Para aqueles, que abandonaram a fé

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O Espírito de Deus diz claramente que, nos últimos tempos, alguns abandonarão a fé. Eles darão atenção a espíritos enganadores e a ensinamentos que vêm de demônios. (1 Timóteo 4:1)

Este é um ponto importante nas recomendações que o apóstolo Paulo dá a Timóteo, entre outras tantas recomendações sobre como cuidar da igreja, da comunidade cristã. E isto é o que, de fato, temos visto hoje: pessoas dando ouvido às enganações, e abandonando a fé. Mas, antes de falar sobre abandono da fé, é necessário definir de qual fé estamos falando. Vou deixar de lado os giros teológicos, vou apenas voltar um pouco atrás na carta de Paulo a Timóteo, na qual o próprio Paulo escreve sobre qual fé ele recomenda que Timóteo guarde e pregue:

"Escrevo essas coisas a você, esperando ir vê-lo logo. Mas, se eu demorar, esta carta vai lhe dizer como devemos agir na família de Deus, que é a Igreja do Deus vivo, a qual é a coluna e o alicerce da verdade. Sem nenhuma dúvida, é grandiosa a verdade revelada da nossa religião. Essa verdade é a seguinte: "Ele (Jesus) se tornou um ser humano, foi aprovado pelo Espírito de Deus, foi visto pelos anjos, foi anunciado entre as nações, foi aceito com fé por muitos no mundo inteiro e foi levado para a glória." (1 Timóteo 3:14:16)

Quando me refiro à fé neste livro, estou me referindo à fé em Jesus, o Verbo pelo qual todas as coisas foram feitas. O Verbo feito carne, que habitou conosco, e que em nosso lugar morreu, para pagar nossos pecados, ressuscitando três dias depois, e elevado aos céus, está sentado à direta de Deus, e em breve voltará para buscar sua igreja, ou seja, o grupo de pessoas de todas nações, etnias, culturas e épocas que nEle creram. Basicamente, está é (ou deveria ser) a fé pura que todo cristão deveria carregar em seu coração. Digo isso porque hoje temos muitas pessoas que frequentam igrejas, são batizadas, crentes, religiosas... mas que estão distantes da verdadeira fé. Nos dias de hoje, eu classificaria dois grupos de pessoas que abandonam a fé: aquelas que literalmente não creem, ou deixam de crer em Cristo, e em seu nascimento, ressurreição e volta; e um segundo grupo de pessoas que estão na igreja, crêem no nascimento, ressurreição e volta de Jesus, mas não têm essa fé como suficiente, e estão na igreja por outros objetivos, inclusive negociam com Deus sua permanência na igreja em função do cumprimento desses objetivos.

É claro que a salvação das nossas almas não é o nosso único objetivo, a nossa única necessidade. É obvio que precisamos de saúde, alimentação, condições financeiras, paz para nossos familiares e paz interior, entre outras tantas coisas, e é claro que não é pecado pedir ou esperar todas essas coisas de Deus; o problema é quando isso se torna mais importante do que a principal Promessa, que é a vida eterna com Deus. Alias, pessoas assim se tornam alvos fáceis de falsos profetas, que falam de Cristo, mas não pregam Cristo, usando o nome de Jesus para tentar validar suas doutrinas terrenas e mentirosas, onde na maioria das vezes, a obtenção de condições materiais (em troca de ofertas em dinheiro, sempre) se torna no alvo de pastores e fiéis, que estão mais interessados na terra do que na Redenção. Essas pessoas estão na igreja, mas é como se não tivessem, pois não têm relação com o verdadeiro evangelho, com a verdadeira fé, com a verdadeira promessa.

Pessoas assim não estão tão longe daquelas que dão ouvidos a todo o tipo de ensinamento mundano que tenta desqualificar Deus. E, infelizmente, em todos os campos científicos há um verdadeiro ataque contra a ideia da existência de um ser Criador e Salvador. Criam-se teorias, que como qualquer outra teoria, pode ser desmentida amanhã mesmo, e as validam como se fossem verdades indubitáveis. Uma verdadeira religião, no seu significado mais nefasto, onde qualquer negação ou contestação ao status quo da não existência de Deus não será tolerada. Uma verdadeira inquisição ideológica, na qual aquele que professa o nome de Deus será jogado na fogueira dos julgamentos, e será considerado quadrado, burro, ignorante, etc. Tente defender a existência de um Deus em um debate de faculdade e sinta o calor das tochas...

Talvez sejam esses os "espíritos enganadores" dos quais Paulo falava; em cada época manifestam-se de uma forma diferente. Naquela época, matavam cristãos diante do medo de que uma religião viesse a unir pessoas contra um poder dominante, um império. Em outras épocas (inclusive na nossa), os ensinos enganadores estavam dentro da própria Igreja, desviando-a do seu objetivo principal, que é levar o evangelho por todo o mundo. Os católicos de mil anos atrás levaram espadas ao invés de bíblias para as cruzadas no Oriente Médio. Os televangelistas de hoje pregam as "bênçãos do consumismo" ao invés de pregar arrependimento e redenção.

Talvez esse contexto que expus aqui seja o motivo pelo qual muitos dos que estão lendo esse livro abandonaram a igreja. Às vezes você se perdeu em meio a tantos falsos ensinos que ouviu na própria igreja; às vezes as "verdades científicas" foram esfriando seu coração quanto às coisas de Cristo.

Quero convidar você à simplicidade do Evangelho de Cristo, à simplicidade dos quatro Evangelhos, das Cartas dos Apóstolos. Quero te convidar à uma definição de fé como aquela que dei no inicio do capítulo, simples, mas limpa, pura. Uma definição sem muitas firulas teológicas, sem muitos confetes consumistas, sem muitas "verdades científicas". Mas creio que o próprio Espírito Santo de Deus operará nos corações, e mostrará a beleza e a simplicidade da Verdade.

Quero encerrar aqui este capítulo, mesmo com a sensação de incompletude que sinto. Sim, sinto que deveria ir mais a fundo no tema, argumentar mais. Mas também sinto que o problema de hoje, tanto na religião quanto nas ciências, é o muito falar. São pessoas que se acham donas de todo o conhecimento, e querem converter outras pessoas a qualquer custo. Então eu paro por aqui, crendo que aqui onde eu paro, é onde o Espírito Santo começa a obra, nos corações que Ele mesmo quiser começar. Voltarei no próximo capítulo, com outro assunto.

"Ele (Jesus) se tornou um ser humano, foi aprovado pelo Espírito de Deus, foi visto pelos anjos, foi anunciado entre as nações, foi aceito com fé por muitos no mundo inteiro e foi levado para a glória." (1 Timóteo 3:16)

Um livro pra você, que saiu da igrejaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora