Capitulo 7

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Carlos Eduardo


Passei o dia atrapalhado com tanto serviço e ainda tenho que enfrentar uma festa que o Marcelo preparou para mim, mas pra quê inventar esse negócio de despedida gente, eu só vou casar! Nada demais, nem apaixonado estou. Como poderia me apaixonar por Maria Clara? Ela me deixou de cabelo em pé a semana toda, discordava de tudo que eu fazia ou escolhia para o nosso casamento. E ainda queria fugir dos seguranças que arrumei para ela. Não entende que preciso cuidar dela, ainda estou ressabiado com aquela ligação e o tal do Bruno. Ainda não tive tempo de ver isso, mas esse erro será corrigido assim que passar essa loucura de casamento, vou falar com o papai e providenciar um investigador. Precisamos resolver isso. Agora é me arrumar e aguentar mais esta loucura do Marcelo. Sabe-se lá o que ele tá aprontando. Calmamente vou me arrumando e percebo que já estou atrasado quando Marcelo me chama da porta informando que vai me esperar na garagem. Demorei demais no banho pensando nela. Preciso tirar ela da minha cabeça, hoje quero me divertir! Ao sair de casa tomo o maior susto da minha vida: minha irmã maravilhosa está linda e quando olho para Maria Clara meu queixo cai, ela está magnífica e quase pelada, onde ela pensa que vai vestida assim? Mas não vai mesmo! Aproximo-me delas, sem perceber que estou bufando até que chego perto e sinto aquele perfume que me deixa louco, quê? Que pensamentos são esses agora? Fico furioso comigo mesmo.

— Você não vai sair assim! — Eu digo e de repente estamos todos gritando. Nem sei mais quem grita com quem, e então no meio da discussão ela entra no carro da Rebeca batendo a porta e minha irmã me aponta um dedo.

Olho para ela sem acreditar no que estou vendo: Ela me mandou tomar no... Não acredito! Elas saem em alta velocidade e me viro para o Marcelo dizendo:

— Você me paga. Você armou isso!

— Cara não fui eu, só vamos a uma festa. — Ele rebate.

Começamos a discutir e minha mãe aparece do nada, toda calma e poderosa:

— Calem a boca e aproveitem a festa.

Ela começa a me arrumar e penso comigo, como ela sabe disso? Olho para o Marcelo que balança os ombros e entra no carro. Faço o mesmo e seguimos para a boate. No caminho ainda peço a ele para não pegar pesado, mas vejo um sorriso sacana naquele rosto e sei que vai aprontar!

Na boate encontro todos meus amigos e começo a relaxar e quando penso que vai ser tranquilo as luzes se apagam e um painel gigantesco desce, nele são transmitidas várias fotos de Maria Clara, onde Marcelo conseguiu isso? Olho para ele que está mais surpreso que eu, como assim? Olho para a tela e lá está ela cantando e rebolando num shortinho minúsculo, escuto assobios, mas não consigo desgrudar os olhos da tela, a voz dela parece que me enfeitiça. Então aparece ela no palco com uma fantasia engraçada e depois na formatura, linda, depois uma foto de biquíni e todos surtam com ela numa banheira de espuma e essa cara de levada! Uma foto dela na escada de casa no dia do nosso noivado, aquele vestido vermelho que me fez ter milhões de fantasias e o sorriso dela em closet. Fico me contorcendo na cadeira sem conseguir me mexer, detesto ficar amarrado. Agora tudo escurece e neste momento vejo entrar várias dançarinas. Elas me rodeiam e me provocam, os rapazes vão à loucura. Uma delas senta nas minhas pernas e é quando vejo o telão acender de novo e aparece Maria Clara sentada numa cadeira como eu completamente amarrada com um bando de marmanjos passando penas pelo corpo dela, meu sangue ferve na hora e eu nem penso em mais nada. Arranco minhas mãos das cordas, me levanto e sigo para a área vip sem ouvir o que todos falam ao mesmo tempo. Só consigo pensar em matar aquele bastardo que tocou na minha futura esposa, ela vai se ver comigo devia saber que não ia ser uma boa noite quando a vi naquele vestido curto daquele jeito, com as pernas de fora. Vou buscá-la e levá-la para casa nem que seja carregada. Subo as escadas e dois seguranças tentam me impedir, eles não chegam nem perto Foi fácil até demais! Entro na festa abarrotada de mulheres e vejo Maria Clara rodeada de homens, vou esganar minha irmã! Rosno para todos que se afastam e arranco as cordas que prendiam Maria Clara, ela começa a gritar e nem escuto nada, coloco ela nos ombros e me encaminho para a saída. Desço as escadas com todas as mulheres me xingando e meus amigos batendo palmas. Sigo para a porta de saída da boate e vejo as portas se fecharem sem permitir que mais ninguém saia, que estranho! Coloco Maria Clara no carro de Marcelo, que o motorista trouxe e me entregou as chaves, como ele sabia? Depois vejo isso. Entro e Maria Clara enlouquece me socando e gritando histericamente. Dirijo no automático, sem ligar para mais nada, só consigo pensar nela amarrada e no cara passando a mão no rosto dela, ai que raiva! Sinto meu sangue ferver e novamente estou enfurecido, acelero mais o carro e faço uma curva fechada em alta velocidade ao me aproximar da entrada de casa. Quando chegamos vejo o portão aberto e todas as luzes apagadas, acho estranho e olho para Maria Clara, que está branca e não diz mais nada, acho que corri demais!

— Eu nunca mais ando no mesmo carro que você, é por isso que você tem motorista! Você é um louco. — Ela me diz.

Começo a rir e ela fica mais brava ainda, como fica bonita quando está furiosa. Estaciono na porta de entrada, dou a volta e abro a porta para ela, mas antes que saia andando eu a coloco nos ombros e levo o maior susto quando as luzes se acendem e ouvimos uma música de piano. Tinha que ter o dedo do meu pai nesta história, só ele toca piano assim, com essa intensidade! É lindo, mas agora vou dar umas palmadas em Maria Clara. Subo as escadas com ela nos ombros se debatendo toda e com sorriso no rosto me viro quando escuto minha mãe me chamar:

— Carlos Eduardo! — Ela me olha e sorri.

Então ela também tem um dedinho de participação nesta noite louca né? Depois teremos uma conversinha, primeiro vou cuidar de Maria Clara. Sigo pelo corredor até chegar à porta do quarto dela e abro a porta com o pé. Coloco-a no chão sem soltá-la sentando-me na cama, virando-a de bruços nas minhas pernas e dou bem umas quatro palmadas nessa bunda linda. Ela está que não acredita e dispara:

— Seu idiota, cretino! Como ousa? Não vou me casar com você!

Levanto-a lentamente, enxugo uma lágrima que desce pelo rosto já com a maquiagem borrada e segurando-a pelo pescoço dou um beijo. Suave e carinhoso, ela tenta sair, mas acaba correspondendo então o beijo foi esquentando e antes que eu perdesse completamente o controle, paro... Olho para ela, lhe fazendo um carinho com os dedos e me virando para sair do quarto, digo:

— Te vejo no altar.

Da Mentira ao Amor - Série Amethyst - Livro 1 - EM PAUSAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora