Capítulo 50

Mulai dari awal
                                    

– Você pretende dizer puta? Pois aí você só estará catalogando a si própria.

Gustavo subiu as escadas correndo, passando por mim. Cecília agarrou a mulher por trás, impedindo-a de me arrancar a cabeça. Eu nunca a havia visto assim. Quando a sua troca de humor ocorria, eu apenas abaixava a cabeça. Agora era diferente.

– Com quem você pensa que está falando, sua inútil? Eu sou sua...

– Eu não ousaria dizer mãe. – a interrompi de novo. – Porque obviamente isso você não é. – eu tinha mais ainda. – Fiquei muito tempo calada, Mia. Apenas esperando o momento em que você cometesse seu primeiro erro. Pode não ter sido dos grandes, mas para alguém que se julga perfeita, foi um dos piores. Você fracassou, admita isso.

Se ela fosse um leão de verdade, eu diria que ela tinha rugido.

– Você está oficialmente expulsa dessa casa, sua órfã! – gritou em minha direção, pensando que me ofenderia. – Não esperarei mais dois anos!

Coloquei a mão no peito, em sinal de agradecimento.

– Eu estou muito lisonjeada pela sua atitude, 'mamãezinha'. – foi a primeira vez que a chamei de mãe, mesmo que tenha sido uma ironia. – Acredite, a partir de amanhã mesmo você não me verá nessa casa. – eu lamentei por dentro. Aquela casa era o refúgio de meu namorado fugitivo. Agora parece que o parque perto dali teria uma nova moradora. – E não finja que você nunca soube que eu queria ir embora daqui, porque você sabe que eu nunca gostei de dividir o mesmo ambiente que você. Em um ringue não há lugar para dois competidores fortes. Um tem que cair, e eu não vou esperar calada até o dia em que você pare de respirar. Estou agradecida por você finalmente tomar o primeiro passo, cujo eu não tive coragem. Você conseguiu deixar sua filha, agora abandonada, feliz.

Ela parecia mesmo rugir nos braços de minha irmã. Cecília não acreditava que estava presenciando a briga do século, então em sua primeira atitude como adulta, tentou reparar aquilo.

– Chega, Sophia! – gritou também. – Mia, ninguém vai sair dessa casa. Tome seus remédios, pense no que está falando! Você não pode abandonar uma adolescente de dezesseis anos.

– O que? Ela tem medo da rua?! – gritava a mulher. – Para jogar-me na cara que sou uma péssima mãe ela não teve medo. Pegue seu cachorro e saia da minha frente, garota! Não me faça te humilhar mais do que você já está, pirralha. Você não agüentaria.

– Eu agüentei muito, durante muito tempo. Adeus, mamãe.

Virei de costas, olhando antes para Cecília. Fui até o nosso quarto e bati a porta com força. Pude ouvir minha irmã gritando com minha mãe no primeiro andar.

Percebi que meu irmão estava sentado na cama da grávida, segurando o bebê no colo. Odiei-me por ter que faze-lo escutar tudo aquilo, mas o fim estava próximo. Eu daria um jeito de salvar os meus irmãos, mesmo que agora eu só tivesse algumas roupas e um parque abandonado como abrigo.

– Parabéns. – Gus falou com a voz calma. – Conseguiu sua liberdade.

Parei de jogar todas as minhas roupas na mala e cheguei perto do pequeno, ajoelhando-me para igualar as alturas.

– Voltarei para buscar vocês, eu prometo.

Os seus lábios curvaram-se.

– E iremos para onde? Acorda, Sophia. Peter Pan não vai aparecer na nossa janela para nos levar para a Terra do Nunca. Não vamos conseguir ajuda da Fada Madrinha para sermos felizes. Quando Greg se foi, ele levou a nossa última esperança de cultivarmos uma família normal. E você acha que ele vai voltar? Aquela viagem não passou de uma desculpa para nos abandonar. Somos nós contra ela agora. E, apesar de estarmos em maior número, somos mais fracos quando ela está alterada. E agora você a irritou, despertou a fera.

O Menino debaixo da minha camaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang