8 - Treino em Equipe

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Afastei-me dos convidados por um momento e me apoiei em uma arvore escondida atrás da casa de Son Goku. A festa calorosa e divertida, ver toda aquela união daquela bela família, fez-me me lembrar da minha, do que deixei ao partir de Wainmura. Sai escondida, sem que ninguém notasse ou sentisse minha falta. Não queria que me vissem aquele lado meu, algo muito intimo e pessoal, não queria que vissem minha fraqueza. Poderia té ser meu orgulho sayajin falando alto, mas eu precisava daquele momento pra mim, pra pensar. Mesmo que tenha se passado horas de minha partida de Wainmura, imaginar que talvez eu nunca mais pudesse ver meus pais novamente me abatia o suficiente. Enquanto fosse perigoso para eles ficar perto de mim, eu evitaria qualquer contato, evitaria de torna-los um alvo mesmo em minha ausência, não deixaria pontas soltas para que o inimigo os usasse contra mim. Ouvi passos e rapidamente sequei minhas lagrimas teimosas. Não fui tão furtiva quanto imaginara.

-Você está bem, Kori? - Trunks sentou-se ao meu lado, aparentemente preocupado.

-São só alguns pensamentos bobos, nada demais. - dei um sorri amarelo, tentando mascarar o que realmente eu sentia.

-Sua tola! Não precisa sempre bancar a durona, só porque é uma sayajin. - com toda a delicadeza e cuidado, Trunks puxou minha cabeça para seu ombro -Eu piraria se tivesse que deixar minha família para trás um dia. Sei bem o quão difícil está sendo para você esse momento.

-Tá tão na cara assim? - agarrei em sua camisa com força, ao que ele murmurou um "humrum" em resposta -Desculpa, é que eu não queria parecer fraca, não agora que estou sendo perseguida.

-Não tem do que se envergonhar, sentir isso mostra o quanto você é humana. Podemos ser geneticamente de outro planeta, mas somos tão humanos quanto.

Não respondi mais nada, somente afundei o pescoço em sua nuca e permiti as lagrimas descerem. Permiti que a dor tomasse conta, me permitir por somente naquele minuto, demostrar meu lado fraco para aquele estranho, que mesmo sabendo tão pouco sobre mim, não exitou em estender um ombro amigo. As vezes, o caráter de alguém fala muito mais do que os anos de convivência, e isso foi o bastante para fazer eu me sentir a vontade para revelar o mais profundo de mim bem ali, próximo aquela macieira.  Senti seu abraço em volta de meus ombros e a sensação de seus fortes braços a tentar abafar meus soluços foi-me calorosa, o que me ajudou a acalmar o furacão dentro de mim.

-Obrigada Trunks, de verdade. - afastei-me, secando as lagrimas.

-Não precisa agradecer. E, como um presente de boas vindas, esse ocorrido será nosso segredinho. - ele lançou uma piscadinha, procurando descontrair-me.

Eu sorri em resposta com alegria sincera. Jamais iria me esquecer daquele dia, do dia em que um estranho foi gentil comigo como se fossemos amigos de décadas. Aos meus olhos, aquele belo rapaz de olhos azulados, iguais ao de sua mãe, me parecia bem mais humano do que sayajin. Trunks era o total oposto de seu pai Vegeta, alguém que não se importa de demostrar sentimentos pelo próximo. De fato ele era uma pessoa a ser admirada.

[...]

O dia seguinte começou bem cedo. Deixei Vegeta me tirar do sério e prometi ao meu tio Son Goku, que participaria do torneio de artes marciais e também que ajudaria no treinamento de Goten, enquanto ele treinava a pequena Pan. Preferi aceitar o desafio daquele cretino do que perder a linha e agredi-lo, logo na frentes de Trunks e quando havíamos acabo de nos dar tão bem. Precisei engolir meu orgulho a todo custo e aceitar a mirabolante ideia. Logico que eu teria de pegar leve com meu primo e usar só uma casualidade de minha força. Queria treina-lo e não feri-lo.

