Capítulo 3

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Acordo pela manhã com minha mãe me chamando.

" Isabele minha filha, vai se arrumar, a família Ferraz já deve estar chegando." Ela fala e sai do quarto.

Quando ela sai, levanto-me, tomo um banho rápido, coloco um vestido branco com florezinhas, e um casaco para frio bege, coloco uma meia calça e calço uma sapatilha de pedrinhas, deixo meu cabelo solto e faço uma maquiagem básica, antes de descer.

Antes mesmo de descer eu já conseguia ouvir vozes diferentes que vinham da sala e eu sabia que era meu noivo e sua família. Respiro fundo e saio do quarto.

Meu noivo, futuro marido, tenho que me acostumar com isso.

Desço as escadas com calma, encontro meu pai, minha mãe e irmão lá, já fazendo companhia para eles, querendo ser uma grande família feliz, paro ao lado do meu pai, e encaro as pessoas a minha frente.

Tem um casal que aparenta ter uns 40 anos, uma menina de uns 14 a 15 anos.

Mas meu olhar cai no homem, ele aparenta ter uns vinte e poucos anos, ele é bonito, ele tem olhos cinzas, mas ao mesmo tempo tem aquele ar misterioso e sombrio.

Saio dos meus pensamentos com meu pai falando.

" Filha, esses são a família Ferraz, Antônio, sua esposa Lorena, e seus filhos Christian e Emma" Ele vai falando e apontando para eles.

" E essa é minha filha Isabele " Ele fala me apresentando.

" Hum, é um prazer conhecer vocês " Falo olhando rapidamente para eles e desviando o olhar logo em seguida.

" Sua filha é belíssima Roberto." Fala Antônio e eu sorrio sem graça.

O homem, acredito ser o Christian, meu tal noivo me olhava de cima a baixo a todo momento. Em sua cara era fácil perceber que ele estava tão descontente com esse casamento como eu, pelo menos eu não era a única.

" Bom vamos tomar café?" Minha mãe fala e todos nós nos dirigimos para a sala de jantar, mas que serve para todas as refeições.

Sentamos e o tal Christian ficou de frente comigo, ele tem um olhar penetrante e muito bonito, mas também intimidante.

"Já escolheu seu vestido minha querida?" Minha futura sogra perguntou.

" Sim" Falei simplesmente querendo mudar o assunto, não queria falar desse assunto na hora que estava comendo.

Ela e minha mãe ingressaram numa conversa sobre a festa, enquanto os homens conversavam sobre os negócios. Termino de comer e peço licença e vou para o jardim, queria tranquilidade, mas a menina me segue.

"Oi." Emma fala.

"Oi." Sorrio minimamente.

" Você não está nem um pouco animada né." Fala minha futura cunhada.

" Se eu falar que estou é mentira." Falo tristemente.

" Eu imagino mesmo, também não estaria." Falo e eu assinto.

" Mas como não posso fazer nada." Sorrio triste, nessa hora minha mãe aparece nos chamando para sair, é parece que não vou ter um minuto de paz.

" Meninas vamos ao salão." Minha mãe aparece sorrindo e eu bufo, que a tortura comece.

* * *

Já era noite quando terminei de me arrumar para o meu noivado, sim já seria hoje, parece que eles já estavam muito animados com esse assunto, e para a ocasião eu estava usando um vestido vermelho rodado de renda e um colar que tinha ganhado do meu pai de aniversário, como seria aqui em casa mesmo, não precisaria de casacos, pois a casa é toda aquecida, desço as escadas quando escuto minha mãe me chamando.

Chego na sala e todos estão lá, apenas me esperando. Fico perto do meu pai, que estava conversando com Antônio, mas quando me aproximo, eles param de conversar.

" Você está muito bonita filha " meu pai fala me olhando e eu só aceno com a cabeça.

Queria estar em qualquer lugar menos aqui.

Christian se aproxima de nós, e eu sei que chegou o momento.

Ele para na minha frente, ao lado do seu pai e esse concorda com a cabeça.

Então todos saem da sala deixando só a gente.

Olho para qualquer lugar menos para ele.

Até que ele chama minha atenção.

" Isabele Altovsky, você sabe as razões para esse casamento, então vou ser direto, vou me casar por motivos que não vem ao caso, mas não espere o que não irá acontecer, esse casamento é só por conveniência e nada mais" Ele fala, de um jeito seco.

Eu sabia que não poderia esperar muito dessa união, mas não esperava que ele me tratasse dessa forma, mas como eu queria que ele me tratasse afinal? Ele é um mafioso e se tem uma coisa que aprendi com a minha família é que a gente nunca pode esperar muito de um deles, é por isso que eu não falo nada, apenas concordo com um balançar de cabeça, porque sei que se abrisse a boca para falar algo não ia ser bom.

Tudo que eu queria no momento era que isso fosse um pesadelo e eu acordasse no meu quarto.

Ele enfiou a mão no bolso do paletó que usava e tirou uma caixinha vermelha e me entregou, tinha um anel lindo nela.

Era uma pena que esse casamento não fosse real.

Eu esperava um casamento por amor, ter um marido que me amasse e eu amasse ele, e não um por faixada.

Depois dessa cena ele sai de sala e eu o acompanho.

Vamos para a sala de jantar onde encontramos todos acomodados nos seus lugares, os mesmos que estávamos na hora do café da manhã.

Christian se senta à minha frente, Emma me olha e pede que eu mostre o anel que ganhei.

Mostro ele meio relutante, ela abre um sorriso e diz que é bonito.

" Gostei, meu maninho tem um bom gosto para escolher joias " Ela fala olhando para o irmão.

Logo, todos começaram a conversar, e eu fico olhando, não queria conversar, mas às vezes Emma que estava sentada ao meu lado perguntava algumas coisas que eu gostava de fazer entre outros.

Ela era uma menina legal, pelo menos uma boa coisa tinha acontecido.

Parece que eu tinha ganhado uma amiga afinal de contas.

Depois de todos terem terminado de jantar, resolveram ir até a sala tomarem um champanhe e eu tive que ir mesmo sem vontade.

Meu pai estourou a champanhe e colocou na taça de cada um de nós, menos da Emma, afinal ela tem 15 anos.

" Bom, um brinde aos noivos, que eles sejam felizes." Fala e todos brindam felizes, parece que eles esqueceram que meu casamento não é de verdade.

Depois de toda a baboseira, consegui finalmente subir para o meu quarto. Troquei de roupa colocando um pijama confortável de seda e deitei na cama. Olhei o anel no meu dedo, ele é tão lindo, até que aquele mal-educado tem bom gosto, afinal de contas, sorrio com esse pensamento.

* * *

Os Filhos Da MáfiaWhere stories live. Discover now