Capitulo 5

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Maria Clara


Depois de ver todas as coisas possíveis com as Albuquerques e seu pai, eu só queria fechar os olhos e esquecer da vida e como na minha vida nada é simples recebo uma ligação do Bruno... era só o que me faltava para completar a noite perfeita!!!!

Ouvir o Bruno carinhoso doeu demais, ainda me lembro das noites solitárias, das vendas que tive que fazer, daquele carinha fantástico que conheci na festa da faculdade... Tantas coisas e fico pensando se não imaginei aquele cara... Esse Bruno falando comigo e pedindo pra eu voltar, implorando por um encontro... Esse Bruno não existe... ele só precisa é de dinheiro, isso mesmo, o dinheiro das vendas que EU fazia para ele! Não mais! Não mesmo! Não serei mais idiota! Eu não quero mais essa vida! Desligo o celular e me entrego ao choro, um choro libertador... Finalmente minha vida vai mudar, vou me entregar totalmente a esta mudança!

Acabei adormecendo e acordei bem tarde no dia seguinte. Depois de um banho refrescante e de fazer minha higiene matinal. Desci e fui pegar um suco na geladeira e... quase morri do coração!

Rebeca sorria tranquilamente, parada atrás da porta da geladeira, danadinha!

— Ahaaaaaa! Aí está você!

— Rebeca quer me matar do coração! Quase caí dura aqui!

— Vem Maria Clara! Vou tomar um suco com você, vamos pegar uns biscoitinhos da Nana! — Diz Rebeca abrindo o forno.

— Ela vai brigar com a gente, sua doida!

— Vai nada, pega aqui, rápido que tá quente!

Nesse momento Nana vem pra cozinha e já começar a brigar com a gente. Saímos correndo e rindo.

— Rebeca sua maluca!

— Maria Clara não existe a possibilidade de que eu não roube os biscoitos da Nana!

Tomamos café entre risadas com a Rebeca contando suas aventuras na cozinha. Então de repente ela fica séria e pergunta:

— Então preparada para o grande dia?

— Verdade, nem tinha pensado nisso ainda, o Grande Jantar seria na quinta, depois de amanhã, nossa! E meu casamento no sábado da próxima semana. Pouquíssimo tempo para uma grande mudança na minha vida!

— Estou processando a ideia ainda.

— Maria Clara, Clarinha linda! Respira, vai dar tudo certo, você vai ver! Eu sei que meu irmão é difícil às vezes, mas tenha paciência com ele! Ele sempre foi um Don Juan das noitadas e agora só fica naquele quarto andando de um lado pro outro pensando em vocês... Falei demais! Segredinho heim! Preciso ir! Tenho que preparar umas coisinhas para o Grande Jantar!

Fico olhando para ela e não consigo parar de rir. Quando passo pela sala escuto a campainha e vejo a Nana receber uma encomenda do motorista do Carlos Eduardo... Que estranho! Ela me vê e sorri!

— Querida esta encomenda é pra você, parece que seu noivo lhe enviou um presente. — Diz me entregando uma caixa dentro de uma sacola.

— Obrigada Nana! Vou subir para o meu quarto e dar uma olhada, também quero terminar de ler meu livro. Me chama na hora do almoço?

— Chamo sim, pode deixar.

Subo as escadas correndo com a sacola nas mãos e morrendo de curiosidade, escorrego e quase que caio. Como sou desastrada. Agora sou uma mulher, noiva de um Albuquerque. Endireito meu corpo, levanto a cabeça e ando pelo corredor como se estivesse na passarela e bum, esbarro num muro, não, era o meu cunhadinho de novo, que vermelho como um pimentão me segurava pela cintura e ria de se acabar... De mim?

— Você está rindo de mim? Esbarra em mim, me esmaga e ainda fica rindo? Muito bonito heim!?

— Você estava desfilando? Menina preciso filmar isso, faz de novo?

— Ah! Vá se ferrar! – Digo entrando no meu quarto e batendo a porta.

Escuto ele dizer do corredor:

— Maria Clara minha linda, não fica brava, estava só brincando. Abre aqui, vamos brincar juntos!

— Vai embora, não quero brincar. Vou ler meu livro.

