— Eu estou apaixonada por você. — abaixou a cabeça. — Isso é tão estúpido e idiota. Como posso me apaixonar alguém tão rapidamente? Isso é tão errado. E você é um príncipe!

— E você é filha de um duque importante.

— Isso está errado. Eu preciso ir embora.

— Mas...

— Diga a sua irmã que eu não me senti bem e preferi voltar para casa.

— Não pode fugir desse assunto.

— Eu não estou fugindo, só não me sinto bem.

— Você está mentindo. Não consegue olhar nos meus olhos. Uma péssima mentirosa deve admitir.

— Eu sou mesmo uma péssima mentirosa. — revirou os olhos. — Mas isso não é uma conversa para se ter no corredor.

— Então você vai continuar a conversa? Não vai fugir?

— Vamos logo, antes que eu me arrependa.

George segurou a mão dela e começou andar pelo extenso corredor. Ela começou a reconhecer o caminho e desconfiou que ele estivesse a levando para a biblioteca. Mas ela se enganou, ele a estava levando para a sala de música. Abriu a porta, e fez o gesto para que ela entrasse, e assim ela fez. Quando ele entrou, fechou a porta, e andou em direção das cortinas vermelhas aveludadas e as abriu. O ambiente se iluminou belamente, como ela se lembrava. Ele voltou para perto dela e a puxou para se sentar no sofá.

— Por que trancou a porta?

— Quero privacidade. — deu de ombros.

— Podem pensar algo de nós.

— Não me importo. — cruzou os braços.

— Mas eu sim! Minha honra pode ficar manchada por sua causa.

— Eu casaria com você sem pensar duas vezes, se isso a deixa preocupada.

— Eu não quero me casar.

— Será mesmo? — George se aproximou dela. — Pensei que já tivesse mudado de ideia.

— E por quais motivos eu teria mudado de ideia? — apoiou a cabeça na mão.

— Por mim.

— Não seja tão convencido, Alteza. — respondeu debochadamente.

— Não é questão de convencimento, e sim, fatos.

— E quais são os fatos?

— Você está apaixonada por mim.

— Recordo de ter dito sobre a paixão, não sobre casamento.

— Não seja tão teimosa, Charlotte.

— Vai ficar querendo, Alteza.

— É sempre assim?

— Assim como? — deu uma risadinha.

— Pirracenta e difícil. — levantou-se e colocou as mãos para trás.

— Eu sou assim, não posso mudar. E convenhamos, não é nenhum anjo também.

— Eu nunca disse que era.

— Aposto que todos pensam que é um anjo.

— Temos uma exceção. — virou-se. — Você não me acha um anjo. Então não é todo mundo.

— Por que me trouxe para a sala de música? — Charlotte se levantou e foi em direção à janela. — Pensei que iríamos para biblioteca.

— Eu até pensei em ir para lá. — ele a seguiu e pousou suas mãos na cintura dela. — Sabe por que mudei de ideia?

Charlotte sentiu sua pele arrepiar toda quando ele a tocou, principalmente quando ele falou rouco e baixo em seu ouvido.

— Não. — gaguejou. — Por quê?

— Porque foi aqui que eu tive certeza que estava me apaixonando por você. — ele virou Charlotte para olhá-la nos olhos. — Você é tão bonita. Eu poderia ficar o dia inteiro admirando você. Seus olhos são como os céus tempestuosos, e belos ao mesmo tempo. Apesar de você ser bastante chata e terrivelmente grossa e desconfiada, eu estou amando você.

— George... — colocou seu dedo na boca dela, silenciando-a.

— Na sua cabeça deve passar a imagem de Jade, e o que disse naquele dia em Hyde Park. Mas as coisas mudaram. Você apareceu, e eu só consigo pensar em você. Eu estou morrendo de sono, mas eu prefiro ficar com você.

— Você deveria dormir.

— Não vai me dizer nada? — arqueou a sobrancelha.

— Deixou-me sem palavras. — Charlotte colocou sua mão na bochecha de George. — Eu também não consigo parar de pensar em você. Sky vive dizendo que estou no mundo da lua, culpa sua. Eu amo seus olhos. Desde daquele dia que me enviou o bilhete sobre as estrelas, bem, eu não consigo pensar em outra pessoa a não ser você quando eu as observo.

— Esqueço o quão você pode ser doce às vezes.

— Doce como um limão.

— Não estrague o clima de romance, Charlotte. — revirou os olhos.

— Eu estrago se eu quiser.

— Não vai estragar não. Eu não vou deixar.

— É mesmo? Como?

— Dessa maneira.

George colou os lábios na boca de Charlotte, que afundou as mãos nos cabelos loiros dele. Diferente do primeiro beijo, naquele ela havia se entregado muito mais, e havia mais desejo da parte dele por finalmente ter assumido seus sentimentos.

Lady CharlotteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora