrio.
Me levanto e caminho até o banheiro ao lado do quarto, faço minha higiene matinal e agora me olhando no espelho, posso arrumar esse cabelo que persiste em não me obedecer. Após uma pequena guerra eu resolvo deixar um coque frouxo mesmo; na cozinha Kris estava sentada mexendo em seu celular.
- É isso que você faz nos sábados?- pergunto me sentando a sua frente.
- O que?- ela pergunta não ouvindo nada do que eu disse.
- Nada- sorrio.
Sirvo-me com um pouco de chá, bebo lentamente apreciado o líquido quente invadir minha garganta.
- E você o que faz aos sábados?- ela pergunta guardando seu celular.
- A eu saio de vez em quando, ou vou visitar minha vó- respondo.
Termino meu chá, vou até a pai para lavar as xícaras sujas.
- Que tal sairmos hoje?- ela convida.
- Claro, aonde vamos?
- Sei lá, você escolhe, não costumo sair, quando saio fico no centro!
Penso por alguns instantes.
- Que tal uma festa das fraternidades?
- Festa? Não vai ter muitas pessoas?
- Vai, e prometo ser divertido- digo animada.
- Tudo bem então- ela aceita.
Sorrio.
- Vou para casa então, mais tarde eu passo aqui- aviso.
- Tudo bem!
Me dirijo até a porta, cumprimento ela e saio andando, rumo ao meu apartamento.

Estava arrumado, ainda bem que deixo sempre organizado. Vou até meu banheiro e tomo um breve banho para lavar o cabelo, quando saio resolvo cuidar dele fazendo o que uma vaidosa faz, escova.
A tarde não á muito o que fazer então fico jogada no sofá assistindo filmes sem graça, sem terror, sem nada de interessante e atrativo. Ligo para meu namorado e termino o namoro, não gosto desse idiota mesmo. Tenho outros planos em mente.
Essa é minha vida, faculdade e casa, não vejo a hora de terminar para ter meu próprio trabalho, quem sabe um dia abrir um consultório próprio? Vamos começar do básico que é se formar.

A noite tomo outro banho, faço uma maquiagem básica e solto meu cabelo. Noto que ele está grande demais, porém tenho do de corta-lo, coloco uma saia de cintura alta, uma blusa que vai até metade da minha barriga, e coloco meu querido All star preto. Pego minha bolsa e saio do apartamento o trancando. Vou direto para a casa da Kris, toco a campainha algumas vezes, e logo a porta se abre.
- Vamos?
- Claro- ela sorri.

Após andar um pouco chegamos a faculdade, e bem do lado havia a casa das fraternidades. Adentramos o local que por todo tinha copos espalhados, pessoas bêbadas e caídas ao chão, e outras se pegando.
- Aqui está cheio demais- Kris grita por cima da música.
- Concordo!
Olho para os lados e não vejo ninguém que conheço, penso rapidamente então em algum lugar melhor para irmos.
- Vem comigo!- seguro sua mão.
Ela olha para mim surpresa, então saio correndo. Bem ali perto havia um cinema, era mais divertido do que ver pessoas bêbadas.
- Boa escolha- Kris sorri.
- Vamos ver um filme qualquer e depois comer algo- digo.
- Pode ser!
Compramos duas entradas para um filme tosco que passava, animação, mas pelo menos conseguimos dar diversas risadas. Dez da noite e o filme acabou, saímos do cinema comentando o filme e ainda rindo.
- Quer comer alguma coisa?- pergunto.
- Starbucks está aberto- ela diz.
Sorrio entendendo o recado. Caminhos até uma quadra do cinema, a essa hora o único lugar aberto seria esse.
- Dois chocolates por favor- faço os pedidos.
- É pra já!
Sentamos em uma mesa. Kris estava calada, começando a ficar distante, então pude observá-la, e fazer um plano em minha mente. Mas como agir? Como executa-lo? Acho que estou ficando louca.
- Aqui está seu pedido- o atendente nos entrega nossos copos médios de chocolate.
- Obrigada- sorrio.
- Obrigada- Kris sorri.
Que sorriso meigo.
- O que foi?- ela pergunta.
- Nada- eu coro.
Ela balança a cabeça negativa apenas sorrindo. Então em silêncio tomamos nosso chocolate, e no final, tinha umas rapas de chocolate.
- Vamos?- ela se levanta.
Me levanto jogando o copo no lixo, então começamos a caminhar até o centro, que não estava cheio bem vazio por ser fim de semana.
- Então o que pretende fazer?- Kris puxa assunto.
- Abrir um consultório só meu- respondo.
- Deixa eu adivinhar, psicóloga?
- Exatamente- sorrio. - Como sabe?
- Seu livro, no ônibus- ela explica.
- Verdade- sorrio.
Então começamos a conversar sobre assuntos aleatórios. Eu estava distante, pensando, se eu podia fazer o que eu tanto queria, não sei se é a hora, mas sei que se eu pensar mais um pouco, nada vai acontecer.
- Então eu resolvi me mudar pra cá- ela finaliza.
Eu apenas sorrio. Ela fica me encarando por alguns segundos, então devia o olhar, tomo fôlego, ela estava sentada e eu em pé, então fico entre suas pernas, passo minha mão pela sua nuca, e sem deixá-la falar algo, tomo seus lábios. No começo ela não cede, mas depois ela retribui o beijo, começando então uma batalha de nossas línguas. Suas mãos apertavam firme minhas cintura, passei minha mão por dentre seu cabelo curto, e senti então meu corpo se aquecer de uma maneira intensa. Kris então encerra o beijo para conseguir respirar, nossos olhos se encontram, e então ficamos sem nos falar, mas ainda sim conversávamos, apenas com o olhar.

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