03 🌼 O segredo

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Todos os dias depois da aula, eu ia procurar por Jenie

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Todos os dias depois da aula, eu ia procurar por Jenie. Mas já havia se passado três dias desde que nos vimos
e ela não tinha aparecido mais depois disso. No dia seguinte, resolvi procurá-la novamente. Havia muitas coisas que gostaria de saber sobre essa garota misteriosa. E como sempre, ela só aparecia quando menos esperava.

Estava sentado perto do rio, mais uma vez alí sozinho, tentando fugir das coisas que não me agradavam ao meu redor, quando vislumbrei Jenie de longe, mas ela não veio em minha direção. Ela usava o mesmo moletom azul e a calça jeans do outro dia, o que de fato, era estranho. Continuei observando-a, parecia querer entrar no rio. E então, em poucos segundos, ela fez como previ. Pulou de roupa e tudo, jogando jatos de água para fora.

Alguns minutos se passaram e ela não retornava à superfície e, quando retornou, começou a debater-se na água. Senti meu coração acelerar instantaneamente e não pensei duas vezes, pulei no rio mesmo sem saber nadar direito.

Ao chegar mais perto, comecei a gritar afim de chamar sua atenção, meu grito soava alto e cortante, estava realmente desesperado.
— Eu vou te pegar, calma! — falei em um tom fora do normal, enquanto nadava desajeitado, tentando aproximar-se dela. Batia os pés freneticamente contra a água, assim como os braços. Se eu não sabia nadar, o desespero estava me forçando a aprender naquele momento. Quando ameaçava afundar um pouco, movimentava os meus pés cada vez mais, afim de chegar mais próximo dela.

Quando já estava perto e consegui agarrar seu braço, ela desabou em uma gargalhada. É, Jenie tinha me enganado. E, ao invés de ficar com raiva de toda aquela situação, eu comecei a rir também.

Em outra ocasião, teria sentido muita raiva, mas naquele momento, não.

— Você achou mesmo que eu não sabia nadar Daniel? — disse, ainda rindo da minha cara, seu sorriso aberto e largo era contagiante. Seus cabelos estavam completamente molhados, assim como os meus.
— Claro, você fingiu muito bem, espertinha. — disse, lançando-lhe um jato de água.
— Pode ter certeza que sei nadar melhor que você! — Ela riu.

A verdade é que eu não sabia nadar e estava igual um retardado batendo os pés freneticamente, mas pensando bem, era até um bom começo.
— Tô vendo que não sabe nadar mesmo!
—Tá, eu confesso, não sei mesmo. Mas o desespero me fez quase aprender. — Disse e caímos na gargalhada em seguida.

Aquela era uma oportunidade perfeita de conhecê-la melhor, então, resolvi puxar assunto.
— Por que não me conta algo sobre você? — falei tentando extrair alguma informação, por menor que fosse.
— Não gosto de falar de mim... — Respondeu, tentando desviar a conversa com uma cara não muito boa.
— Quer ser minha amiga? — Disse e no mesmo instante aquela pergunta me pareceu tão boba que tive vontade de esconder minha face. Mas ela sorriu. Um sorriso tão grande que me fez sorrir também. A verdade é que nunca alguém reagiu assim à um pedido de amizade meu.

Uma Verdadeira AmizadeWhere stories live. Discover now