Nove Meses Para Amar

TRÊS - PHOEBE

Eu tentava controlar o veiculo em que eu estava... Mas ele fugiu do meu controle. Em algum lugar John gritava para que eu parasse o carro, para que eu nos salvasse, mas eu não conseguia, o volante não respondia ao meu comando e minhas lágrimas escorriam de meus olhos quando o impacto de outro carro se chocando no nosso criou ondas e mais ondas de violento impacto.

Meus olhos se fecharam por um momento, mas quando eu os abri vi a carcaça do veiculo completamente destruída, John que até então gritava para que eu conseguisse dominar o carro está imóvel, chamo por ele, mas ele não me responde, eu fico completamente transtornada ao puxar seu rosto e ver seus lindos olhos expressando um medo tão grande quanto o que pode ser suportado por um ser humano.

Passo a mão sobre meu ventre e então eu noto que minha barriga está enorme, minha cintura parecia um balão, meu filho estava se desenvolvendo em meu interior da maneira como devia ser até então, mas eu não o senti mexer quando toquei meu ventre, um medo sem tamanho cresceu em meu peito, de repente não existia mais o medo de perder o John, apenas uma sensação sufocante de que meu bebê deveria estar se mexendo em minha barriga, mas ele não estava fazendo isso.

Percebi que tinha uma poça de sangue manchando o bando do carro em que estávamos bem entre minhas pernas. "Meu Filho!" pensei em meio ao horror, "Não posso perder o meu filho". Era algo fora de mim, nem mesmo o meu estado era importante nesse momento, tudo o que me importava era aquele pequeno ser que crescia em meu interior.

"Phoebe?" a voz de John me chamava ao longe, mas eu estava tão aterrorizada com a ideia de perder meu pequeno bebê que não conseguia se quer prestar atenção a ele me chamando daquela maneira tão agoniada. Phoebe querida...?"

"Não posso perder meu bebê!" gritei desesperada.

"Você não vai!" a voz de John soou em um estou de promessa "Vocês vão ficar bem, mas preciso que você redobre os cuidados com nosso bebê, entendeu?"

Continuei a choramingar agarrada ao meu ventre.

"Phoebe eu preciso que você preste atenção em mim" ele disse com sua voz imperativa, de quem não aceita um não como resposta. "Meu bem, eu preciso que você me olhe..."

Olhei pra ele e fiquei sem chão ao perceber que ele estava se esvaindo em sangue, completamente perdido.

"Você tem que me prometer que vai cuidar da nossa sementinha" John começou a me falar como quem fala com uma criança.

"Mas eu já prometi!"

"Agora é mais sério... Promete que você fará tudo o que estiver ao seu alcance para que ele nasça e principalmente..." John parecia sofrer ao dizer aquelas palavras. "Sei que vou parecer repetitivo... Mas você precisa abrir seu coração para um novo amor..."

"Não!" gritei com ele tampando meus ouvidos.

"Você precisa se dar uma nova oportunidade, Phoebe!" John estava com sua voz cada vez mais distante. "Prometa Phoebe!"

"Não!" teimei.

"Eu preciso partir em paz, querida" ele disse com a voz entrecortada. "Eu preciso saber que você e nosso bebê estarão bem sem mim..."

"Não posso!"

"Pode sim!" senti seus dedos entrelaçarem aos meus. "Essa é a última vez que tenho autorização para falar com você!"Diga querida..."

"Eu prometo!" choraminguei entre lagrimas enquanto ele apertava meus dedos e então não senti mais sua mão na minha.

Comecei a gritar desesperadamente pelo nome do John, mas ele não me respondeu mais, seus olhos perderam o brilho e então eles não tinham mais vida. Sacudi seu corpo inerte e me desesperei ao notar que John não estava mais vivo, seu corpo agora era apenas uma casca vazia e sem vida, não restara mais nada do homem que eu amei tão intensamente.