— Por quê?

— Não vou mentir, essa situação me deixou envergonhada. — sentiu seu rosto queimar. — E sei que sua mãe e sua irmã logo chegarão, então, adiante as coisas para mim. Certo?

— Farei isso. — ele foi em direção à porta. — Gostaria que viesse aqui mais vezes. E não me refiro às aulas de piano, e sim, como visita mesmo.

— Apenas me convide, virei sempre que puder. — sorriu.

— Ficará algo estranho entre nós, eu sei. — ele se aproximou de Charlotte e pegou sua mão. — Mas eu não me arrependo de nada.

— Eu também não. — corou, jamais pensou dizer algo tão ousado.

— Fico feliz por isso. — ele deu seu sorriso malicioso e beijou sua mão, deixando a biblioteca.

Quando ele se foi, ela se sentou na poltrona mais próxima e respirou profundamente. Ela percebeu que suas mãos tremiam, e as pernas também. O engraçado era que ela só percebeu que estava daquela maneira quando George saiu. Os sentimentos estavam enlouquecendo sua cabeça e seu coração. A razão e a paixão brigavam, e ela queria a paixão. Mas ela sabia que nunca seria páreo com Jade Martinez.

Ouviu passos no corredor, e quando a porta se abriu, a rainha Lauren e a princesa Millie entraram.

— Desculpe-me querida, acabei demorando mais do que eu esperava. — a rainha disse assim que entrou na biblioteca.

— Meu Deus! Como está pálida, o que aconteceu? — Millie perguntou preocupada.

— Não aconteceu nada. Deve ser impressão sua. — Charlotte respondeu com um sorriso.

— Se você diz... — a rainha se aproximou dela e colocou a mão em seu ombro. — Ficará para o almoço?

— Não, Majestade. Retornarei para minha casa.

— Vou pedir para arrumarem uma carruagem para levarem você. Gostaria que você passasse o dia conosco, não sabe o quão me distraiu. — a rainha piscou o olho, como se compartilhassem um segredo.

— Não precisa, já pedi para George fazer isso para mim.

— Ele esteve aqui? — Millie arqueou a sobrancelha.

— Esteve, mas logo foi embora. — Charlotte mentiu.

— Deve ter vindo pegar algum livro. — a rainha parou em frente à janela. — Ele não iria ao jardim com a princesa Jade?

— Não gosto dela. — Millie fez uma expressão de nojo. — Muito insuportável.

— Mal a conhece, Millie. O que Charlotte irá pensar de você? Com essa falta de educação?

— Eu não pensarei nada, sou pior que ela. — Charlotte riu. — Papai diz que sou impossível. E, bem, todos os empregados e minha governanta concordam.

— Você tem mais duas irmãs? — Millie perguntou.

— Sim, Phoebe e Scarlett.

— Como elas são? — Millie se entusiasmou. — Mamãe sempre foi ocupada com as coisas dela, papai quase não me dá importância, e o George sempre foi criado com uma educação severa, quase não tivemos contato na infância. Fomos ficar mais próximos novamente quando ele fez dezoito anos. Eu queria ter irmãs para discutir vários assuntos, mas infelizmente não tive a sua sorte.

— Ambas só pensam em se casar, ao contrário de mim que nem penso em tal coisa. Elas são divertidas na maioria do tempo. Phoebe é mais protetora, Scarlett é mais romântica. Os defeitos delas são tolerantes na maioria das vezes. Eu amo minhas irmãs. Também adotei minha amiga Sky Marshall como uma irmã. Sinto muita falta dela quando viaja.

— Sky Marshall? — a rainha perguntou. — Ela é filha do conde Phillip Marshall?

— Exatamente!

— Ela é prima de Helena Allen?

— Acho que sim, não lembro muito bem.

— Helena casou-se com meu cunhado. Seria uma coincidência interessante. — Lauren sorriu.

A conversa foi interrompida pela senhora Oris que ainda mantinha sua expressão severa. Entrou na biblioteca, fez reverência e se dirigiu a Charlotte com um sorriso fino nos lábios, que ela nunca esperava ver nos lábios daquela mulher.

— Senhorita, sua carruagem a espera. Irei acompanhá-la para casa, Vossa Majestade?

— Faço questão. — Lauren respondeu. — Obrigada por ter vindo querida.

— Espero que volte sendo minha professora de piano. — Millie deu um abraço apertado em Charlotte quando ela se levantou.

— Eu também espero isso. Obrigada pela manhã agradável, uma lástima ter acabado tão rápido.

— Por que você quer. Poderia ficar mais tempo. — Millie cruzou os braços.

— Tenho que visitar Sky. Adeus.

Charlotte acompanhou a senhora Oris até chegar onde a carruagem se encontrava. Assim que elas entraram na carruagem, começou a andar.

— O príncipe George mandou eu lhe entregar este bilhete. — entregou um pequeno papel para Charlotte.

— Sabe do que se trata?

— Ele não me diz sobre as coisas pessoais dele, senhorita.

— Charlotte, esses títulos me incomodam.

— Como preferir, Charlotte. — e a senhora Oris exibiu seus dentes amarelados, para surpresa de Charlotte.

Imediatamente foi vencida pela curiosidade e abriu o pequeno bilhete do príncipe, que continha apenas uma frase e uma assinatura.

Existem muitas estrelas no céu, mas nenhuma estrela brilha como você.

George Windsor.

Charlotte riu, e sentiu uma alegria invadir seu coração. Guardou o bilhete dentro da luva para não perder, pois iria lê-lo várias vezes, disso ela tinha absoluta certeza. Começou a conversar com a senhora Oris, coisa que na ida para o palácio não havia acontecido.

Vários assuntos foram falados, mas George Windsor não saia da sua cabeça.

Lady CharlotteWhere stories live. Discover now