Sexta 13

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Era noite de sexta-feira 13, quando voltava de uma festa com minha namorada. Na rodovia, estava em alta velocidade e precisei frear bruscamente devido a algo que me pareceu alguém deitado no meio da pista. Aline bateu a cabeça no pára-brisa, o que ocasionou um corte na testa. Trêmulo, peguei um pano no porta-luvas, entreguei-o para que limpasse o sangue e pedi que ficasse no carro enquanto eu descia para ver o que tinha acontecido.

Não havia sinal algum de ninguém. Gritei para verificar, mas não obtive respostas. Voltei para o carro, não encontrando mais Aline.

Assustado, acionei o farol alto do carro para enxergar melhor e desci de novo, chamando por ela. Ouvi gritos mas não consegui ver nada. Foi quando parei de olhar para os lados e olhei para o céu, que vi a pior cena da minha vida. Uma espécie de pássaro gigante, porém quadrúpede, com as patas de trás semelhantes a de cavalos e as dianteiras como de águia, possuía um bico enorme com dentes pontiagudos e afiados, planava no ar segurando Aline pelas garras dianteiras e ela gritava por meu nome.

Chamei, tentando despertar a atenção do bicho, para que a largasse, mas em vez disso, vi ele arrancar a cabeça de minha namorada, que caiu aos meus pés. Seus olhos estavam abertos, me encarando, sem vida e sem brilho. Um pavor inexplicável atingiu meu ser, arrepiando todo os pêlos do meu corpo e uma tristeza angustiante fez transbordar lágrimas pelo meu rosto.

Enquanto a estranha ave devorava o restante do corpo de Aline, me obriguei a entrar no carro e fugi, antes que me tornasse a próxima vítima. Não era o que queria, mas deixei Aline para trás, vendo pelo retrovisor, apenas uma grande poça de sangue no asfalto.

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V. Honorato - 13/05/2016

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