* #18 em aventura no dia 30/01/2016
Daniel é o mais velho entre cinco irmãos. Um garoto comum e por vezes dramático, que convive com a dificuldade de dividir a atenção com tantas pessoas na casa. Ele, um menino que já não acredita mais em sonhos, ac...
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No dia seguinte, encontrei Elisa no corredor e pela primeira vez, tomei coragem para falar com ela. Quando perguntei do tal bilhete para ter certeza, ela fez questão de dizer que não me mandou nenhum bilhete e que eu era alguém insignificante demais para se interessar por mim. Para finalizar, me mandou embora, pois disse que não era bom para sua reputação ser vista falando comigo. Que ótimo. Meu dia não poderia ter começado melhor!
Eu realmente gostava da Elisa, desde que me entendia por gente, na verdade. Estava acostumado ao fato de ela nunca olhar para mim, mas entre ser ignorado e humilhado, preferia ser eternamente ignorado. No final da aula, como todos os dias, fui até minha casa refúgio, era lá que me sentia em paz comigo mesmo, era o meu cantinho, meu mundo.
Ao me aproximar da casa percebi que a luz estava acesa, achei estranho. Por um breve momento tive medo de que fosse mais um daqueles garotos idiotas que me detonaram ontem.
Resolvi subir devagar. Assim que subi os últimos degraus, me surpreendi ao avistar o garoto que tinha me defendido no dia anterior, sentado de costas, parecia comer alguma coisa.
— Quem é você? — Questionei, ao tentar me aproximar para ver quem era.
O garoto levantou-se de súbito, permanecendo de costas, as duas mãos ao redor do corpo, como se estivesse prestes a fugir dali. Porém ele manteve-se parado por alguns minutos, ainda de costas. Então, no minuto seguinte, ele começou a mover-se, lentamente. Ergueu seu rosto e me encarou, seus olhos estreitaram-se, parecia me analisar.
O garoto começou a remover o capuz lentamente e, para minha surpresa...
O garoto era garota.
Uma garota de cabelos curtos e olhos claros. Em seus olhos eu via um olhar amedrontado, confuso, mas ao mesmo tempo, determinado. Como se à qualquer hora estivesse pronta para se defender.
— Eu sou Jenie. — Falou a garota, encarando-me por minutos que pareciam séculos. Eu não disse uma palavra. Então, ela correu.
Pensei em ir atrás dela, porém, não o fiz. Alguma coisa me dizia que se o fizesse, poderia assustá-la e eu não queria isso.
Fiquei curioso sobre a existência daquela garota misteriosa. De onde seria? Onde morava? Era o que iria descobrir.
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