Parte 1

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Se você começou a ler essa história acreditando que o enredo seria um conto de fadas, onde o príncipe salva a princesa, juntos descobrem o amor e vivem felizes para sempre, bem sinto lhe informar que se enganou redondamente. Infelizmente para o senhor, leitor romântico, essa história não se passa nesse cenário.

A bem da verdade deveria, mas deveria, porque infelizmente essa não é a história que vou lhes contar. Bom, você pode presumir agora que eu sou uma chata que só enrola, mas eu garanto que quando pretendi escrever tinha a intenção de recontar a história que vi florescer, e lhes garanto foi lindo. Mas não, não foi dessa vez bem, quem sabe da próxima.

Esta história deveria ser a da minha melhor amiga, Anna Jones, e do seu amor, James White, mas por um infortúnio do destino, a narrativa que terão é nada mais, nada menos, do que da minha vida maçante. Eu sei que seria mais interessante falar sobre os dois, como sua história foi difícil e como é maravilhoso que agora vão se casar - e terão uma ninhada de filhos meiguinhos e fofos como os pais. Não quero que pensem que estou com inveja dos dois. Eu os amo com todo o meu coração e estou mortinha de felicidade por eles. Porém, apesar do meu papel como madrinha - é isso ai, você leu certo, a história é sobre a madrinha - ser o de ficar em segundo, terceiro ou até quarto plano, não é o que acontece nessa história - desculpa Ann!

Caros amigos quem vos fala sou eu Kate, a amada e querida amiga de todos, mas que fica só isso mesmo. Sou a pessoa agradável e sorridente que sempre tem um bom conselho a dar, é ótima pra guardar segredos e desabafar, mas nunca é vista de outra maneira. Em outras palavras a encalhada da turma.

Talvez a verdade inteira não seja essa, e talvez ( talvez) eu ainda não tenha encontrado alguém porque insisto em comparar todo mundo ao Théo. Pelo menos essa é a teoria da Ann, já que eu persisto repetindo que já o superei totalmente.

Agora é o momento em que você se pergunta: Mas quem é Théo?

Bem, Théo foi simplesmente o irmão que eu nunca tive na infância, se transformou na paixonite da minha adolescência e, por fim o amor da juventude. O problema foi que ele resolveu partir meu coração, indo embora justo quando me declarei com todas as palavras para ele. Pois é, queridos amigos, além de encalhada sou uma baita azarada.

Você pode pensar agora: "Mais que bobagem, parar sua vida amorosa por um cara que não vê há mais de 8 anos...". Só que para mim, caro leitor, não era uma bobagenzinha, coisa de criança. Nós realmente tínhamos uma ligação, não dá pra explicar, simplesmente era mágico. Ás vezes eu penso que era tudo coisa da minha cabeça. Mas como até nos momentos mais racionais eu acabo chegando à conclusão que era real, - ao menos pra mim - percebo que o que eu sentia se transformou gradualmente, e ao mesmo tempo inesperadamente, em amor.

Porém, não é disso que quero falar agora. Vamos voltar pra vida chata que tenho - apesar da guinada que deu com os preparativos do casamento. E lá vou eu para casa da Anna discutir sobre as músicas da cerimônia.

- Nossa Kate, você demorou!!

- É claro que demorei! Você me mandou uma mensagem de última hora pedindo que eu comprasse um milhão de coisas!

- Ah, deixa de drama! O supermercado fica pertinho do seu trabalho.

- Pertinho. Bem pertinho mesmo... Tipo a 4 quadras de lá.

- Bom não é tão longe assim. - ela replicou, mordendo os lábios, e depois foi para a cozinha.

Revirei os olhos, sabendo que de nada adiantaria discutir, e fui para o seu quarto guardar minhas coisas.

- O que você está fazendo?! Vamos pra sala!

- Eu não! Sei muito bem que você acabou de pôr a pizza no forno, então eu vou linda e bela tomar meu banho. Não aguento mais ficar com essa roupa!

Segunda chance para o AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora