VLOG#3: Meu casamento parecia baile à fantasia.

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Olá, gente-que-não-voa. A partir de hoje vou pedir like no começo do vídeo, pois está atrapalhando os ganchos da minha história. Quando abrirem a aba do Youtube, já compartilha e deixa o jóinha, beleza?

Isso aqui era para ser uma biografia, mas as editoras só estão publicando vlogueiros, então, sempre vou terminar em narrativa sem me despedir, igual aos canais de creepypasta. Dito isso, solta a vinheta!

                                                                    ♫♪♫

– Isso nunca aconteceu comigo. – disse Mighty Man olhando para o meio as para das pernas como uma criança que tivesse encarando um G.I Joe quebrado.

– Tá tudo bem – respondi, embora estivesse pensando: podia existir um disque-rola 24 horas. Paudurência garantida ou seu dinheiro de volta. – Acontece com todo mundo – falei antes de acender um cigarro na janela do quarto.

O deixei sozinho batendo um papo com a linguiça e fui ao banheiro. O recheio do meu pastel cabeludo tava quente após tanto tempo no forno; precisava aliviar a pressão.

Ali, sentada no vaso, fazendo bilu-bilu nos lábios da minha sócia, considerei as implicações de uma trepada paranormal.

Dar para alguém que levantava prédios podia ser perigoso. Isso obrigava Mighty Man a me comer tão delicadamente, que se fosse uma cena de filme, a trilha sonora seria Carruagens de fogo. O ritmo não favorecia o fluxo sanguíneo e nossas transas terminavam em meia-bomba, com um boneco de Olinda sambando dentro de mim. Sexo de verdade não é como em filme pornô: existe cheiro de bacalhau e brochadas.

Mas o que eu podia fazer? Em se tratando de super-heróis, orgasmos se transformavam em enigmas. Os poderes sempre modificavam as regras.

Nos subúrbios, havia um vigilante cego que ganhou poderes depois de um acidente químico. A cegueira foi compensada pelo tato, paladar e olfato que foram ampliados milhares de vezes. Isso acabou lhe rendendo fama entre as mulheres. Diziam que sua língua descobria zonas erógenas até nas sobrancelhas, porém, esse talento o deixou tão sensível, que bastava um beijo para que o homem melasse as cuecas.

Seria difícil encontrar um herói que manjasse de sexo. Na cama, gente normal sempre teve mais sorte. Humanos não precisavam de capacete para se proteger de uma gozada à velocidade do som.

Eu havia saído de Micronópolis disposta a me tornar heroína, e um pau mole não me faria desistir tão fácil. Ao lado de Mighty Man, teria a acesso a tecnologias que somente heróis possuíam. Talvez, isso despertasse meus poderes; os exames médicos acusavam o alfa-gene no meu sangue. Só precisava descobrir uma maneira de ativá-lo.

Claro, desvendar o gatilho da mutação equivalia a procurar uma agulha no palheiro. Por outro lado, alguns de nós conseguiam habilidades das formas mais ridículas. O Relampejante, um velocista brasileiro, despertou seus poderes correndo atrás do Caxias-Méier.

O quê? Interesseira? Ah não venha me julgar, valeu!, valeu? Vai dizer que nunca fez amizade para conseguir uma promoção no emprego? Criamos relacionamentos baseados em interesses. Até os amigos são nossos amigos porque gostam de boa companhia, e isso, queridinho, também é uma forma de se beneficiar das pessoas.

Ninguém quer ser comum, todo mundo tem necessidade de sentir-se especial. A diferença é que eu admito; não preciso pagar de boazinha na internet. Hã? Altruísmo com publicidade é marketing pessoal, meu bem, vai mandar esse caô para outro! O ser humano gosta de ser único. Às vezes, isso significa ter um corpo bonito ou enriquecer. No meu caso, significava dar porrada em gente fantasiada. Aliás, porque caralhos estou dando satisfação a vocês? A boceta é minha, se eu quiser, posso até enfiá-la no cu, eu hein!

Flame Jenny: barracos de uma super-heroína na internet. Where stories live. Discover now