A Culpa é das Estrelas - John Green

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"Sempre que você lê um folheto, uma página da Internet ou sei lá o que mais sobre câncer, a depressão aparece na lista dos efeitos colaterais. Só que, na verdade, ela não é um efeito colateral do câncer. É um efeito colateral de se estar morrendo."

Mamãe: “Hazel, você já é adolescente. Não é mais criancinha. Precisa fazer amigos,
sair de casa, viver sua vida.”
Eu: “Se você quer que eu aja como adolescente, não me mande para o Grupo de Apoio. Compre uma carteira de identidade falsa para mim e aí eu vou sair à noite, beber vodca e tomar baseado.”
Mamãe: “Para início de conversa, não se toma baseado.”
Eu: “Viu? Esse é o tipo de coisa que eu saberia se você comprasse uma carteira de identidade falsa para mim.”
Mamãe: “Você vai para o Grupo de Apoio.”
Eu: “SAAAAAAACO.”
Mamãe: “Hazel, você merece uma vida.”

"— Augustus, talvez você queira falar de seus medos para o grupo.
— Meus medos?
— É.
— Eu tenho medo de ser esquecido."

"— Estou sendo insensível? — perguntou o Augustus. — Eu posso ser bem cego
quando o assunto são os sentimentos das outras pessoas."

"Olhei na direção do Augustus Waters, que me encarava. Dava quase para ver através
dos olhos dele, de tão azuis.
— Vai chegar um dia — eu disse — em que todos vamos estar mortos. Todos nós. Vai
chegar um dia em que não vai sobrar nenhum ser humano sequer para lembrar que alguém já existiu ou que nossa espécie fez qualquer coisa nesse mundo. Não vai sobrar ninguém para se lembrar de Aristóteles ou de Cleópatra, quanto mais de você. Tudo o que fizemos, construímos, escrevemos, pensamos e descobrimos vai ser esquecido e tudo isso aqui — fiz um gesto abrangente — vai ter sido inútil."

"— Qual é o seu nome? — ele perguntou.
— Hazel.
— Não, o nome completo.
— Ahn, Hazel Grace Lancaster."

“O Isaac apoiou uma das mãos na mesa de biscoitos e virou o olho enorme para mim.
— Tá, é que eu fui ao médico hoje de manhã e estava falando para o meu cirurgião que preferiria ser surdo a ser cego. E ele disse: “Não é assim que as coisas funcionam.” Aí eu falei, tipo: “É, eu sei que não é assim; só estou dizendo que preferiria ser surdo a ser cego se pudesse escolher, mas sei que não posso.” E ele: “Bem, a boa notícia é que você não vai ficar surdo.” Eu disse: “Obrigado por esclarecer que meu câncer no olho não vai me deixar surdo. É muita sorte minha ter um gênio como você me operando.”

"— Literalmente.
— Literalmente? — perguntei.
— Estamos literalmente no coração de Jesus… Achei que estivéssemos no porão de uma igreja, mas estamos literalmente no coração de Jesus.
— Alguém deveria contar isso para Jesus — falei. — Quer dizer, deve ser perigoso ficar guardando crianças com câncer no coração."

"— O que foi? — perguntei.
— Nada — ele respondeu.
— Por que você está olhando para mim desse jeito?
Ele deu um sorrisinho.
— Porque você é bonita. Eu gosto de olhar para pessoas bonitas, e faz algum tempo
que resolvi não me negar os prazeres mais simples da existência humana. — Um silêncio constrangedor se seguiu. Mas o Augustus quebrou o gelo. — Quer dizer, principalmente porque, como você deliciosamente observou, tudo isso vai acabar em total esquecimento, e tal…"

"— Você deveria assistir — ele falou. — Ao V de Vingança, quero dizer.
— Tá. Vou ver se acho para assistir.
— Não. Comigo. Na minha casa — ele disse. — Agora.
Parei de andar.
— Eu mal conheço você, Augustus Waters. Você pode muito bem ser o assassino do machado.
Ele concordou.
— Tem toda razão, Hazel Grace."

"— Imagine a última ida de carro até o hospital — falei, baixinho. — A última vez que você vai dirigir um carro.
Sem me olhar, o Augustus disse:
— Você está atrapalhando a minha vibe aqui, Hazel Grace. Estou tentando observar o amor adolescente em sua esplendorosa estranheza.
— Acho que ele está machucando o peito dela — comentei.
— É. É difícil saber ao certo se ele está tentando excitar a menina ou fazer um exame de mama."

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