Mente cheia

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Quando o restaurante fechou, praticamente corri para o vestiário. Queria logo chegar à casa, tomar um banho e cair na cama. A dor de cabeça tinha apenas diminuído, o que ainda me deixava com meu humor abalado.

Estava trocando de roupa quando Lana me encontrou.

— Denis e eu vamos tomar alguns chops, tá a fim de ir com a gente?

— Outro dia amiga, estou louca para chegar em casa, tirar essa roupa apertada e cair na cama.

— Daniel não vai vir te buscar hoje?

— Não. Falei que hoje eu queria ficar sozinha.

Lana se pôs na minha frente e me encarou.

— Cristal, você realmente não quer me contar o que está acontecendo?

— É um assunto particular. De família. Agradeço sua preocupação, mas não quero falar sobre isso.

— Tudo bem. Quer uma carona até em casa? Posso falar com Denis.

— Relaxa amiga, vão se divertir um pouco. Só são poucos minutos até minha casa.

— Como quiser. Me avisa se mudar de ideia?

Eu não vou mudar, mas preferi não falar isso.

— Claro, aviso sim. Tchau Lana.

— Tchau Cristal, bom descanso.

— Obrigada.

Trocamos beijos de despedida e saí do vestiário. Valter e Denis estavam trocando ideias quando passei.

— Vamos dar uma esticada na noite Cris? — Perguntou Denis quando me viu passar.

— Passo a vez Denis. Estou com dor de cabeça. Da próxima, eu garanto que vou. Tchau Valter.

— Tchau Cristal, e pensa com carinho naquela proposta.

— Que proposta? — Denis quis saber, porém eu já estava chegando à porta da rua.

— Valter vai te contar tudo. Boa noite meninos.

A noite estava mais fria do que o de costume. Peguei meu casaco de dentro da bolsa e o vesti. A rua estava um pouco deserta, mas não apresentava nenhum perigo. Cidade pequena era sempre mais segura.

Peguei meu celular para ver a hora. Passava um pouco de duas da manhã. Hoje até que saí mais cedo. Dei uma olhada rápida nas minhas mensagens e havia uma enviada pelo Daniel às dez horas.

"Não sei se estou sendo um namorado chiclete, mas gostaria de dormir com você ao meu lado. Bjs. Daniel".

Ele era um fofo. Mesmo eu me recusando a falar sobre a ligação do meu pai mais cedo, ele se preocupou em mandar uma mensagem. Digitei uma mensagem rápida e enviei.

"Eu te amo."

Apressei meu passo e quando estava na metade do caminho, meu telefone sonorizou avisando que eu tinha recebido uma nova mensagem. Nem precisei tentar adivinhar de quem era.

"Também te amo. Boa noite."

Um sorriso idiota brotou dos meus lábios. Só uma mensagem com essa para tornar o restante da minha noite perfeita.

Quando cheguei em casa, Estella estava apagada no sofá com um livro sobre seu peito. Coitada da minha amiga, ela tinha estudado o dia inteiro. Caminhei até o sofá e tentei acordá-la.

— Estella? Amiga. Que tal ir para sua cama?

Ela abriu os olhos e piscou várias vezes, acho que estava tentando focalizar meu rosto.

Segunda ChanceOnde as histórias ganham vida. Descobre agora