Sexta carta

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São Paulo, 13 de Março de 2016.

Querido Estranho,

Espero que o seu sábado tenha sido divertido, pois o meu foi.

Tive uma noite maravilhosa com minhas amigas, saímos para dançar. Já vou lhe adiantando que sou uma dançarina e tanto, espero que você arrisque uns passos bem legais na pista de dança quando formos a alguma balada qualquer.

Não lhe mandei cartas ontem, confesso que senti falta de lhe escrever, mas precisei de um tempo para refletir sobre todos esses meus atos, repensei em talvez deixá-lo em paz com a sua rotina normal de vida, sem nenhuma emoção, sem nenhum prazer ou divertimento, mas logo desisti.

Quero transformar você em uma bagunça, quero que você pise na areia levemente antes de mergulhar no meu mar e quando mergulhar não quero que você se afogue. Minha maré é alta demais, mas já vou logo avisando, vou lhe entregar um colete salva vidas antes de você mergulhar.

Quer dar uma volta nesse domingo a tarde? Tomar um sorvete?

Aproveite esse sol gostoso, admire as pessoas, os cachorrinhos a passear, as crianças gritando e brincando sem parar. Olhe para os lados, cante uma música mentalmente, se entregue aos prazeres simples que a vida lhe dá.

Existe uma sorveteria bem em frente ao seu prédio. Desça agora mesmo, pode ir descalço se quiser, deixei algo separado para você, lembre-se de dizer "Sou o Querido Estranho".  

P.S.: Espero que você goste de sorvete de flocos, é o meu preferido.

Com todo carinho,

Amor da sua Vida.

Querido Estranho [Conto]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora