12 - George Clark

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De seguida, George relata que não existe qualquer razão para que eu deixe de habitar nesta propriedade, uma vez que "já conheço tão bem os cantos à casa", como conta. Decido por isso, perguntar-lhe quais são as iguarias favoritas do casal, para que possa fazer um jantar rico para que possa provar que sou perfeita para este tipo de trabalho.

*

George Clark e Jane Lancaster dirigiram-se para a piscina, mesmo depois de Jane estar quase a entrar no banho que preparei para ela. Tenho a certeza que uma piscina de água aquecida capta a atenção de alguém que passou os últimos anos a viver num apartamento.

— Senhores, está a começar a ficar frio, por favor venham para dentro! — grito, para que me possa fazer ouvir por entre os movimentos bruscos que o casal faz dentro de água.

— Oh, mas está tão boa Elizabeth! — grita a voz feminina de Jane.

— Boa ou não, a temperatura exterior está a baixar, depois eu não quero ter que tratar de dois doentes ao mesmo tempo! — os meus patrões finalmente saem da água, e dirigem-se para dentro, para que possam tomar banho dentro da banheira de hidromassagem da suite.

Enquanto isso, decido fazer o jantar.

De acordo com as indicações de George, Jane adora pato assado, e ele não gosta de carne picada. Por isso, farei pato para a senhora, e espetada de frango para o senhor.

— Senhores, o jantar está pronto — informo, carregando no intercomunicador existente na cozinha até ao quarto.

Estranharam a minha voz sem corpo, pois tenho a certeza que donde vieram não existia esta tecnologia, mas rapidamente vieram para baixo.

Ligo as colunas do teto com o auxilio de um comando, e uma melodia de jazz começa a

Fazer-se sentir entre nós. Os meus patrões trocaram olhares, mas começaram a comer, e com muito mais gosto depois da primeira garfada.

— Então o que acharam senhores?

Ambos os meus patrões indicam que adoraram a refeição, pelo que de seguida George diz-me que serei a sua empregada.

Jane vai sobe de seguida a escada, para que tenha acesso ao seu quarto para lavar os dentes.

Enquanto sobe, memórias veem-me à cabeça.

Uma maneira muito desleixada de subir as escadas controla-lhe as pernas, lembrando-me de uma prima minha verameriana.

Ela era tinha a doença de bipolaridade devido ao clima extremo de Veramer, o que fez com que seja considerada Erro e enviada para outro planeta. Duvido que a forma de subir escadas seja igual para todos os Erros Bipolares, mas mesmo assim acho isto estranho.

Por causa disto, decido alarmar George de que Jane não é boa influência para si.

Como seria de esperar, o meu patrão acha que estou maluca, por questionar o bom senso de uma mulher à qual George colocou tanta confiança.

Desaparece por momentos, e durante esse pouco tempo, o meu relógio inteligente informou-me de que estou a receber uma videochamada dos meus sobrinhos diretamente de Veramer para a minha nave, que insistem que eu vá assistir à formatura de um dos filhos do meu sobrinho mais velho.

Enquanto estou sentada no banco do acompanhante do meu carro, ponho-me a pensar como é que conseguirei enganar os meus patrões dizendo que preciso de me ausentar durante dois dias, já que os meus sobrinhos insistem que vá dormir a casa de um deles, para que me possam contar todas as novidades quer de Gronos, quer do planeta.

A imortalidade de Gronos dá a muitos veramerianos e extraterrestres que pensar, já que o nosso planeta é uma comunidade tão grande e famosa por todo o universo.

A população da Terra vive até hoje enganada em relação a vida noutras galáxias porque o Mestre de Tudo assim o desejou.

Este grande chefe de poder é, como o nome indica, aquele que tem o poder sobre tudo no Universo. Se ele quiser, pode causar catástrofes intermináveis dentro da atmosfera terrestre ou de qualquer outro planeta. Tsunamis, sismos, cheias, tempestades causadoras de prejuízos tão elevados que nem todo o dinheiro existente na Terra seria suficiente para pagar tal assombração.

A Terra, assim como todos os planetas do Universo, passou pela Degradação, Destruição e Restauração, vezes e vezes sem conta, onde de todas essas vezes a contagem dos anos voltam ao início e são contadas de novo. Estas etapas na formação de um planeta causa a toda a forma viva do planeta a eliminação e substituição por uma nova, com uma mente completamente vazia sobre aquilo que se passa fora do Planeta. Desta forma, o Mestre de Tudo e os seus aliados decidem, entre os milhares de milhões de planetas no Universo, qual deles é que não conhecerá a história do Universo. Por isso é que existem dezenas de organizações espaciais a estudar o que há fora deste planeta; porque o Mestre de Tudo decidiu que a Terra, dentro destes 4  mil milhões de anos, não saberia da existência de vida fora deste mundo.

Claro que há pessoas aqui na Terra que acreditam na vida fora dela. A Organização Universal suspeitou de um habitante de Hinvictimus, um planeta a muitos milhares de anos-luz da Terra, que veio a este planeta para espalhar nas mentes pouco sabidas dos habitantes de que existia vida lá fora. Esse extraterrestre acabou por ser morto claro, mesmo declarando de que tudo aquilo de que fora acusado fora mentira.

Com o passar dos anos a ideia acertada dos poucos que acreditam na vida de pessoas como eu acabou por aumentar.

Felizmente.

Para algumas pessoas, um ano na terra é considerado muito.

Mas no universo em geral, não existe muito ou pouco tempo.

O Tempo é apenas uma palavra num lugar interminável de belezas e segredos, de mistérios e imaginação para aqueles que se aventuram a fazê-lo.

Dessa maneira, o Mestre de Tudo não tem idade. Também não tem género, ou sentimentos. É como se fosse uma grande máquina inventada por alguém ainda maior, em algum sítio fora do nosso Universo, juntamente com milhares de outros universos.

O Mestre de Tudo deveria ser a única personalidade imortal do universo; por isso todos os chefes de governos mundiais deveriam ter uma idade contada; que, assim como a dos habitantes, é escolhida previamente por este chefe supremo.

Gronos está com uma aparência semelhante àquela que tinha quando eu recebi os meus poderes em primeiro lugar. Isso está a fazer questionar o Mestre, que promete torturar Gronos até à morte se não lhe contar o que usou para não envelhecer.

Temo que pelo ritmo que a minha popularidade em Veramer aumenta, também serei reconhecida pela minha persistência na idade, o que levará também o mestre a encontrar-se comigo, o que me deixa aterrorizada.

Tenho que começar de imediato a desejar nunca ser encontrada pelo Mestre. Mas sei que perante uma autoridade tão enorme como esta, cada desejo seja inútil.


Olá, caros leitores deste enorme universo :D

Espero que estejam a gostar de ler a história, porque eu estou a amar escrevê-la; especialmente este capítulo.

Fiz a todos questionar a existência de vida neste grande universo em que vivemos.

Será que estamos realmente acompanhados por formas de vida extraterrestres como a Elizabeth?
Deixem-me saber a vossa opinião!

Seria um gosto saber se concordam com aquilo que esta grande verameriana nos conta ;)

Obrigado, e boa continuação de leituras <3

A Empregada Extraterrestre Where stories live. Discover now