capitulo 8 Vivian

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Acabamos de chegar no local do desfile e está tudo maravilhoso! Começa aquele corre pra lá, corre pra cá, a equipe de maquiagem começa a nos maquiar. Eu sou uma das primeiras que a abrir o desfile, estou nervosa e nem sei porquê. Não é a primeira vez que faço isso...Mas eu queria que o Miguel estivesse aqui, porém ele não está. Há uma semana não nos falamos por conta de nossos compromissos. Não queria reconhecer, mas estou sentindo falta dele.

– Vivian? Vamos, está na hora de sua entrada. – Caio me avisa.

Faço a primeira entrada sozinha. Desfilo como fui ensinada, faço cara de sexy e caminho olhando para um ponto neutro. A roupa que estou usando tem um estilo jovial com detalhes em renda sobre um vestido branco. Algumas pedrarias compõem os acessórios, além de belíssimo salto da marca patrocinadora, Dom Germane. Giro, retorno ao ponto de origem e saio, os aplausos começam, flashes pra todo lado. Sigo para o camarim para fazer a troca de roupa.

Combinamos com um grupo que depois do desfile iremos a boate comemorar, hoje quero me divertir! Já que Miguel não apareceu, fazer o que né? Não posso estacionar minha vida...

O desfile termina e aparentemente foi um sucesso! Recebi flores em meu camarim e dei algumas entrevistas para os jornalistas de plantão. Pouco tempo depois, saímos todos na limousine e partimos em direção da boate.

É uma pena a Laura não pode vir. Penso.

Chegamos no local combinado. O carro pára em frente a entrada da boate e a nossa entrada é logo liberada, as pessoas que estão do lado de fora começam a reclamar. Ignoro totalmente. Não que eu seja debochada, mas é que hoje eu só quero me divertir e tentar esquecer um pouco essa saudade que está me matando por dentro.

Minhas amigas seguem para o banheiro para retocar a maquiagem e eu faço meu pedido no bar. Escolho um drinque o mais suave possível. Tomo devagar e vou para a pista dançar. A música que está tocando é eletrônica eu começo a me mexer no ritmo das batidas.

Rimos e dançamos muito e cada uma estava com seu copo em mãos. Pouco tempo depois, todas as meninas que vieram comigo, já estavam cada uma um boy pra chamar de seu, pelo menos por uma noite...

Sorrio e acho graça em pensar que apenas eu fiquei sozinha. Mas isso pra mim é irrelevante, pois quem eu quero não está aqui! Retorno para o bar e peço mais um drinque. Eu já estou um pouquinho alegre, resolvo ir retocar a maquiagem.

Percebi que o Bruno, que veio depois de nós, não ficou com ninguém e por vezes o pego ele me olhando. Ele é modelo também estava no desfile, é bonito, posso dizer que não faz meu tipo.

Quando estou a caminho do banheiro, meus olhos enxergam em uma pessoa que está de costas, meu corpo reage quando vou me aproximando, mas ao que meus olhos vêm, faz meu coração doer! Será que eu bebi demais e estou vendo coisas? Pensei. Mas não. Estava tão nítido como a luz do dia...Que idiota!

Apesar de ter ficado com ele algumas vezes e de não termos nada assumido, não pude esconder minha decepção, ele está aos beijos com a vaca siliconada da tal do Mel! Que raiva! Como ele pode ser assim? Homem não presta mesmo! Mas não me fiz de fraca, passo por eles e ainda cumprimento os dois.

– Boa noite! Como vai o casal? – Miguel arregala os olhos em minha direção, assustado.

– Vivian! – Ele diz meio gaguejando. – Como vai? Não somos um casal, nos encontramos aqui por acaso...

– Você não me deve explicação alguma... com licença, eu preciso ir ao banheiro. – Saio deixando eles pra trás.

Começo a abrir caminho no meio da multidão, minha garganta começa a se formar um nó, mas eu engulo o choro não me permito chorar por esse babaca. Entro no banheiro e não tem ninguém graças a Deus! Me olho no espelho e uma lágrima solitária cai e eu me odeio nesse momento.

Falo comigo mesma diante do espelho: é seu aniversário Vivian? Porque você está de parabéns, se apaixonar por um babaca... você acha o quê? Que ele ia deixar de ser mulherengo só porque ficou com você três vezes? Acorda pra realidade! Sua boba!

Retoco minha maquiagem e volto, peço mas um drinque e começo a dançar. Não quero me importar com mais nada. Apenas me entrego ao momento de estar com os olhos fechados apreciando e dançando uma boa música. Permaneço assim por um bom tempo. De repente, sinto uma mão em minha cintura, e meu corpo se alegra imaginando que é o Miguel, porém, quando abro os olhos, me deparo com o Bruno e dou um sorriso fraco.

Ele me cumprimenta e continua com sua mão em minha cintura, eu nem me importo e não retiro sua mão.

Uma música mais lenta começa a tocar e eu me permito dançar com Bruno. Eu não vi mas Miguel, creio que ele deva ter ido levar a vaca siliconada pra casa. Olho para Bruno mas não consigo entrar no clima, por mais que eu queira… Bruno é bonitinho, mas não é Miguel, me estapeio mentalmente por ser tão idiota por pensar assim!

Bruno aproveita meu momento de confusão mental e se aproxima mais um pouco de mim. De repentes seus lábios então bem próximos do meu, sua respiração é quente, eu fecho os olhos. Quando penso que receberei um beijo, sinto um empurrão rápido é percebo que é o Miguel me puxando pra trás dele.

– FICA LONGE DELA, PORRA!!! – Ele grita em meio ao barulho musical.

– O que é isso Miguel? Você não é meu dono, me larga! – Me desvencilho de suas mãos.

– Vamos, vou te levar pra casa agora! Você já devia estar em casa a muito tempo! – Ele diz pegando minha mão e puxando.

– Ué, cadê a vaca siliconada que você estava quase comendo ainda agora? Te deixou na mão foi?

– Não estava comendo ninguém, eu nem a convidei, apenas a encontrei aqui. Vamos! – Ele diz ainda me puxando.

– Me largue! Olha o show que você está dando! Estão nos olhando… – Eu digo com raiva.

– Então não me obrigue a te colocar sobre os ombros! Vamos comigo, eu vou levar você pra casa agora...

– Não vou! Eu estou com ele, dá licença? – Olho paro o Bruno que está a ponto de dar um murro no Miguel, mas eu percebo que tem alguns fotógrafos circulando por aqui e então é melhor eu ir com o Miguel…

– Bruno, deixa, eu vou com ele, a mídia está por aqui distribuída é melhor evitarmos confusão… – Digo. – Desculpa qualquer coisa. – Dou um beijo no seu rosto e saio.

Estou quase correndo em meio a multidão e Miguel vem atrás de mim, na hora que chego à saída da boate, encontro um táxi ali parado, eu apresso os passos e entro digo para motorista sair logo, porquê tem um tarado me perseguindo. Quando o táxi vai saindo vejo Miguel me procurando desesperado. Sorrio vitoriosa!

– Você não é aquela modelo… A Vivian? – O motorista do táxi me reconhece. – Minha filha quer ser modelo e se inspira em você! –

– Ah, que bom! Fico feliz que minha carreira posso colaborar com os sonhos de uma menina! Diga para ela correr atrás dos seus sonhos, sempre, mesmo que achar que pode ser impossível! Ah e mande também um beijo para ela. – Eu agradeço.

Meu telefone começa a tocar, e o nome dele, Miguel, aparece na tela. Não vou atender, esse babaca pensa que manda em mim? Desligo meu aparelho e o coloco de volta na bolsa.

Chego em casa em poucos minutos, pago a corrida e vou direto para meu quarto tomar um banho. Depois pego meu celular e ligo o aparelho. Há exatas 20 ligações e várias mensagens do Miguel. Esse cara me confundo e me deixa louca. O que ele quer afinal?

Não respondo, ele tem que aprender que não manda em mim!

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