Sempre tive uma ligação com a natureza, com os animais e com o estado do tempo. Mas naquela tarde, eu estava muito feliz, o sol brilhava por cima da minha cabeça e eu olhava fixamente para uma rosa fechada. Assim que a minha mão se aproximou da rosa...
Acordei muito bem disposta e o sol, do lado de lá da janela, sorria-me.
Desci para tomar o meu pequeno almoço e , como fazia todos os dias, reguei a roseira que havia no jardim.
Eu vivia com a minha tia, naquela bela mansão desde que me lembro.Havia um belíssimo jardim, cheio de plantas e recantos que parecem saídos dos sonhos. A casa é muito antiga mas foi restaurada à pouco e agora está em ótimo estado.
Os meus morreram num acidente de carro segundo o que a minha tia me contou.
Sempre senti uma ligação com a natureza, com os animais, com o estado do tempo. Mas naquele dia, quando estendi a mão para apanhar uma rosa fechada, ela começou a abrir. Naquele momento eu soube que tinha uma ligação muito especial.
Corri para dentro de casa, não que eu estivesse assustada. Não, eu estava espantada e maravilhada com o que acabara de fazer.
- Tia Lene ! Tia Marlene!
Corri escadas a cima até ao quarto da minha tia. Estava vazio e a cama estava feita.
"Deve ter ido para a aldeia mais cedo", pensei. Então apressei-me. Eu tinha de ir para a pequena escola da vila mas antes queria passar pela loja de flores da minha tia para lhe contar o que aconteceu.
Vesti um vestido azul bébé com rosas nas mangas.
Desci a pé e parei em frente de florista da minha tia. A porta ainda estava fechada. Eu tinha de ir para as aulas e conseguia aguentara vontade de contar a alguém até ao fim do dia.
Cheguei à escola mesmo em cima do toque e subi as escadas a correr e ia entrar na sala quando choquei com um rapaz que eu nunca tinha visto. Os meus livros e os dele caíram todos no chão.
- Desculpa, magoei-te?
- Não, e tu estás bem? Eu devia ter vindo mais devagar mas como já estava atrasada... - As palavras saíram-me a voar e só pararam porque eu finalmente olhei para ele, era lindo. Tinha o cabelo meio dourado e os olhos muito verdes como os meus.
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Ficamos a olhar-nos durante 5 segundos ( sim, eu contei-os) e depois a Professora Buckingham veio à porta da sala
-O que fazem os dois aí, venham que a aula está a começar - Disse deixando espaço para entrarmos na sala.
Logo por azar, as carteiras que sobravam estavam uma ao lado da outra por isso tivemos de nos sentar lado a lado.
Não prestei atenção nenhuma à aula porque:
1º Ele olhava muito constantemente para mim
2º Eu também não me fartava de olhar para ele
3º Quando os nossos olhares se cruzavam desviávamos o olhar
Não percebi nadinha da matéria e no fim da aula ele veio ter comigo
- Desculpa mas não apanhai o teu nome
- Sou a Baunilha, mas costumam chamar-me Babu.
- Eu sou o Grisam, prazer em conhecer-te e desculpa lá os livros.
- Não faz mal
- Esta noite vou dar um passeio pelo monte, pensei que talvez quisesses vir comigo. - Ele disse um pouco embaraçado
- Por mim tudo bem. Eu vivo naquela mansão no cimo da estrada, Vês? - Apontei e ele acenou que sim com a cabeça.
- OK, eu depois do jantar vou-te lá buscar. Adeus
- Só uma coisa, És novo aqui não és?
- Sim
- OK, adeus
Corri para casa, para contar tudo à tia Marlene. Ela estava no jardim, a olhar para a rosa que eu tinha feito desabrochar.
- Foste tu, não foste, Babu?
- Sim, fui eu. Não sei como é que fiz simplesmente...
- Abriste a mão
- Como é que sabes tia?
Ela aproximou a mão de outra rosa e fê-la desabrochar, como eu tinha feito.
- Eu sou como tu, mas em breve deixarei de ser.
- Mas o que é que eu sou? - Estava a ser tomada pela minha curiosidade indomável.