-Você irá me atacar e eu vou apenas defender. Quero ver como anda seu ritmo de combate. - levantei as mãos e me posicionei na defensiva -Faça o seu melhor.

-Ok! - Goten se preparou em posição de ataque.

Socos e chutes era deferidos por Goten, aos quais eu defendia prontamente. Seu ritmo de combate era bom, mas ele parecia lutar sem vontade, sem garra. Se eu quisesse que ele estivesse 100% naquele treinamento, eu teria de instiga-lo a tal, mesmo que fosse provocando sua raiva, algo muito sargas para um sayajin.

-Pensei que você fosse bom priminho, mas você é péssimo. - bocejei, defendendo os golpes com uma só mão -Até a Pan, uma criancinha, e melhor que você.

Minha provocação pareceu surtir efeito, Goten começou a lutar com mais vontade. Ele se transformou em Super Sayajin e intensificou suas investidas. Ele me levou a usar mais de mim para defender seus golpes, o que foi algo promissor. A raiva é o combustível certo para acender nossa fúria de sayajin, o que atiça a nossa vontade de lutar. Contudo, essa raiva é uma faca de dois gumes quando não bem utilizada, e esse foi o erro de meu primo Goten. Esperei ele vir com toda a força para cima de mim e, segurando seu punho com força, o virei de costas e agarrei-o pelo pescoço, imobilizando-o completamente. Ter seus movimentos limitados só o deixou com mais raiva.

-Segura a onda, foi só uma brincadeira.

Goten voltou a se e se destransformou de super sayajin. Pude ver sua feição corar ao notar que deixou a raiva falar mais alto que as suas outras emoções. Sorri, e libertei-o de meu aperto. Dei alguns tapinhas encorajador em seu ombro, o que aliviou sua tensão.

 -Queria testar até onde ia sua força associada a raiva. Embora você fique forte, também fica vulnerável. Você deve aprender a controlar a sua raiva, se fizer isso tenho certeza de que poderás superar seus limites atuais.

-Você me ensina como fazer isso, Kori-nee-chan?

-Farei isso, mas você terá outro parceiro de aprendizado e combate.

Encarei o horizonte e sorri ao ver a aproximação de Trunks. Após a noite anterior, no tornamos mais próximo depois do ocorrido. Ele não relutou meu convite de treinamos os três. Convenhamos também que seu pai não permitiria o contrario, ele mesmo deixou claro que Trunks participaria do torneio querendo ou não, não haveria espaço para conversa ou recusa. Contudo, sei que Trunks também ficou interessado em superar seu limite, bem mais do que ajudar seu amigo de infância.

-Trunks! Fala ai cara! - Goten cumprimentou seu amigo de infância.

-Ola Goten! - Trunks o cumprimenta de volta com um famoso "toca ai".

-Agora que os dois estão aqui, podemos começar com a coisa verdadeira.

-Ela te deu uma surra né cara? - Trunks debochou de Goten.

-Ah, cala boca idiota! - Goten revirou os olhos em resposta.

-Se os dois já tiverem terminado de jogar o papo fora, já podem posicionar-se. - chamei a atenção dos dois a mim ao usar um tom severo -Podemos papear depois que você dois tiverem aprendido o que tenho a ensinar.

Os dois assentiram, engolindo a seco. Se eu quisesse treina-los, teria de deixar a simpática Kori de lado. Eu não os treinaria só para aquele mero torneio, não. Eu os estava preparando para a luta que seguiria, para a lutra contra Destroyer e seus capangas. Se quiséssemos ter exito, aqueles dois teriam de alcançar seu máximo, superar seus limites. Não tínhamos mais tempo para casualidades, o momento pedia por tensão, por melhoras. Eu transformaria Trunks e Goten naquele momento e os faria desfrutar de poderes que os dois possuem em seu interior, mas desconhecem.

A Guerreira LendáriaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora