Capítulo 1

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— Gabriella Hernandez Garcia? — Viro-me devagar, creio eu que se fosse
em um filme, seria em câmera lenta, deparo-me com um homem alto, de pele
clara, olhos verdes, seu corpo é bem definido, nota-se com clareza, mesmo
coberto com um terno azul por cima de uma blusa branca sem gravata, sua
expressão é enigmática, não consigo decifrar de maneira alguma, eu estou sem reação, não esperava que ele fosse tão bonito.

Juro que se não fosse minha condição financeira jamais teria topado essa
loucura, mas já que estou aqui vou dar meu melhor, mas confesso que vendo
tamanha beleza não vai ser tão difícil, respirei fundo e responde.
— Sim, sou eu! E você deve ser o Fernando certo?

— Claro, ou você esperava outra pessoa? — Olha para mim dos pés a cabeça, depois para minha mala e diz:

— Espero que ai tenha alguma coisa que se aproveite porque é grande demais! — Olho para ele e faço cara feia, o que ele quer dizer com isso?

— Tem exatamente o essencial e não se preocupe, sei me vestir muito bem.
—Ele apenas me olha sério, depois vira as costas e sai andando levando
minha mala, eu o sigo, chegando ao estacionamento ele desativa o alarme do carro, abre o porta malas, coloca a minha mala dentro, fecha e em seguida abre a porta traseira e olha para mim. Eu entendo que é para entrar, aproximo-me, entro no carro, sou apaixonada por carros e reconheço na hora, aquele não era nada mais nada menos que uma BMW preta, maravilhosa, mas é claro que finjo
que não me importo, ele fecha a porta, dá a volta, senta no banco do motorista,
onde consigo ver claramente os seus olhos pelo retrovisor e que olhos diga-se de passagem.

O trânsito está bem congestionado, olho pela janela vejo como a cidade é
enorme, sei que estou me arriscando em uma grande aventura, vou sentir
saudades da minha família, as lágrimas começam a rolar no meu rosto lembro-
me de tudo que deixei para trás, não me despedi das meninas, a gente se juntou, assistimos um filme e comemos pipoca no início da semana, não queria vê-las hoje, não iria aguentar. Meu Deus! Que dê tudo certo, sei que esta é a maior loucura da minha vida!

— Já se arrependeu? — fala Fernando me tirando do meu transe, péssima hora para isso Gabi, sequei minhas lágrimas rápido e respondi.

— Não.

— Não sou tão ruim assim de conviver, fica tranquila. — Olho nos olhos
dele pelo espelho retrovisor do carro. Dou um sorriso forçado e volto a olhar a cidade.

O trajeto durou cerca de uma hora e meia, ele entra em uma garagem, estou
distraída e não prestei atenção na entrada, ele estaciona e sai do carro e em seguida abre a porta pra mim, saio do carro, ele tira a minha mala e entramos.

A casa é muito bonita e imensa, mas com poucos móveis, na sala tem um
sofá enorme marrom, uma mesa de centro, de um lado umas poltronas, do outro lado alguns quadros nas paredes de pintores famosos, a casa tem vários
corredores.

— Vamos! — Fernando fala com um tom autoritário.
Eu o sigo, subimos uma escada e me surpreendo, a parte de cima tinha seis
portas para o lado direito, depois uma enorme sala com um tapete maravilhoso, mais um conjunto de sofá do outro lado, uma mesa de jantar de vidro e mais quatro portas do lado esquerdo, ele foi à última porta, abriu e entrou com a minha mala, eu o segui, ele colocou a mala no meio do quarto e olhou para mim mais uma vez.

— Fique à vontade para tomar um banho, vou estar na cozinha, precisamos conversar, então não demore. — Então saiu deixando-me sozinha.
Sento na cama, é uma delícia de tão macia.

O quarto além de grande é muito bonito, havia apenas uma cama e um closet, duas poltronas, um tapete vermelho enorme sobre o chão. Peguei minha mala, coloquei em cima da cama, abri a porta do closet, guardei toda a minha roupa.

Depois pego uma roupa leve, minha nécessaire com minhas coisas de higiene pessoal e vou para o banheiro, coloco tudo em cima da pia, olho o meu reflexo no espelho e ainda não consigo acreditar no que fiz. Olho ao meu redor, o banheiro é todo em cerâmica preta, tem um box e uma banheira enorme. Se o meu é assim, estou curiosa para ver o dele!

Depois do banho e de ter chorado feito criança de saudades de todos, me
enrolo na toalha e vou me trocar, visto um short jeans e uma blusa soltinha
vermelha, mantenho o cabelo preso em um coque, coloco uma rasteirinha e saio do quarto, a casa é linda, não tem o que reclamar, sigo um corredor, eu não
perguntei onde era a cozinha, tenho que descobrir. Ando pouco por um pequeno corredor e me deparo com uma cena maravilhosa: Fernando está de costa na pia mexendo com alguma coisa que não dá para ver, mas e quem queria? Depois de ver aquele espetáculo de homem? Ele usa uma calça de pijama branca e uma
camisa regata da mesma cor que define cada detalhe do seu corpo, dá para ver
que ele malha muito.

— Gosta do que vê senhorita?
— Oi? O quê? — Ele vira e nossos olhares se cruzam, eu fico vermelha, tento fugir do assunto depois de ser pega no flagra olhando para a bunda dele, que é uma delícia, então penso rápido.

— Sua casa é muito bonita, você tem muito bom gosto! — Forço um sorriso.
— Você não me respondeu!
— O quê?
— Se você gosta do que vê! — Eu não estou entendendo, para que essa
conversa agora? Apenas respondo tentando parecer que não me importei.
— Não tenho nada para gostar. — Ele vira as costas e volta a fazer o que a
pouco estava fazendo.
— Sente-se. — Eu fico pensando: ele é sempre assim? Tão chato e mandão? Dou a volta no balcão que a pouco estava encostada e sento em uma cadeira, coloco minhas mãos em cima de uma mesa redonda. Então pergunto.

— Porque você mora sozinho em uma casa tão grande? — Depois de um
silêncio ele diz.

— Porque eu posso! — Que grosso, depois dessa não quis perguntar mais
nada, fico em silêncio, um tempo depois ele senta e mal me olha, jantamos e a
tensão é palpável.
Já estava me dando nos nervos, eu falava muito e ficar calada para mim era uma tortura, tento me controlar e penso que estou nervosa porque é tudo muito novo para mim.

Terminamos de jantar, pego o meu prato, pergunto se posso pegar o dele, ele consente, levo toda a louça para a pia, eu conseguia sentir que ele estava me olhando o tempo todo, senti um calor percorrer meu corpo com sua
aproximação, senti sua respiração em meu pescoço, ele pegou minha mão e
colocou um talher sobre a mesma e falou no meu ouvido.
— Você esqueceu este! — Eu engoli seco ao senti-lo tão perto, dizendo isso
ele se afastou.
— Te espero no escritório. — Fernando diz e sai da cozinha, eu solto o ar
devagar que não tinha me dado conta que tinha prendido, termino de lavar a
louça, guardo tudo e saio da cozinha, vou para o meu quarto, escovo meus
dentes, depois saio, é hora de ir procurar o escritório que mais uma vez ele não tinha me falado onde ficava. Bem que ele podia me dar um mapa dessa casa para que eu possa chegar mais rápido onde ele estiver. Segui um corredor à esquerda, sai em uma biblioteca, nossa! Quanto livro em casa!
Volto para a sala, vejo uma porta próxima à escada, vou até ela e bingo, lá está ele, o senhor ranzinza, agora entendo o que a pobre Branca de Neve passou!
Fernando estava sentado em uma cadeira atrás de uma mesa e seus olhos
estavam fixos no notebook, o espaço era pequeno, mas muito bem organizado, tudo na cor preta que dava um toque elegante. Ele levantou a cabeça, os nossos
olhares se cruzaram e eu senti uma corrente elétrica por todo o meu corpo, isso
não vai dar certo, já estou vendo.

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Olá meus amores espero que estejam gostando! vem grandes emoções nos próximos capítulos, obrigado por acompanhar é muito importante pra mim saber o que estão achando comentem e vote.
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