Capítulo 29 - Isabella

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Acordei um tempo depois, pensei que dessa vez iria ser vencida pela morte, mas consegui ganhar. Eu estava no mesmo lugar de onde eu estava antes. Abri meus olhos, a imagem voltou devagar. Olhei para os lados procurando a Sarah e nada. Levantei de onde eu estava, meu corpo estava forte, não sentia mais dor. Ouvi um gemido, segui o som. Alexia estava com Miguel em seu colo, mas não movia em músculo sequer. Ela estava morta. Não havia mais como salvá-la. Fiz o que ela teria pedido para eu fazer.

-Miguel, você está bem?
-Ela está -ele deu uma pausa, como se não tivesse acreditando- morta?
-Está. Ela te falou alguma coisa antes de -suspirei- você sabe.
-Ela pediu meu perdão, mas não pude. -Ajudei-o a sair das mãos frias dela, ele estava quase recuperado, o sangue estava demorando mais do que o normal para fazer efeito.

-Ela morreu por você e você não deu a única coisa que ela pediu em troca?
-Ela o que?
-Você ouviu. -Pude ver em seu rosto que ele não estava acreditando no que eu estava dizendo.

-Como você sabe?
-Lembra do que eu falei do Oswaldo? -Ele assentiu com a cabeça.

-Ele é meu avô e eu tenho sonhos com ele. Na noite anterior tive outro sonho, ele me contava o motivo de ter se matado. Lubert não o matou como eu pensava, ele tinha se matado para proteger a mim.
-Mas ele não era um bruxo?
-A natureza busca um equilibro. Quando a bruxa morre, sua magia se vai junto com ela.
-Os feitiços deixam de existir. -Ele disse em tom pensativo. Ajoelhei-me na frente da garota morta. Acomodei-a confortavelmente no chão. Naquele momento desejei que existisse outro lado, e que pudesse encontrá-la um dia. Ela foi a melhor amiga que eu nunca tive.

-Vamos.
-Pra onde? -ele estava arisco, mas já se recuperara pelo sangue ingerido da Alexia, sem a magia para interromper.
-Ainda existem muitos vampiros e lobisomens por ai. -Ele continuou andando, viu o corpo de Nicole e ficou paralisado por um momento.

-Precisamos ir Miguel, eu disse o puxando pelo braço.
-Calma, preciso fazer uma coisa ainda. -Ele foi à direção do corpo de Alexia que estava deitada ao chão. Ele ajoelhou-se na frente dela. Usou sua mão para fechar os olhos da garota enquanto sussurrava.

-Eu te perdoo. -Naquele momento, sabia que onde quer que Alexia estivesse, ela estava bem e em paz.

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