A Secretária

Capítulo 3/ Adriana

Os outros advogados ficaram super excitados com a presença de uma jovem tão atraente quanto a secretária nova andando pelos corredores, e logo os  comentários tomaram conta do ambiente.
Todos queriam conhece-la. Todos queria ter a chance de dizer quem havia sido o primeiro a sair com ela.
Eu tinha que admitir, nunca antes eu tinha tido uma secretária tão bonita quanto ela.
Ela devia ter por volta de 1,60 de altura. Seu cabelo era claro, mas sempre estava preso em um coque perfeito. Seus olhos claros, ficavam atrás de seu óculos delicado. Sua pele bem clara sempre em contraste com sua unha pintada de um vermelho vivo.
Ela era muito atraente, parecia uma boneca de porcelana: pequena e frágil.
Confesso que algumas vezes me questionei sobre sua sexualidade, já que várias vezes a peguei olhando para mim. Mas talvez fosse só minha imaginação querendo entrar em ação.

Nas primeiras semanas de trabalho a secretária mau trocava palavras com ninguém. Nem comigo ela tentou uma aproximação, ela só me perguntava o essencial.
Confesso que eu não esperava por aquilo, já que no primeiro dia ela estava toda eufórica e comunicativa.
Percebi que ela foi dando abertura para algumas pessoas se aproximarem mas não o suficiente, ela continuava sendo um mistério para todos. Aquele jeito dela me fez lembrar de mim.

Até que em um dia de trabalho, acabamos  conversando por acaso.

Todos haviam ido embora. E eu fiquei trabalhando no notebook.
Eu não queria ir para casa, Daniel e eu haviamos brigado. Ele queria que eu tirasse férias junto com ele para viajarmos e ficarmos um tempo juntos, apenas nós.
Pelo amor de deus. Meu marido parecia uma mocinha.

A secretária  ficou até tarde também, não sei o porque afinal não tinha nada para fazer.
Quando ela entra em meu escritório parece algo premeditado.
Ela estava com dois cafés do Starbucks nas mãos. Eu amava aquele lugar. O cheiro enche meus pulmões

— Oi? — Pergunto curiosa. Eu não lembrava o nome dela, afinal eu a chamava de A secretária. — O que ainda está fazendo aqui?

— Oi, Senhora Adriana.

Eu a interrompo.— Pode me chamar de Adriana. Qual o seu nome mesmo?

— Eu me chamo Amanda. — Ela responde de uma forma ríspida, como se eu a tivesse ofendido. — Eu trouxe isso pra você.

Ela me empurra um café e um donuts de baunilha.

— Nossa, não precisava.

— Precisava sim. Já está tarde e você não comeu desde o horário do almoço.

Bem, ela era observadora.

— Obrigada. — Pela primeira vez eu havia simpatizado com ela. — E então, o que você ainda faz aqui?

Vejo que ela estava pensando numa desculpa. — Só queria me certificar e ter certeza de que você ainda fosse precisar de mim...

— Certo.

— E a senhora, muito trabalho?

Observadora e curiosa.

— Na verdade não. Eu só precisava de um tempo pra mim.

Como o donuts enquanto Amanda permanece ali observando cada gesto meu.
Aquilo me deixa desconfortável.

Fecho o notebook.

— E então, vamos embora?

— Claro. — Ela se levanta.

Agora posso ver que ela estava usando um all star preto desbotado. Parecia bem confortável.

— Belo tênis.

— Desculpe. É que eu realmente odeio salto. Meus pés estão cheios de bolhas.

— Haha, tudo bem, tudo bem. Eu sei bem como é isso.
Você quer uma carona ou você tem carro?