— Você esqueceu sua sacolinha aqui no corredor!

Bufando como um touro, abro a porta e arranco a sacola das mãos de Marcelo. Bato a porta na sua cara e finalmente respiro. Escuto uma gargalhada e começo a rir, lá estava minha imagem refletida no espelho, toda vermelha e descabelada. Que bela figura!

Olho pra sacola ainda em minhas mãos e decido dar uma olhada, era um celular... Puta merda! Ele me comprou um celular de última geração. Filho da mãe! Com que direito? O que ele pensa que está fazendo? Nem casamos ainda e ele pensa que já vai ficar me controlando?

Vou até o guarda-roupa pego um jeans e uma camiseta e resolvo dar uma volta. Se ele pensa que vou ficar em casa trancada esperando a próxima ordem dele, aha! Está muito enganado! Ele vai ver só quem é a Maria Clara!

Ao sair da casa dos Albuquerques decido dar uma volta pelo shopping e esfriar a cabeça. Talvez a Rabeca tenha razão e eu esteja brava à toa. Quem sabe o que aquele arrogante pensa...

Andei de um lado para o outro, olhando vitrines sem realmente ver, camisas, saias bolsas, sapatos, saias e vestido.

Entrei numa loja e vi um vestido vermelho tomara que caia... Nossa! Roupa ideal para o meu jantar de noivado. Peguei meu novo cartão, presente de Dona Érica, comprei o vestido que nem era tão caro e um scarpan vermelho com saltos pretos, um luxo!

Andei mais um pouco e vi uma gravata no mesmo tom do meu vestido... Hummmm! Isso ia ser divertido!

Entrei na loja e comprei a gravata, joguei a embalagem fora e comprei uma caixa branca para colocá-la. Ele ia ter uma surpresinha nesse jantar. Vou adorar a cara dele!

No caminho de volta para casa comprei um livro que estava querendo ler a muito tempo e só então me lembrei que tinha pedido a Nana para me chamar, a que droga. Preciso chegar logo em casa. Quando abro a porta veja Nana na escada. Cheguei a tempo!

— Maria Clara! Já ia te chamar!

Deixo minhas sacolas no sofá da sala e sigo para a mesa onde as mulheres Albuquerque já se encontravam. Almoçamos entre risadas e comentários sarcásticos de Rebeca com relação à minha lingerie. Não tenho muita experiência, mas tenho umas ideias.

Num impulso digo a Rebeca que ela pode cuidar da minha lingerie já que elas a incomodam tanto. E só me dou conta da loucura quando vejo ela abrir um sorriso largo e sua mãe fechar os olhos e balançar a cabeça

Após o almoço decido subir e ler meu livro. Nem percebi o tempo passar. Nana trouxe um lanche para mim, pois não quis descer para jantar. Havia acabado de terminar meu suco de laranja quando ouvi uma leve batida na porta, era ele, Carlos Eduardo. Que raiva de mim, de onde veio esse sorriso idiota e esse acelerar do meu coração, mas que droga!

— Posso entrar? — Eu quase engasguei com a visão, que homem lindo! Sossega mulher! O que deu em você?

— Você já entrou não é mesmo? — Respondo secamente.

— Você recebeu meu presente então?

— Recebi sim e tenho uma pergunta a fazer, você quer controlar minha vida é isso? — Esse pensamento me irrita ainda mais.

— Não Maria Clara! Eu pensei que talvez você quisesse um celular novo.

— Por que pensou isso?

— Não sei por quê... — Ele para e pensa no que dizer. Estaria preocupado comigo ou era só um presente mesmo, que dúvida cruel.

— Apenas use enquanto estiver aqui, era um presente mas agora é uma ordem.

— Ok Meu S E N H O R! — Respondo com ironia. Ele vai me pagar por sua arrogância, ah vai.

Ele sai e eu jogo o livro na porta, depois corro e pego o livro de volta. Ainda bem que não estragou, amo livros. Esse homem me tira do sério! Vou voltar a ler e vejo as sacolas. Sim, sorrio. Ele não perde por esperar.

Da Mentira ao Amor - Série Amethyst - Livro 1 - EM PAUSAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora