QUATRO - KARL

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Os dias se passaram rapidamente. De uma forma estranha eu e Phoebe acabamos criando uma rotina confortável, pode-se dizer. De segunda a sexta depois que eu chegava do meu treino ela já estava acordada, assim tomávamos café da manhã juntos, eu a deixava em seu trabalho e depois ia para o meu, pouco antes das sete da noite eu lhe pegava na empresa e depois íamos de volta para sua cobertura. As nossas noites eram bem agradáveis, sempre jantávamos a comida que Mary deixava pronta para nós dois, depois disso nos afundávamos em nosso próprio trabalho e ficávamos trabalhando no mesmo ambiente de uma forma bem amigável.

Os fins de semana eram um pouco mais animados. Ambos trabalhávamos até às duas da tarde no sábado, ela almoçava com os Grey e eu sozinho na cobertura, após isso ela voltava por volta das oito e eu já estava de saída. Quando eu chegava de madrugada ela sempre estava acordada me esperando, eu sabia que Phoebe só conseguia dormir quando sabia que eu estava em segurança na cobertura. Em nosso primeiro fim de semana acabei dormindo fora, já ela não dormiu nada, foi então que eu percebi que mesmo me conhecendo tão pouco ela se preocupava comigo e isso me fez ficar com a consciência pesada, então nunca mais cheguei a seu apartamento depois das duas da manhã. O mais louco disso tudo é que ela nunca me falou nada sobre isso, foi apenas um acordo mudo entre nós dois, ela me esperaria chegar e eu não passava a noite fora.

Isso só me fez perceber o quão melhor do que eu ela é.

Aos domingos sempre ficávamos juntos, a gente fazia algumas besteiras e nos empanturrávamos enquanto assistíamos algumas séries. Tínhamos um gosto bem parecido... CSI, arquivo morto, Grey's Anatomy, Chuck e os clássicos... Um maluco no pedaço e friends. Dávamo-nos bem, uma relação confortável, mesmo que ninguém percebesse que estávamos morando juntos, pois éramos bem discretos, eu estava aqui pra cuidar delas... Não me pergunte o porquê, mas eu sempre imaginava que seu bebê é uma menina. Mas enfim... Ela nunca tinha me questionado por que eu fazia tudo isso por elas, simplesmente nos encaixamos e uma rotina confortável e assim se passou um mês.

Na quinta-feira daquela semana Phoebe tinha voltado de taxi da empresa, eu estranhei, pois mesmo dizendo que iria contratar um motorista, ela nunca o tinha feito, pois sempre eu a levava para todos os lados. Quando Phoebe tinha colocado os pés no apartamento naquela noite ela tinha um olhar sonhador em seu rosto, parecia uma criança quando ganhava um presente que ela queria muito, o que obviamente me fez ficar curioso para saber qual o motivo de toda aquela felicidade.

- Aconteceu alguma coisa boa hoje? – perguntei enquanto colocava a nossa refeição sobre a pequena mesa da cozinha, onde sempre fazemos as nossas refeições, a sala de jantar de sua cobertura vinha sendo ignorada totalmente. – Você está com uma carinha bem feliz...

- Você não pode imaginar o que aconteceu... – ela disse pegando seu prato e começando a se servir da sopa e da salada deliciosas que Mary tinha feito para nós dois. – Eu fui à obstetra hoje e pude ouvir o coraçãozinho da minha sementinha... – eu ri da forma como ela sempre chamava o seu bebê, era tão fofinha que dava vontade de apertar suas bochechas. – Ele bate muito rápido, segundo a médica, ela esta muito saudável, e se eu continuar indo bem assim no próximo mês ela irá suspender a medicação forte que estou tomando e deixará apenas as vitaminas essenciais.

Senti-me meio excluído ao saber que ela tinha ido ao médico sem me falar nada, eu sei que somente a um mês começamos a desenvolver essa amizade estranha, mas mesmo assim, depois de ter acompanhado ela naquele dia que a levei para o hospital e ter estado presente quando ela descobriu que estava grávida. Sem perceber, eu tinha esperado que quando chegasse a hora dela fazer sua consulta de pré-natal eu estaria lá com ela...

- Que carinha estranha é essa, Karl? – Phoebe percebeu minha expressão de desgosto, então tratei de tentar esconder meus reais sentimentos diante daquela situação inusitada.

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