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Acordo bem cedo para o meu primeiro dia de trabalho, nem estou acreditando que realmente consegui

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Acordo bem cedo para o meu primeiro dia de trabalho, nem estou acreditando que realmente consegui.

—  Mãe, já estou indo! — Grito pra ela ouvir.

Roubo um pedaço de bolo, Jesus que delícia!

Se tem alguém que eu conheço que cozinha melhor do que eu, essa é a minha mãe.

— Vai com Deus minha filha e parabéns de novo! — Grita de volta.

Ontem minha mãe fez a festa quando eu disse que consegui o emprego. Ela disse que já sabia que eu conseguiria, coisa de mãe mesmo. E quando digo festa, é festa mesmo, fomos um pouquinho no pagode. Depois Jerfinho chegou e lhe entreguei o presente, dei um par de tênis, já que ele não tem para ir a escola, depois comemos uma muqueca que minha mãe fez.

Jefferson é um jovem e amigo maravilhoso, só tem 17 anos, mas é o homem da casa, rala muito no moto-táxi para ajudar a avó doente, dona Madalena. Sua história de vida é muito triste, ele nunca conheceu o pai e perdeu a mãe para as drogas, a gente e dona Madalena, somos sua única família.

Morro de medo dele entrar nessa vida do tráfico, ele e João, seu amigo.

Desço e faço sinal para o moto-táxi, o Marcelo, um amigo que fiz alguns anos, está disponível, então vou nele, pois confio nele de olhos fechados.

—  E aí princesa! Já disse que tá linda hoje? — Me pergunta, me olhando de cima em baixo.

Marcelo é um amigo meu, moto-boy, vive dando em cima de mim, já me pediu em namoro mil vezes mas sempre o vi só como um amigo mesmo.

—  Oi Marcelo. Obrigada, mas eu estou quase atrasada, então para de galanteio, porque eu não sou pro teu bico! — Digo rindo, beliscando sua bochecha.

— Ai doeu! — Reclama. — Tá bom pretinha, mas eu não desisto. Sabe que eu gosto de você e acho que tem que seguir com a sua vida. — Diz sério.

Fico tensa, ele sabe muito bem, que eu não quero me envolver com ninguém, eu tenho um foco na vida e ninguém vai destruir meus sonhos, outra vez.

— Marcelo, por favor, de novo não, eu não consigo, você sabe bem. Você sabe não o quanto é difícil. Você não acha que eu queria seguir em frente? Por favor, esquece isso. — Peço magoada, esgotada com o mesmo assunto.

Nunca escondi nada dele, viramos bons amigos numa época que eu mais precisei e desde então sempre desabafo com ele. Se dependesse de mim, só isso que a gente seria, amigos, mas ele está tocando em uma ferida minha ainda aberta.

— Tudo bem pretinha, bora antes que você chegue atrasada no trampo, vou te levar até lá. — Diz de um jeito estranho.

Subimos na moto e fomos pelo trajeto em silêncio, ele parou no ponto de ônibus e desci.

A Queda do Milionário Arrogante - 1° VersãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora